Apesar da vacinação, especialistas veem risco de nova onda

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Com o espalhamento da Delta no Brasil, especialistas alertam para o risco de uma nova onda, apesar do avanço da vacinação pelo País. Um dos obstáculos para a nova variante no Brasil é vencer a Gama, que teve origem em Manaus e hoje é a cepa predominante.

"Não podemos relaxar; precisamos rastrear os casos e os contatos, isolar as pessoas, reforçar a vigilância epidemiológica e genômica, manter as medidas de isolamento e uso de máscara, e ampliar a vacinação", enumera a presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Gulnar Azevedo e Silva, professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio (Uerj). "Se nada disso for feito, corremos o risco, sim, de termos uma quarta onda."

Estudos mostram que a Delta é mais transmissível do que as demais cepas, mas não necessariamente mais agressiva. Cientistas ressaltam que a variante se espalhou em países onde boa parte da população já está vacinada. Isso poderia explicar o baixo número de internações e mortes. Já se sabe também que apenas a primeira dose de um imunizante pode não ser suficiente para barrar a infecção. É complexo prever como a Delta se comportaria no Brasil, que tem menos de 20% da população imunizada com duas doses.

"É difícil avaliar porque não temos nenhum outro país com a mesma situação epidemiológica do Brasil para comparar", afirmou o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul. "Os países europeus tiveram medidas de controle muito mais rígidas e estavam com a vacinação mais avançada."

Segundo o especialista, o ideal é tentar evitar, pelo maior tempo possível, a transmissão comunitária da Delta no Brasil. É muito provável, porém, que ela já esteja circulando no Rio e em São Paulo.

"Temos que fazer a identificação dos casos, rastrear os contatos, mesmo os assintomáticos, quarentenando as pessoas", disse Spilki. "Ainda dá pra fazer isso. Quando estivermos com centenas ou milhares de casos, não será mais possível."

Presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Guimarães, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acha cada vez mais difícil fazer previsões sobre a pandemia. Mas avalia que ainda é possível que a predominância da variante Gama no País impeça a disseminação da Delta.

"Nossas fronteiras são tão ou mais porosas do que a dos outros países, claramente já fomos expostos à Delta", pondera. "Se ela ainda não é predominante é porque algo a está impedindo." Guimarães chama atenção também para o fato de que o Rio é o Estado que faz o maior número de sequenciamentos genéticos do vírus. São 800 amostras por mês, em média. Essa peculiaridade pode criar uma percepção alterada da presença da Delta. "Os números ainda são tímidos para chegarmos a qualquer conclusão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."