Escolhas são o tema de 'Power Book III'

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Logo no primeiro episódio de Power Book III: Raising Kanan, o segundo spin-off da série Power, o personagem do título, Kanan (Mekai Curtis), tem a chance de ir para uma escola de elite, que pode dar-lhe um futuro melhor. Mas ele escolhe outro caminho - afinal, trata-se do personagem que, em Power, série sobre um chefão do crime em Nova York, é parceiro e adversário do protagonista Ghost e interpretado por 50 Cent. Power Book III: Raising Kanan, que já teve a segunda temporada confirmada, acabou de estrear no serviço de streaming Starzplay, com dez episódios semanais todos os domingos.

Se, em Power, Kanan está mergulhado nas disputas do crime, que vão terminar em morte, aqui, nos anos 1990, ele é um adolescente de 15 anos, interpretado por Mekai Curtis. "É engraçado porque sabemos para onde esse personagem vai, quem ele é", disse Curtis em entrevista ao Estadão. "Então vamos à origem. Como ele tem só 15 anos, dá para começar com a tela em branco. Ao mesmo tempo, queremos sugerir o que 50 Cent construiu ao longo dos anos."

Para interpretar o personagem, Mekai Curtis teve algumas conversas com 50 Cent. "Ele me fazia muitas perguntas: o que eu estava pensando, o que eu estava fazendo na época", lembra o rapper e produtor da série, que acredita que as pessoas vão curtir voltar aos anos 1990. "Acho que vão gostar de ver a música, a moda, os cabelos daquela época", contou 50 Cent.

Em Power Book III, Kanan é filho único e vive com a mãe, Raquel (Patina Miller), chefona do tráfico no Queens nos anos 1990. Raquel quer uma vida diferente para o menino, que teve ainda adolescente. Por isso, a oferta de ir para uma escola particular, de elite. "Raquel sabe que está criando um homem negro neste mundo em que vivemos", disse Miller ao Estadão. "Raq sabe que para ele é diferente, vai ser mais difícil. Ela viu o que aconteceu com outros homens em sua vida e não quer que seu filho passe por isso. Vai armá-lo de todos os meios necessários para que seja o melhor possível."

Mas Kanan acaba recusando a proposta, alegando não querer viver num mundo de brancos - o que, sem dúvida, é um motivo mais do que válido. E termina entrando no mundo do crime, muito para defender a mãe. "Ele acredita estar fazendo algo que precisa ser feito", explicou Miller. "Que está assumindo responsabilidade, tornando-se homem. Ele tem 15 anos, acha que precisa cuidar da mãe porque é o homem da casa." Claro que nem sempre o que parece uma escolha é, realmente. "A série fala de família, amor e escolhas", revelou Mekai Curtis. "Porque algumas situações na vida nascem da necessidade. Kanan vive em um ambiente e em certas circunstâncias e precisa tomar decisões baseado no instinto de sobrevivência. Então quanto uma decisão baseada na sobrevivência é realmente uma escolha?", perguntou Curtis.

Mekai Curtis espera que a série, mesmo cheia de ação e drama familiar, com traições e decepções, desmantele preconceitos sobre jovens negros. Patina Miller também. "Uma das razões pelas quais gosto de poder contar essa história é falar que ninguém nasce assim. Kanan não nasceu louco como aquele personagem que conhecemos de Power", analisou a atriz. "Conseguimos entender de onde ele vem, que é amado por sua mãe e por sua família. Eles todos podem usar armas, traficar drogas, mas são humanos."

É a primeira vez no universo Power que uma mulher é, de fato, a protagonista da história, mesmo que haja personagens femininas fortes anteriores, como Tasha St. Patrick (Naturi Naughton) e Monet (Mary J. Blige). Para Patina Miller, é uma oportunidade também de apresentar uma mulher negra com mais complexidade. "Os homens sempre mostram com conforto seu poder. E as mulheres podem fazer isso também. Podem querer as mesmas coisas com a mesma ferocidade, ser duronas", garantiu a atriz.

Para ela, porém, uma mulher negra em geral é vista de forma unidimensional. "Muitas vezes, as mulheres negras são vistas como fortes e bravas", disse a atriz. "E podemos ser, claro. Raquel é e carrega o mundo nas costas, não só seu filho Kanan, mas toda a família. E isso é comum para as mulheres negras, costumamos cuidar de todo mundo, carregarmos o trauma e a dor e seguir em frente. Nós conseguimos fazer isso. Mas o mais interessante para mim é mostrar que uma mulher assim forte pode ser sexy, vulnerável, capaz de amar. Nós não vemos essa tridimensionalidade com frequência na televisão. Só somos vistas como monólitos. Se uma mulher negra é forte, ela é só isso. Então, para mim, era fundamental explorar todas as camadas de Raquel, todo o trauma, os erros, a culpa, mas também o resto."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Lady Gaga publicou uma texto emocionante agradecendo seus fãs pelo show gratuito que realizou na noite deste sábado, 3, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Na publicação, ela compartilhou fotos com uma das roupas usadas na apresentação e um vídeo da multidão que a assistia.

Gaga disse que nada poderia prepará-la para o sentimento de "orgulho e alegria absolutos" ao cantar para o público brasileiro, afirmando que ficou sem fôlego ao ver a multidão durante as primeiras músicas do show.

Ela também agradeceu ao público, citando que 2,5 milhões de pessoas compareceram à praia de Copacabana, "o maior público para uma mulher na história" - vale pontuar que a informação sobre o recorde feminino é correta, mas a prefeitura estimou um público de 2,1 milhões. Em 2024, Madonna reuniu 1,6 milhões de pessoas.

A artista ainda agradeceu à paciência dos fãs, que aguardaram 12 anos para um retorno da cantora ao País (em 2017, ela cancelou uma apresentação no Rock in Rio): "Obrigada, Rio, por esperar meu retorno. Obrigada aos monstrinhos [little monsters, como são chamados os fãs da cantora] de todo o mundo. Eu amo vocês. Jamais esquecerei este momento."

Leia o texto na íntegra

"Nada poderia me preparar para o sentimento que tive durante o show de ontem à noite - o orgulho e a alegria absolutos que senti ao cantar para o povo do Brasil. A visão da multidão durante minhas músicas de abertura me deixou sem fôlego.

Seu coração brilha tanto, sua cultura é tão vibrante e especial, que espero que saibam o quanto sou grata por ter compartilhado esse momento histórico com vocês. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas vieram me ver cantar, o maior público para uma mulher na história.

Gostaria de poder compartilhar esse sentimento com o mundo inteiro - sei que não posso, mas posso dizer o seguinte: se você perder o rumo, pode encontrar o caminho de volta se acreditar em si mesmo e trabalhar duro.

Você pode se dar dignidade ensaiando sua paixão e sua arte, esforçando-se para alcançar novos patamares - você pode se elevar, mesmo que isso leve algum tempo.

Obrigada, Rio, por esperar meu retorno. Obrigada aos monstrinhos [little monsters, como são chamados os fãs da cantora] de todo o mundo. Eu amo vocês. Jamais esquecerei este momento. Patas para cima, monstrinhos. Obrigada [em português]. Com amor, Mãe Monstro."

Lady Gaga dedicou uma música para o noivo, Michael Polansky, durante seu megashow no Rio de Janeiro, na noite de sábado, 3. A cantora americana levou um público de 2,1 milhões de pessoas à praia de Copacabana, segundo a prefeitura da cidade.

"Michael, vou cantar essa canção para 2 milhões de pessoas. Isso é o quanto eu te amo", disse ela na apresentação de Blade of Grass, música do álbum Mayhem que Gaga escreveu em homenagem ao parceiro.

Polansky tem 46 anos, nasceu no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, e trabalha com investimentos. Segundo seu perfil no Linkedin, ele se formou na universidade de Harvard e tem um diploma em matemática aplicada e ciências da computação.

Atualmente, ele tem funções em diversas empresas e fundações sem fins lucrativos. Ele ajudou a criar a Fundação Parker, em 2015, ao lado de Sean Parker, um dos fundadores do Facebook, que tem o objetivo de criar mudanças positivas na saúde pública global.

Ele também é creditado como sócio fundador da Hawktail, uma empresa de capital de risco "que investe em tecnologia de estágio inicial e transformacional em ciências da vida, tecnologia climática, tecnologia profunda e software", e da Outer Biosciences, que tem como missão "melhorar a saúde da pele humana."

Ele e Gaga foram apresentados pela mãe da cantora, Cynthia Germanotta, em 2019. Assumiram o namoro publicamente no ano seguinte e revelaram o noivado em 2024. O empresário costuma acompanhar a cantora em turnês e shows - incluindo no Rio - e já compareceu com ela em eventos da indústria da música.

O megashow de Lady Gaga na praia de Copacabana na noite deste sábado, 3, teve repercussão na mídia internacional. Veículos estrangeiros destacaram o público recorde de 2,1 milhões de pessoas, que superou o da apresentação de Madonna (1,6 milhão) no ano passado.

O britânico The Guardian acompanhou a apresentação diretamente do Rio e entrevistou fãs da cantora na praia carioca, incluindo mãe e filha que vieram do Chile para a apresentação. O jornal disse que "a atmosfera era parte frenesi, parte reverência durante a 'ópera gótica' de cinco atos".

A revista americana Variety, tradicional na área do entretenimento, chamou a atenção para o fato de que aquele foi o maior público da carreira de Lady Gaga e o maior de um show feminino em Copacabana (o recorde geral é de Rod Stewart - veja aqui o ranking).

Outro portal americano, o NPR escreveu que "alguns fãs, muitos deles jovens, chegaram à praia de madrugada para garantir um bom lugar, munidos de lanches e bebidas", e aguardaram ao longo dia sob um sol escaldante.

O site alemão Deutsche Welle (DW) também repercutiu o tamanho do público que compareceu ao show e comentou o objetivo da cidade do Rio de Janeiro de ter um megashow em Copacabana todo ano no mês de maio até 2028.

Já o britânico The Telegraph disse que a apresentação "impulsionou" a economia do Rio de Janeiro, repercutindo a informação da prefeitura de que a estimativa era que o show gerasse R$ 600 milhões para a cidade.

A rede britânica BBC também conversou com fãs no local e lembrou que Gaga não se apresentava no Rio desde 2012, já que havia cancelado uma apresentação no Rock in Rio 2017.

"Uma grande operação de segurança foi montada, com 5 mil policiais de plantão e os participantes tendo que passar por detectores de metal. As autoridades também usaram drones e câmeras de reconhecimento facial para ajudar a policiar o evento", destacou o veículo.

O show de Lady Gaga no Rio também repercutiu em veículos como o jornal Público, de Portugal, a CNN americana e as agências de notícias Reuters e Associated Press.