Último palacete ainda de pé na Paulista deve abrigar museu

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O governo de São Paulo lançou um chamamento público para estudos de concessão à iniciativa privada do Palacete Joaquim Franco de Mello, última construção ainda em pé da primeira fase residencial da Avenida Paulista, no centro da capital. O objetivo é restaurar o casarão para abrigar o Museu da Gastronomia do Estado de São Paulo. Objeto de litígio entre a família e o governo estadual, o imóvel sofreu processo de deterioração e atualmente está fechado.

O ato de chamamento, pelas secretarias estaduais de Cultura e Economia Criativa, e Projeto, Orçamento e Gestão, foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 16. Os interessados podem se inscrever até o dia 2 de agosto e acessar os regulamentos nos sites das secretarias. A concessão será por 35 anos.

Além de restauro e conservação da residência, o estudo prevê a edificação de um anexo à construção atual, que ocupa terreno de 2 mil metros quadrados. O imóvel é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e, também, pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) do Estado desde 1992.

De acordo com Frederico Mascarenhas, chefe de gabinete da Secretaria de Cultura, o plano é transformar o casarão e seu entorno em uma referência gastronômica. "A cidade de São Paulo é um polo gastronômico nacional e a gastronomia é um dos pilares da economia criativa. A ideia é atrair empreendedores interessados em recuperar e explorar esse espaço, que é um dos mais nobres da capital", disse.

A construção do anexo visa a dar a estrutura necessária para a exploração do potencial econômico que deve surgir com a revitalização do palacete. "O terreno é amplo e dá para fazer o anexo preservando o visual do casarão e do entorno. Como são prédios tombados, nós fomos atrás do aval dos patrimônios históricos municipal e estadual", explicou.

A nova tentativa de restaurar o palacete acontece após o fracasso de uma parceria entre o Estado e o Serviço Social da Indústria (Sesi) de instalar o Museu da Ciência no local. O acordo foi anunciado em novembro de 2019 pelo governo estadual, porém, segundo o chefe de gabinete, o advento da pandemia em 2020 levou o Sesi a desistir do projeto. Antes, havia sido proposta a instalação de um museu LGBT no local.

Mascarenhas lembra que os novos estudos indicaram a concessão como melhor forma de recuperar um patrimônio relevante da capital. O avanço do projeto depende do interesse dos futuros parceiros. "Temos várias experiências bem sucedidas, entre elas a concessão do Zoológico e Jardim Botânico, concluída em fevereiro deste ano."

O número 1919

Localizado no número 1919 da Paulista, o palacete é o único imóvel remanescente da primeira fase residencial da avenida, entre os anos de 1891 e 1937 quando membros da alta sociedade paulistana, formada por fazendeiros do café, donos de indústrias e comerciantes abastados, ali ergueram suas elegantes residências.

O casarão foi construído em 1905, pelo construtor português Antônio Fernandes Pinto, em estilo eclético, com influências da arquitetura europeia. O imóvel de 600 metros quadrados de área construída possui 35 cômodos internos e uma grande área verde, incluindo um jardim lateral, totalizando 4,7 mil metros quadrados.

Durante muitos anos, o casarão foi a residência da família do coronel Joaquim Franco de Mello, um rico fazendeiro, que fundou uma cidade no interior e deu a ela o nome de sua esposa, Lavínia. Conta-se que o coronel não ficou satisfeito com a obra e mandou buscar na França um arquiteto para deixá-la ao seu gosto. O palacete foi reinaugurado em 1912. Franco de Mello e a esposa ocuparam o imóvel com os três filhos do casal, Raphael, Rubens e Raul Franco de Mello.

Depois de amargar um período de abandono e sofrer vandalismo, em 2006, o casarão voltou a ser ocupado por um descendente da família, Renato Franco de Mello. O herdeiro conservou o requintado mobiliário que ornava os salões, como o jogo de sofás Chesterfield de couro amarelo e banco de jacarandá do século 19, em estilo dom João V. Com a morte de Renato em 2019, o estado obteve a posse definitiva do palacete.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Uma pintura de Mark Rothko avaliada em US$ 56 milhões (R$ 318 milhões na cotação atual) foi danificada após uma criança "riscá-la" durante uma visita a um museu na Holanda.

O caso aconteceu na semana passada. O quadro era exibido como peça de destaque no Museu Boijmans Vans Beuningen, em Roterdã.

À BBC, um porta-voz do museu descreveu o dano como superficial. "Pequenos arranhões são visíveis na camada de tinta sem verniz na parte inferior da pintura", explicou.

"Foram requisitados especialistas em conservação na Holanda e no exterior. Atualmente, estamos pesquisando os próximos passos para o tratamento da pintura", completou.

A gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, Sophie McAloone, disse ao veículo que pinturas modernas sem verniz, como a de Rothko são "particularmente suscetíveis a danos" por causa da "combinação de materiais modernos e complexos, da ausência de uma camada de revestimento tradicional e da intensidade dos campos de cores planas, que tornam até as menores áreas de danos instantaneamente perceptíveis."

"Nesse caso, arranhar as camadas superiores de tinta pode ter um impacto significativo na experiência de visualização da peça", concluiu.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Manoel Carlos, de 92 anos, reapareceu nas redes sociais nesta terça-feira, 29, em uma foto publicada pela filha, a atriz e empresária Júlia Almeida.

A imagem, que mostra pai e filha no apartamento onde vivem no Rio de Janeiro, marca a primeira aparição pública do autor desde que enfrentou uma piora no estado de saúde.

Conhecido por novelas como Laços de Família, Por Amor e Mulheres Apaixonadas, Manoel Carlos sofre de Parkinson e passou por uma cirurgia em dezembro.

Desde então, mantém uma rotina mais reservada. Em janeiro, Júlia negou rumores de que o pai estaria isolado e afirmou que o recolhimento foi uma escolha dele próprio.

"Ele é uma pessoa discreta, que pediu para ficar mais recluso. Está bem cuidado, com equipe médica e ao lado da minha mãe, como ele escolheu estar", declarou na ocasião.

Na legenda da publicação mais recente, Júlia compartilhou uma reflexão sobre pausas, simplicidade e criação com propósito. Sem mencionar diretamente o estado de saúde do pai, ela escreveu: "Pausar não é se afastar. É voltar pro corpo, pro que é simples, pro que já está aqui".

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O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou nesta quarta-feira, 30, uma seleção de artistas que vão se apresentar na 8ª edição do Prêmio Sim à Igualdade Racial. A iniciativa tem o propósito celebrar pessoas negras e indígenas, empresas e iniciativas que se destacam na luta pela igualdade racial no País.

João Gomes, Sandra de Sá, Belo, Gaby Amarantos e Djonga se unem a JotaPê, Majur e Os Garotin e vão se apresentar durante a cerimônia, que será realizada no próximo dia 7 de maio, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Os melhores momentos serão transmitidos na Globo no dia 25, após o Fantástico.

Completam o line-up Altayr Veloso, cantor e compositor carioca; Dom Filó, DJ, produtor cultural e ativista do Movimento Negro; Maria Preta, rapper e poeta; Zaynara, cantora e compositora paraense; Kena Maburo, artista indígena, e Ilê Aieyê, primeiro bloco afro do Brasil, além das finalistas Djuena Tikuna e Kaê Guajajara, artistas e ativistas indígenas

"Nesta edição, reunimos artistas que representam a alma da música brasileira e que, com sua arte, reforçam a urgência da igualdade racial. Cada show é uma manifestação de afeto, ancestralidade e resistência", afirma o diretor Tom Mendes.

Além de premiar os destaques nos três segmentos principais, cultura, educação e empregabilidade, o prêmio neste ano também promete levantar questões relativas à mudança climática e a pautas de gênero, e buscar diálogos direcionados às regiões Norte e Nordeste do País.