Dez anos após sua morte, Amy Winehouse ganha novos documentários

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O mundo da música completa uma década sem Amy Winehouse nesta sexta-feira, 23, dia em que será lançado Reclaiming Amy (rebatizado após ser divulgado inicialmente como Amy Winehouse: 10 Years On), documentário produzido pela BBC que traz a visão de sua mãe, Janis, que tem esclerose múltipla, sobre a trajetória da filha. Na próxima terça, 27, estreia Amy Winehouse e Eu: A História de Dionne Bromfield, que conta com o olhar da afilhada da artista.

Segundo a BBC, a presença de Janis em Reclaiming Amy foi escolhida por se tratar de "uma figura próxima de Amy de quem ainda temos muito a ouvir e cuja versão dos acontecimentos muitas vezes diverge da narrativa que nos foi contada antes". "Não sinto que o mundo conheceu a verdadeira Amy, aquela que eu criei, e anseio pela oportunidade de oferecer uma compreensão de suas raízes e um vislumbre mais profundo da verdadeira Amy", explicou a mãe sobre a obra.

Reclaiming Amy promete trazer imagens raras de apresentações nunca vistas antes ao longo de seus 59 minutos, que também trazem depoimentos de familiares e amigos da artista. A obra será exibida às 21h desta sexta pela BBC Two, no Reino Unido, e depois deve ficar disponível na plataforma BBC iPlayer, sem previsão de exibição no Brasil.

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Já Amy Winehouse e Eu: A História de Dionne Bromfield foi anunciada pela MTV e pelo Paramount+. O documentário será exibido no Brasil no canal pago na terça-feira, 27 de julho, às 19h, e ficará disponível no serviço de streaming posteriormente. Dionne, afilhada de Amy, compartilha seus altos e baixos e material de arquivo inédito dos tempos que passou com a cantora durante cerca de uma hora.

"Não posso mensurar o quão terapêutica esta jornada tem sido para mim. Finalmente, posso avançar para o próximo capítulo da minha carreira, sabendo que lidei com emoções que foram enterradas por anos. Espero que este documentário apresente Amy como mais do que apenas uma pessoa lutando contra o vício e, em vez disso, mostre a pessoa incrível que minha madrinha era", conta Bromfield.

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Amy

Não se tratam dos primeiros documentários sobre a cantora. Em 2016, o diretor Asif Kapadia recebeu o Oscar de melhor documentário em longa-metragem por Amy, uma desconfortável biografia que aborda o declínio da cantora e sua relação com o uso exagerado de drogas, seu marido Blake Fielder-Civil e o frequente assédio dos paparazzi que faz o público refletir se, durante os últimos anos da jovem, não acabou contribuindo para sua morte precoce aos 27 anos.

À época, seu pai, Mitch Winehouse, por vezes retratado como oportunista, criticou a produção: "O filme é equivocado e desequilibrado. Todo mundo que participou da produção desse documentário deveria se envergonhar. Minha relação com a Amy era repleta de amor. Tínhamos alguns problemas, como qualquer família. Mas, no geral, a gente se amava muito".

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Amy Winehouse no Streaming

Além do documentário que será disponibilizado pelo Paramount+, os fãs brasileiros de Amy Winehouse não têm acesso a muitas obras sobre a cantora - os catálogos da Netflix e do Amazon Prime Video, por exemplo, não contam nenhuma produção sobre ela no País. Os assinantes do pacote Globoplay + Canais Ao Vivo do streaming da Globo, por sua vez, podem assistir a duas produções.

Amy Winehouse Back to Black: Classic Albums, filmado em lugares onde o álbum mais conhecido da cantora foi gravado, traz entrevistas com produtores, além dos momentos de cantoria. Já Amy Winehouse - Live At Shepherds Bush é a gravação de um show ao vivo da cantora realizado em Londres.

Em outra categoria

Anora foi o grande vencedor do prêmio de Melhor Filme do Oscar 2025. Ainda Estou Aqui, longa brasileiro que concorria na categoria, não foi escolhido pelos votantes.

O longa custou US$ 6 milhões para ser produzido - um dos menores orçamentos da história da premiação - e, nas últimas estimativas, faturou cerca de US$ 38 milhões de bilheteria ao redor do mundo.

Indicações de 'Anora' ao Oscar 2025

Anora foi indicado em seis categorias no Oscar 2025: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição.

Outros prêmios

Em maio de 2024, Anora venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e se colocou como um sério concorrente ao Oscar. Ao longo da temporada, no entanto, viu os filmes rivais ganharem mais destaque e, apesar de ser bastante elogiado pela crítica, passou a ser tratado como um azarão.

A maré mudou nas últimas semanas. Surpreendentemente, o longa venceu o prêmio de Melhor Filme no Critics Choice Awards. Confirmando o bom momento, também foi vitorioso no Directors Guild Awards, no Producers Guild Awards e no Writers Guild of America Awards, três dos principais prêmios dos sindicatos de Hollywood.

Sobre o que é

Em Nova York, a jovem stripper Anora (Mikey Madison) conhece o filho de um oligarca russo e engata um improvável romance. Após um casamento impulsivo em Las Vegas, a família de Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn) planeja retornar para os Estados Unidos com um único objetivo - anular a união entre o casal. Descrito como um "conto de fadas às avessas", o longa subverte a história da Cinderela para falar sobre as falhas do Sonho Americano.

Elenco

Em Anora, Mikey Madison interpreta Ani, uma jovem stripper que se deslumbra com a vida de luxos que o dinheiro pode proporcionar. O papel rendeu a atriz uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Já Mark Eydelshteyn é Ivan Zakharov, filho de um oligarca russo que contrata os serviços de Ani por tempo indeterminado.

Yura Borisov interpreta Igor, um capanga russo da família Zakharov. O papel rendeu ao ator uma indicação ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Completam o elenco Karren Karagulian e Vache Tovmasyan, que interpretam outros dois capangas da família Zakharov, e Aleksei Serebryakov e Darya Ekamasova, que vivem o pai e a mãe de Ivan, respectivamente.

Entrevistas

Em entrevista ao Estadão, Sean Baker e Mikey Madison discorreram sobre o que torna Anora um longa tão único. Em especial, falaram sobre a temática de trabalhadores sexuais - uma constante no trabalho de Baker - e sobre como o filme busca quebrar as expectativas do público.

"Sempre pensei em Anora como algo fora do 'mainstream' e um pouco divisivo por causa de seus temas, mas ele parece estar agradando às pessoas de maneira universal. E isso é maravilhoso", afirmou Sean Baker.

Críticas

O filme foi bastante elogiado pela crítica internacional. No site Rotten Tomatoes, que agrega análises de profissionais da indústria, o longa conta com 93% de aprovação. No New York Times, a obra de Sean Baker foi descrita como o "nascimento de uma estrela".

"Esse papel exige que ela [Mikey Madison] vá ao extremo, com elementos de pastelão, romance, comédia e tragédia, além de dançar com pouquíssima roupa e dar uns socos poderosos", escreveu a crítica Alissa Wilkinson. "E a cada momento Madison fica mais fascinante."

"Anora é uma fábula moderna e obscena, povoada por strippers e capangas. Como a maioria dos filmes de Baker, fala sobre os limites do sonho americano, sobre as muitas paredes invisíveis que se interpõem no caminho das fantasias de igualdade e oportunidade, sobre como se erguer pelas próprias pernas", finalizou.

Polêmicas

A principal polêmica de Anora decorreu da falta de um coordenador de intimidade no set de filmagem de Sean Baker. O cargo, que vem ganhando cada vez mais importância em Hollywood, é responsável por supervisionar cenas íntimas que envolvam sexo simulado e nudez.

Em uma era pós-Me Too, o trabalho do supervisor garante que todos os envolvidos se sintam seguros e possam se manifestar caso algo os deixe desconfortável. Em Anora, cenas de sexo e nudez compõem uma boa parte do filme. Baker e a equipe, no entanto, optaram por não utilizar um coordenador de intimidade durante as gravações do longa.

"Foi uma escolha que fiz. A produção me ofereceu, se eu quisesse, um coordenador de intimidade", afirmou Mikey Madison no quadro Actors on Actors, da Variety. A atriz explicou que a decisão foi tomada por ela e por Mark Eydelshteyn e que, apesar da polêmica, a experiência foi extremamente positiva para ela.

Onde assistir

Em cartaz, Anora estreou nos cinemas brasileiros em 23 de janeiro. Não há previsão, no momento, para exibição em plataformas de streaming.

Os indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2025

Anora

O Brutalista

Um Completo Desconhecido

Conclave

Duna: Parte 2

Emilia Pérez

Ainda Estou Aqui

Nickel Boys

A Substância

Wicked

'O Brutalista' vence Oscar de melhor trilha sonora. O filme disputou categoria com Conclave, O Robô Selvagem, Wicked e Emilia Pérez. O longa venceu prêmio de melhor fotografia também.

Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional na noite deste domingo, 3. É o primeiro longa brasileiro a conquistar o feito. O diretor Walter Salles dedicou prêmio a Eunice Paiva. Ele também dedicou estatueta a Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. "É uma coisa extraordinária", disse sobre vitória.

A produção superou os concorrentes Emília Pérez (França), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha), A Garota da Agulha (Dinamarca) e Flow (Letônia). O francês, que venceu o Prêmio do Júri em Cannes 2024 e foi indicado a 13 categorias do Oscar, incluindo a de melhor filme, foi considerado como o favorito nos primeiros momentos da disputa, mas acabou se envolvendo em diversas polêmicas.