Artista versátil e múltiplo, Flávio Migliaccio é tema de documentário

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Flávio Migliaccio (1934-2020) foi um artista múltiplo: ator, diretor, roteirista e produtor. Acima de tudo, ator de muito talento, admirado pela crítica, popular entre adultos e muito querido pelo público infantil. Fez peças engajadas no Teatro de Arena, personagens muito divertidos em filmes para crianças, e representou O Povo no clássico de Glauber Rocha, Terra em Transe (1967). Terminou de maneira triste no tristíssimo Brasil de 2020, mas deixou um legado muito alegre e positivo. É o que vemos em Flávio Migliaccio, O Brasileiro em Cena, que está em cartaz no cinema, e foi dirigido por uma trinca de cineastas - Alexandre Rocha, Marcelo Pedrazzi e João Mariano, o Tuco - e tendo como um dos roteiristas Marcelo Migliaccio, filho do ator.

O título do filme é particularmente feliz, e define o personagem. Migliaccio foi um autêntico ator brasileiro, cepa híbrida de necessidade, improviso, dedicação e talento. O material do documentário é tirado de entrevistas com o autor, uma mais recente e outras mais antigas. Além delas, há o material de arquivo, filmes realizados e trechos de uma peça de teatro em que o personagem, já velho, dialoga com ninguém menos que...Deus. A obra se chama Confissões de um Senhor de Idade. Nela, realizando um balanço de vida, o "senhor de idade" Flávio Migliaccio faz cobranças ao Todo-poderoso. "Onde estava o Senhor quando ocorreram a Peste Negra, o Holocausto, a Guerra do Vietnã, o ataque às Torres Gêmeas...Onde estava quando chamaram o Dunga para dirigir a seleção brasileira?"

Esse toque de humor acompanha todo o filme. Um humor terno, delicado, triste às vezes. Migliaccio conta sua infância numa família paulistana pobre, de 11 irmãos, pai barbeiro. Lembra, de maneira despretensiosa, quando chegou ao teatro, no caso o mitológico Arena, de Augusto Boal. As fases de sua carreira vão se sucedendo de maneira simples, quase casual, sem qualquer afetação. A chegada ao Rio, a participação no Cinema Novo, o sucesso na Globo. A fama, o dinheiro. Depois o peso da fama, a necessidade de se sentir só. E, contradição, o peso do anonimato tão buscado, mas que o artista não mais suporta ao não ser reconhecido pelas pessoas na rua. Tudo isso é contado sem atropelos, num ritmo amigável, sem necessidade de esmagar o espectador sob uma pilha de informações.

A maneira como Migliaccio fala de si é toda particular. Nenhuma teoria sobre o ato de atuar, nenhuma pretensão, nenhuma sensação de pertencer a uma casta privilegiada. Parece apenas a trajetória de um brasileiro nascido pobre, que precisava ganhar a vida e foi sendo conduzido, pelo acaso da necessidade, à carreira artística. Modéstia total, comovente.

Sente-se falta, aqui e ali, de imagens que são pontos de luz na carreira de Migliaccio. Destacaria, por exemplo, a ausência dele em Boleiros, de Ugo Giorgetti, interpretando o melancólico ex-jogador que não reconhece no velho de agora o jovem que magnetizara multidões nos estádios como craque do Corinthians.

E, sobretudo, a ausência de imagens do primeiro filme por ele dirigido, Os Mendigos (1962). A explicação para a lacuna aparece nos créditos finais: "O filme Os Mendigos, com direção de Flávio Migliaccio e produção Satélite Filmes Ltda., é uma obra de grande importância para Flávio, mas não nos foi possível ter acesso ao filme, pois sua única fonte encontra-se fechada na Cinemateca Brasileira, onde não conseguimos nenhum contato para retirar e usar na obra sobre o Flávio".

A tragédia política brasileira, no plano cultural simbolizada pelo descaso com uma das instituições mais importantes, a Cinemateca Brasileira, aparece assim na contraluz do ocaso de Migliaccio. Na carta deixada à família, o ator lamenta que a humanidade não tenha dado certo e que seus 85 anos de vida pareçam ter sido jogados fora num país como este.

No entanto, vista em retrospecto, como no documentário, sua trajetória parece feita de luz. Os trechos de filmes mostrados nos lembram da vocação cômica e da intensidade da interpretação dramática de Migliaccio. Uma emoção represada, expressa como a contragosto para melhor ressoar na sensibilidade do público. Migliaccio sabia ser divertido, como nos filmes infantis do Tio Maneco ou na série Shazan, Xerife & Cia., em parceria com Paulo José. Pensava, escrevia e desenhava. Era um ser de pura criação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Maria Verônica, que ficou conhecida como a 'Grávida de Taubaté' por simular uma gravidez de quadrigêmeos em programas de TV em 2012, deu uma longa entrevista a Celso Portiolli no Domingo Legal, do SBT, exibida neste domingo, 23.

Ela chegou a chorar e afirmou que, à época, fazia parte de uma "seita" que lhe fez um "ritual", e que sua intenção inicial não era chamar atenção da imprensa. Ainda destacou que seu marido à época não tinha conhecimento do fato.

"Fiquei 13 anos em silêncio, poderia continuar o resto da minha vida. Estou aqui porque queria dizer para as pessoas que, tudo que ouviram a mídia falar, existia um pouquinho mais. Eu posso ter tido um problema psicológico. Mas o demônio ali, também existiu", justificou, sobre o porquê de concordar em falar na entrevista.

Marido 'não sabia de nada', diz 'Grávida de Taubaté

Defendeu o seu marido na época, Kléber: "Ele acreditava. Penso que foi a única pessoa que eu traí, foi ele, porque não consegui dizer a ele que aquilo não era real. Todas as pessoas me perguntam: ele sabia? Não, ele não sabia de nada."

Maria Verônica também relatou que se consultou com uma psicóloga que teria lhe dito que provavelmente teve uma "gravidez psicológica", com sua barriga crescendo um pouco e tendo "todos" os sintomas de uma grávida. Ela relata que chegou a fazer um teste de farmácia, que teria dado positivo, mas não chegou a fazer um ultrassom.

Sobre o crescimento repentino no tamanho de sua barriga, garantiu: "Ninguém estranhou porque eu não vivia no meio de todo mundo". "Ao contrário do que as pessoas falam, que [a barriga falsa]era de silicone, não. Eram panos lá dentro".

Portiolli chegou a perguntar "qual o propósito" de mostrar às pessoas de que estaria grávida, sendo que não estava. "Eu sempre me perguntei a mesma coisa", desconversou Verônica.

"Não foi pensado para gerar uma comoção nacional. Quando fui para lá e participava dos rituais, a gente sempre sabia e eu era orientada que levava comigo quatro demônios", explicou, a respeito do porquê de terem sido quadrigêmeos em sua história.

'Sou eternamente grata a Chris Flores'

Maria Verônica também comentou sobre a apresentadora Chris Flores, à época do caso funcionária da Record TV, que alega ter sido a responsável por 'desmascará-la'.

"A Chris Flores, no dia que a gente foi lá, sugeriu um ultrassom. Na verdade ela nem sugeriu, perguntou se, de repente, eu toparia. Eu fui no dia - ela vai lembrar disso - eu não estava sozinha. Ela falou: 'Você topa?'. Eu falei 'não', quem estava comigo também disse não. Ela fez 'assim' [gesticula] com a mão, tipo, 'Não tenho nada a ver com isso'."

Ela, porém, diz que quem detectou a falsa gravidez em um primeiro momento foi um repórter da Record, Michael Keller. "Ele me acompanhou por duas ou três semanas. Talvez tenha levado para ela as informações que ele viu. Eu sou eternamente grata a ela por isso. Espero me encontrar com ela muito em breve para dizer [isso] a ela".

O domingo, 23, foi de fortes emoções no BBB 25. Guilherme, atual Anjo da casa, participou do tradicional Almoço do Anjo e recebeu mensagens carinhosas da família. Ao lado de sua sogra, Delma, e do ginasta Diego Hypolito, o brother assistiu aos vídeos enviados pelos parentes.

A mãe de Guilherme foi a primeira a deixar seu recado. "Mainha tá muito feliz com tudo que tá acontecendo na sua vida. Você merece! Você é uma pessoa guerreira, um filho amigo. Beijo, mainha te ama", declarou, arrancando lágrimas do brother.

A esposa, Letícia, também emocionou o fisioterapeuta. "Amor, estou morrendo de saudade de você.Você é uma pessoa maravilhosa, incrível, que alegra todo mundo ao seu redor. Eu te amo muito", disse ela.

Emocionado, Guilherme recebeu o apoio dos colegas de almoço. "Viu como minha esposa é bonita?", brincou com Diego Hypolito, enquanto Delma se derretia pela filha: "Que coisa mais linda de mãe!".

O 31º Screen Actors Guild Awards, mais conhecido como SAG Awards, que celebra os destaques da atuação no cinema e na televisão, será transmitido ao vivo na noite deste domingo, 23, com exclusividade na Netflix.

A cerimônia acontece no Shrine Auditorium, em Los Angeles. A transmissão, em inglês, começa às 20h, com o tapete vermelho. A cerimônia será às 22h.

A atriz Kristen Bell comandará a apresentação, enquanto Jane Fonda será homenageada durante o evento.

Na quarta, 8, o SAG Awards divulgou os indicados para a edição de 2025 por meio do site oficial do sindicato, o SAG-AFTRA, responsável pela premiação.

Em meio à lista, os filmes Wicked e Um Completo Desconhecido lideram as indicações na categoria de cinema, enquanto as séries O Urso e Xógum: A Gloriosa Saga do Japão se destacam no universo televisivo.

Vale ressaltar que Fernanda Torres, que venceu o Globo de Ouro de melhor atriz dramática por Ainda Estou Aqui, não foi indicada.

Confira abaixo a lista completa de indicados:

Melhor elenco em filme

Um Completo Desconhecido

Anora

Conclave

Emilia Pérez

Wicked

Melhor ator em filme

Adrien Brody (László Tóth) - O Brutalista

Timothée Chalamet (Bob Dylan) - Um Completo Desconhecido

Daniel Craig (William Lee) - Queer

Colman Domingo (Divine G) - Sing Sing

Ralph Fiennes (Lawrence) - Conclave

Melhor atriz em filme

Pamela Anderson (Shelly) - The Last Showgirl

Cynthia Erivo (Elphaba) - Wicked

Karla Sofía Gascón (Emilia/Manitas) - Emilia Pérez

Mikey Madison (Ani) - Anora

Melhor ator coadjuvante em filme

Jonathan Bailey (Fiyero) - Wicked

Yura Borisov (Igor) - Anora

Kieran Culkin (Benji Kaplan) - A Verdadeira Dor

Edward Norton (Pete Seeger) - Um Completo Desconhecido

Jeremy Strong (Roy Cohn) - O Aprendiz

Melhor atriz coadjuvante em filme

Monica Barbaro (Joan Baez) - Um Completo Desconhecido

Jamie Lee Curtis (Annette) - The Last Showgirl

Danielle Deadwyler (Berniece) - The Piano Lesson

Ariana Grande (Galinda/Glinda) - Wicked

Melhor elenco em série de drama

Bridgerton

O Dia do Chacal

A Diplomata

Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Slow Horses

Melhor ator em série de drama

Tadanobu Asano (Kashigi Yabushige) - Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Jeff Bridges (Dan Chase) - The Old Man

Gary Oldman (Jackson Lamb) - Slow Horses

Eddie Redmayne (The Jackal) - O Dia do Chacal

Hiroyuki Sanada (Yoshii Toranaga) - Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Melhor atriz em série de drama

Kathy Bates (Madeline Matlock) - Matlock

Nicola Coughlan (Penelope Featherington) - Bridgerton

Allison Janney (Vice President Grace Penn) - A Diplomata

Keri Russell (Kate Wyler) - A Diplomata

Anna Sawai (Toda Mariko) - Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Zoe Saldaña (Rita) - Emilia Pérez

Melhor elenco em série de comédia

Abbott Elementary

O Urso

Hacks

Only Murders In The Building

Shrinking

Melhor ator em série de comédia

Adam Brody (Noah Roklov) - Ninguém Quer

Ted Danson (Charles Nieuwendyk) - Um Espião Infiltrado

Harrison Ford (Paul) - Shrinking

Martin Short (Oliver Putnam) - Only Murders In The Building

Jeremy Allen White (Carmen "Carmy" Berzatto) - O Urso

Demi Moore (Elisabeth) - A Substância

Melhor atriz em série de comédia

Kristen Bell (Joanne) - Ninguém Quer

Quinta Brunson (Janine Teagues) - Abbott Elementary

Liza Colón-zayas (Tina) - O Urso

Ayo Edebiri (Sydney Adamu) - O Urso

Jean Smart (Deborah Vance) - Hacks

Melhor ator em um filme para televisão ou minissérie

Javier Bardem (Jose Menendez) - Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez

Colin Farrell (Oz Cobb) - Pinguim

Richard Gadd (Donny) - Bebê Rena

Kevin Kline (Stephen Brigstocke) - Disclaimer

Andrew Scott (Tom Ripley) - Ripley

Melhor atriz em um filme para televisão ou minissérie

Kathy Bates (Edith Wilson) - The Great Lillian Hall

Cate Blanchett (Catherine Ravenscroft) - Disclaimer

Jodie Foster (Det. Elizabeth Danvers) - True Detective: Night Country

Lily Gladstone (Cam Bentland) - Under The Bridge

Jessica Gunning (Martha) - Bebê Rena

Cristin Milioti (Sofia Falcone) - Pinguim

Melhor conjunto de dublês em um filme

Deadpool & Wolverine

Duna: Parte Dois

O Dublê

Gladiador II

Wicked

Melhor conjunto de dublês em uma série de televisão

The Boys

Fallout

A Casa do Dragão

Pinguim

Xógum: A Gloriosa Saga do Japão