Letalidade policial cresce 47% na Bahia no ano de 2020

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As mortes causadas por policiais na Bahia subiram 47% em 2020, na comparação com os dados de 2019. Segundo registros divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os agentes baianos mataram 1.137 pessoas no ano passado, o que fez com o Estado se tornasse um dos dois únicos a ultrapassar a marca de mil vítimas no período.

Em localidades mais populares como Curuzu, na Liberdade, ou Santa Cruz e Vale das Pedrinhas, no Complexo do Nordeste de Amaralina, por exemplo, não é difícil encontrar familiares de pessoas que acabaram mortas após operações ou mesmo incursões corriqueiras da Polícia Militar.

Em 2020, ao menos dois casos ganharam grande repercussão após manifestações das comunidades, nos meses de junho e novembro, respectivamente: as mortes do estudante Micael Silva Santos, de 12 anos, no Vale das Pedrinhas, e de Railan Santos da Silva, de 7, no Curuzu.

Os dois garotos foram atingidos por disparos que, segundo a PM, eram um revide ao ataque de traficantes. As famílias, por sua vez, contestaram a versão sob a justificativa de que as vítimas eram inocentes e os militares chegaram atirando. Segundo a polícia, os inquéritos foram concluídos e encaminhados à Justiça.

Já em junho de 2021, a população do Curuzu foi às ruas pedir justiça pelas mortes da dona de casa Maria Célia de Santana, de 73 anos, e da manicure Viviane Soares, de 40, que foram atingidas por disparos enquanto conversavam na porta de casa, próximo à Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê.

Viviane era tia de Railan e havia chorado a morte do sobrinho sete meses antes. Ela deixou um filho de 10 anos. Segundo a PM, houve troca de tiros durante perseguição a um homem que dirigia um carro roubado. A Polícia Civil investiga as circunstâncias.

Em geral, em casos como os de Micael, Railan, Maria e Viviane, para além do luto, os familiares das vítimas convivem com o medo. Parentes evitam falar sobre o assunto por não se sentirem seguros.

"Infelizmente, a realidade é que não tem nada que nos garanta a proteção. Meu filho morreu por um tiro disparado por um militar. Eu gostaria muito de falar, mas tenho medo. E não quero reviver o sentimento mais triste que existe. Continuo morando no mesmo lugar, tenho que sair para trabalhar. Continuo vivendo inseguro, prefiro me preservar, porque infelizmente não serei o último a passar por isso", afirmou o pai de um jovem à reportagem.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Bahia (OAB-BA), Jerônimo Mesquita comenta que 70% das demandas recebidas na autarquia se referem a casos relacionados a ações policiais. Ainda segundo ele, em 100% das situações, os mortos são jovens negros, de 16 a 25 anos, moradores de regiões periféricas.

"Depois que recebemos as denúncias, formamos o processo e passamos a acompanhar junto à corregedoria (da polícia)", explica Mesquita, ao destacar que investigações como essas podem demorar meses ou até anos. "Não temos problemas quanto à transparência das investigações, o que dificulta é a morosidade dos processos", complementa.

Jerônimo diz ainda que o número de casos que chegam à OAB não sofrem redução há pelo menos oito anos, tempo em que ele está à frente da comissão. "O nosso trabalho é importante porque dá visibilidade. Por isso, as famílias nos procuram muito. Mas também é muito comum que não queiram formalizar a denúncia por medo, o que dificulta o processo". Ele reforça que, independente do tempo, os familiares devem denunciar os casos junto aos órgãos competentes a fim de facilitar o esclarecimento dos fatos.

Em nota enviada ao Estadão, a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) informou que as polícias Civil e Militar investem anualmente em treinamento para utilização da força apenas em caso de necessidade e de forma escalonada, durante operações, abordagens e blitze.

"O uso de arma letal é sempre a última opção, utilizada quando existe a necessidade de proteger a vida dos policiais envolvidos no confronto e de inocentes. A SSP destaca ainda que todos os autos de resistências (mortes em decorrência de ações) são investigados pelas corregedorias que atuam de forma rígida, quando existe indício de excesso", finalizou a pasta.

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O Mais Você desta quarta, 5, contou com a última eliminada do Big Brother Brasil 25, Camilla. A trancista falou de sua trajetória no programa e mencionou seus aliados e seu embate com Vitória Strada.

"É chata. Eu falei que era chata. Inclusive, eu falava para ela isso. Só que eu tinha um pensamento: era um embate que eu queria ter naquele momento?", disse, sobre a atriz.

Camilla também expressou surpresa com sua porcentagem da saída. Com 94,67% dos votos, ela foi a quinta maior rejeição da história do programa.

Sobre sua saída, Camilla completou que não gostaria que os filhos tivessem uma visão deturpada sobre si: "Não quero que eles tenham contato com as coisas que estão acontecendo, porque não me representam."

Ela revelou que não seria tão próxima de Vitória se a atriz não tivesse Matheus como dupla. "[Mas] não precisava de tanto. Não tenho problema de admitir que errei naquele momento", falou.

Quando perguntada, a trancista falou sobre não ter reparado que estava do "lado errado" no embate que teve com Vitória e Guilherme.

Entretanto, após admitir o equívoco, Camilla complementou que sua maior aliada era a irmã, Thamiris, que havia levado o monstro em um dos momentos de discussão com Vitória: "Não era o momento para ela, era o momento em que eu queria dar atenção para a minha irmã."

Além de Vitória, Camilla falou de Vilma: "Não fazia nada". A eliminada confessou também que a mãe de Diogo estava melhor após a eliminação do ator. Já sobre Guilherme, afirmou: "Ele estava na defensiva de todo mundo."

A vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar como Melhor Filme Internacional e a indicação de Fernanda Torres como Melhor Atriz vieram acompanhados de uma rotina extensiva de entrevistas e viagens. A atriz foi convidada pelo prefeito Eduardo Paes para ser destaque no Desfile das Campeãs no Carnaval do Rio de Janeiro, na Sapucaí, mas negou o convite nesta quarta, 5.

A intérprete de Eunice Paiva no longa de Walter Salles, em uma nota enviada ao UOL, explicou que agora pretende descansar : "Minha vida não para desde setembro. Assim que passar isso tudo, vou precisar descansar."

A premiação do cinema, que ocorreu neste domingo, dia 2, exigiu diversas idas de Fernanda Torres, Selton Mello e da equipe técnica e de produção do longa aos Estados Unidos. A intenção era promover o filme aos votantes da Academia.

Sobre o convite para o desfile, ela agradeceu pela oportunidade e completou: "As homenagens são bem-vindas, mas sem a minha presença, porque estou muito cansada, trabalhando sem parar há 6 meses e precisando parar. Muito obrigada pelo carinho."

O Estadão entrou em contato com a equipe da artista para confirmar a recusa, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

Após uma confusão que envolveu o seu e o trio elétrico de Daniela Mercury no carnaval de Salvador, o cantor Tony Salles pediu desculpas à artista nesta segunda-feira, 4. Na ocasião, o artista se apresentava em mais um bloco da capital baiana.

Tony afirmou "ter um carinho muito grande" por Daniela. "Me perdoe pelo que aconteceu ontem, porque não foi intencional. Estávamos atrasados, com toda a correria do carnaval, tínhamos outro show para fazer... Infelizmente, aconteceu aquele fato", descreveu.

O cantor disse que "nunca na vida" quis criar problemas com a artista. "Uma referência da nossa música baiana, uma referência do axé, em pleno ano de comemoração dos 40 anos do axé", disse sobre Daniela.

Tony comentou que "em momento algum" citou o nome da cantora durante o desentendimento. "Existe uma coisa que eu aprendi com a minha mãe que se chama respeito. Eu respeito, principalmente quando se tem uma coisa chamada hierarquia. Hierarquia é para isso: é para você respeitar quem está lá na frente, quem chegou primeiro."

Entenda o que aconteceu

Daniela Mercury e Tony Salles se desentenderam na madrugada desta terça-feira no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu, Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"Estamos um pouco corridos hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. Não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O que disse Daniela Mercury

Procurada pelo Estadão, a equipe da cantora informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista.

O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente, já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e, em seguida, Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás, é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente.

O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado para o show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."