Órgão ambiental usa brigadista para segurança

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Com estrutura já estrangulada, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável por fiscalizar as unidades de conservação do País, tem usado a força de trabalho de seus brigadistas para fazer a proteção de suas sedes, equipamentos e bens apreendidos em operações. O instituto nega que haja desvio de função.

Na prática, os funcionários que deveriam se concentrar em ações de fiscalização e proteção das florestas federais são deslocados para serviços de segurança. Isso, segundo a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), se configura em desvio de função e expõe os funcionários a situações para as quais não foram preparados.

O caso foi levado dia 21 à presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, e ao procurador-geral Alberto Bastos Balazeiro, do Ministério Público do Trabalho. Em ofício, a Ascema diz ser situação irregular que tem ocorrido nas sedes do ICMBio em todo o País.

Desde 28 de abril, os brigadistas do ICMBio, chamados pelo órgão de agentes temporários ambientais, passaram a ser contratados por concurso simplificado e por tempo determinado, de seis meses a dois anos. A Ascema afirma que, até pouco tempo atrás, o instituto dispunha de vigilância armada, contratada para a finalidade de vigilância patrimonial 24 horas por dia, como ainda ocorre nas sedes do Ibama, por exemplo, outra autarquia vinculada ao Meio Ambiente. "Hoje em dia, não há mais vigilância armada contratada no ICMBio, mas sim 'porteiros' desarmados, terceirizados, os quais, aos poucos, o instituto vem substituindo pelos brigadistas", diz a associação.

A associação lembra que as sedes do ICMBio, espalhadas pelo País, têm patrimônio de alto valor, como caminhonetes, barcos motorizados, motocicletas, quadriciclos e demais equipamentos de apoio, além de material administrativo, como computadores e mobiliário. Paralelamente, essas mesmas estruturas são usadas para guardar boa parte do patrimônio apreendido nas operações de fiscalização ambiental, que costumam incluir veículos, máquinas de grande porte, barcos e motores.

Expostos nas bases regionais, brigadistas passaram a ser alvos de violência, como em Roraima, quando houve ataques criminosos de garimpeiros em unidades de conservação e na terra indígena Yanomami.

No dia 31 de maio, três brigadistas e a mulher de um deles foram atacados na área quando estavam de plantão, fazendo vigilância patrimonial na sede da Estação Ecológica Maracá, na cidade de Alt Alegre, em Roraima. A área é conhecida pela atuação de milhares de garimpeiros e membros de facções criminosas, que transitam com barcos, armados com fuzis, conforme as imagens divulgadas pelos próprios indígenas da região.

No ataque, oito garimpeiros encapuzados e fortemente armados fizeram brigadistas de reféns, além de fiscais do ICMBio. O grupo levou todo o patrimônio que havia sido apreendido numa recente operação, além de boa parte do patrimônio do ICMBio.

Previsto em lei

Procurado, o ICMBio negou que esteja usando funcionários para função sem ligação com suas obrigações. "O ICMBio informa que não há desvio de função e que todos os processos seletivos para a contratação de servidores públicos temporários estão de acordo com os diplomas legais e normativos vigentes", disse.

Segundo órgão, artigo da Lei 13.668/2018, que autoriza o órgão a criar e administrar um fundo privado com recursos da compensação ambiental federal, prevê "a possibilidade de o agente temporário colaborar na proteção e apoio operacional à gestão das unidades de conservação".

O Instituto Chico Mendes ainda que a Instrução Normativa 01/2021 do órgão "prevê a contratação de servidores públicos temporários para diversas áreas temáticas" e que o "servidor temporário poderá atuar em atividades de apoio ao monitoramento patrimonial e ambiental".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A atriz espanhola Karla Sofía Gascón, protagonista de Emilia Pérez, se manifestou nesta terça-feira, 4, em seu Instagram e respondeu às piadas feitas às suas custas durante a cerimônia do Oscar. No evento, o comediante Conan O'Brien brincou com as polêmicas envolvendo falas antigas e preconceituosas da artista.

"Anora usa a 'palavra com F' [um palavrão em inglês] 479 vezes. São três a mais que o recorde atingido pelo agente de Karla Sofía Gascón", falou o apresentador. No começo de fevereiro deste ano, publicações preconceituosas da atriz ressurgiram na internet e danificaram a reputação do longa francês. Indicado em 13 categorias, o musical saiu com somente duas estatuetas - Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original.

"Obrigado aos membros da Academia pela nomeação como melhor atriz principal, pelo convite para a gala; gostei muito, muito divertido e divertido, especialmente seu anfitrião fabuloso Jimmy Kimmel, ele é fantástico. A cada dia, ele se parece mais com o grande Conan O'Brien", brincou a atriz.

A piada de Karla se refere a outra brincadeira de O'Brien. Durante o seu monólogo, ele provocou novamente a atriz espanhola. "Karla, se você for reclamar do Oscar, lembre-se: meu nome é Jimmy Kimmel", disse o comediante, citando o antigo apresentador do Oscar.

Karla Sofía Gascón chegou a ser indicada ao prêmio de Melhor Atriz, tornando-se a primeira mulher trans a alcançar tal feito. Ela, no entanto, perdeu para Mikey Madison, protagonista de Anora.

Emilia Pérez foi derrotado por Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional e por Anora em Melhor Filme.

A atriz mexicana Salma Hayek comemorou, nesta terça-feira, 4, a premiação de Ainda Estou Aqui no Oscar no último domingo, 2. O filme de Walter Salles foi o grande vencedor na categoria de Melhor Filme Internacional.

"Eu te amo, Brasil", escreveu Salma em uma publicação do Instagram que trazia o cartaz do longa. Ela também parabenizou Walter, Fernanda Torres e a equipe do filme "por fazerem história e levarem a primeira estatueta dourada ao Brasil". "Bravo, muito merecido", disse, em português.

Ainda Estou Aqui disputou a categoria com Emília Pérez, longa tido, inicialmente, como o favorito ao prêmio. A trama é ambientada no México e recebeu críticas de mexicanos por, supostamente, estereotipar o país.

Zoe Saldaña, que atua no filme, chegou a responder às críticas após receber o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. "Fizemos um filme sobre quatro mulheres, e essas mulheres poderiam ser russas, dominicanas, negras, israelenses, de Gaza", disse.

Salma Hayek também chegou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 2003 por seu papel como Frida Kahlo em Frida. À época, a vencedora foi Nicole Kidman.

Confira a publicação aqui

A derrota do Oscar de Melhor Atriz e Melhor Filme por Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui para a americana Mikey Madison e Anora, filme independente dirigido pelo norte-americano Sean Baker, ainda tem abalado os ânimos dos brasileiros e é tema central do carnaval de rua em 2025. Ainda Estou Aqui ganhou na categoria "Filme Internacional".

Nesta terça, 4, os foliões adaptaram a marchinha Aurora, escrita por Mário Lago e Roberto Roberti em 1941, para calibrar o clima de rivalidade. (Veja o vídeo abaixo)

"Se você fosse sincera, ô ô ô ô, Anora. Devolvia o nosso Oscar, ô ô ô ô, agora", canta um grupo de pessoas em um bloco de rua não identificado. O vídeo viralizou nas redes sociais.

Na adaptação, é pedido que Anora entregue os prêmios aos brasileiros. Boa parte do público ficou revoltada com a escolha da Academia pelo filme independente e pela jovem atriz Mikey Madison, de 25 anos.

A torcida do Brasil era para que, principalmente, Fernanda Torres levasse o título de "Melhor Atriz" na maior premiação do cinema. A própria atriz se pronunciou dizendo que o resultado foi justo e pedindo para que fãs não enviem mensagens de ódio a Mikey Madsona.