Cantor João Fênix lança o álbum 'Gotas de Sangue'

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A fragilidade e a melancolia encontram um lugar de conforto na alma do cantor João Fênix. Não que ele seja uma pessoa triste - longe disso. Mas ele, nesse arriscado aconchego, consegue enxergar e extrair o belo. Por isso, quando a pandemia chegou, Fênix, ao observar a nova condição humana, achou que era o momento de expor esses sentimentos. E revelá-los aos poucos, gota por gota.

O resultado está no álbum Gotas de Sangue que chega às plataformas digitais nesta sexta, 23. Acompanhado apenas pelo pianista Luiz Otávio, Fênix interpreta canções de Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Angela Ro Ro, Dolores Duran, Ivor Lancelotti, Zeca Veloso, entre outros.

Uma das que Fênix gravou de primeira é Lígia, clássico assinado apenas por Tom Jobim. A canção é a terceira do álbum - e todas elas estão postas em uma ordem que, pela concepção de Fênix, ajudam a percorrer um roteiro de sentimentos.

A que abre esse caminho é Quixeramobim, de Ivor Lancelotti e Roque Ferreira, e fala em "quindins do meu querer" e da busca por um lugar onde se possa viver melhor, no caso, onde há chuva - e menos sofrimento - no sertão nordestino.

A segunda é Todo Homem, de Zeca Veloso, que, segundo Fênix, é o arco emocional do álbum e mostra toda a fragilidade do homem, independentemente de sua sexualidade, perante a vida e o feminino. A música do filho de Caetano, lançada em single de 2017, traz um registro agudo, de voz de cabeça - com menos potência - que ficou muito característica. Fênix percorreu outro caminho para dar sua personalidade à música. "Eu fiz voz de peito (mais densa), começando pelo meu limite mais grave e, na segunda parte, no meu limite mais agudo, com notas mais curtas", explica.

Além de Lígia, músicas como o afro-samba Tristeza e Solidão, de Baden Powell e Vinicius, ganham interpretação mais contida, com o piano de Luiz Otávio reproduzindo o batuque do violão de Baden no refrão, quando a letra fala da busca da consolação na religião. Fênix considera essa sua melhor gravação no disco.

Outro clássico, Ternura Antiga, de Dolores Duran, que o cantor conheceu na voz de Nana Caymmi, liga-se ao intérprete pelos versos A rua escura/ o vento frio/ Esta saudade, este vazio/ Esta vontade de chorar. "Isso é a minha cara", diz Fénix.

A redenção desses sentimentos, depois de passar pelo Desalento, de Chico Buarque, acontece em O Portão, de Roberto e Erasmo Carlos, uma composição que fala de volta, de reconciliação com o passado. Nessa escolha também há uma questão pessoal. Assim como Ternura Antiga, Roberto gravou O Portão em seu álbum de 1974, ano de nascimento de Fênix. "Minha mãe, que eu perdi aos 5 anos, deve ter ouvido muito esse disco. Tem algo sobrenatural nessa canção, que eu sempre tive contato na minha vida. Para gravá-la, tive de segurar a minha emoção", diz o cantor, que perdeu o pai aos 12 anos. Fênix foi criado pelos tios.

Gota de Sangue, de Angela Ro Ro, fecha o álbum e, depois do reencontro em O Portão, mostra um personagem mais seguro e assertivo em seus desejos. "Venha de manso ouvir o que eu tenho a contar", diz um dos versos. A música saiu como single do álbum e já está disponível nas plataformas digitais.

O encontro com o pianista carioca Luiz Otávio, que acompanha Fênix em todas as canções, estava sendo ensaiado havia algum tempo. Em 2020, os dois chegaram a ensaiar para um show só com músicas do compositor e escritor canadense Leonard Cohen - de Hallelujah - e gravaram algumas canções para um projeto de duetos de Fênix. Ambos foram paralisados pela pandemia. "O Luiz é lindão, um black power incrível. Muito intuitivo. Sempre chega pronto no estúdio", diz o cantor. Luiz Otávio é cego.

O show Gotas de Sangue estreia na sexta, 23, no Teatro Rival Refit, no Rio, em apresentação com público. No dia 29, chega a São Paulo, no Galeria Café. A direção é de Elias Andreato e terá, além de músicas, fragmentos de textos, como um de Caio Fernando Abreu. "O Elias tem uma doçura ao trabalhar com os artistas, a sensibilidade de potencializar o que um cantor tem para dizer com a voz. Estou ansioso para voltar aos palcos", diz Fénix.

Duetos

Assim como grande parte dos artistas, Fênix também remanejou projetos para se adaptar às restrições trazidas pela pandemia. Antes de os encontros se tornarem um risco, ele trabalhava em um álbum audiovisual de duetos, que seria lançado pela gravadora Biscoito Fino. A cantora Joanna era uma das que já tinham gravado sua participação na música Chama, sucesso dela. Ney Matogrosso, Teresa Cristina e Filipe Catto também estavam na lista. As gravações serão retomadas assim que possível. A seleção de repertório é do ex-deputado federal Jean Wyllys.

Dividindo-se entre Rio e Washington, onde mora seu marido, o peruano Dante Negro - eles estão juntos há 10 anos -, Fênix espera por dias melhores para, enfim, colocar todos os projetos em cena.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Augusto Nascimento, filho e empresário de Milton Nascimento, falou pela primeira vez sobre o diagnóstico do pai. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, ele deu detalhes sobre o estado de saúde de Bituca, e explicou que o artista foi diagnosticado com Parkinson há dois anos.

"Isso vem trazendo limitações junto com a idade, junto com a questão da diabetes", explicou. "Só que, em paralelo, ele está super feliz com a vida. Está super empenhado com o lance da Portela, com todas as homenagens e honrarias que ele vem recebendo."

Milton Bituca Nascimento se aposentou dos palcos em novembro de 2022, após uma grande e concorrida turnê nacional. Desde então, embora não tenha abandonado a música, ele tem aproveitado o tempo em família e com amigos, e já declarou que a atividade preferida é assistir a vídeos antigos. Mesmo assim, o cantor segue na ativa. Em fevereiro deste ano, por exemplo, compareceu ao tapete vermelho do Grammy Awards, e concorria à categoria de Melhor Álbum Vocal de Jazz, com Esperanza Spalding.

Neste carnaval, Milton experimentou algo novo e foi tema do samba-enredo da Portela, chamado Cantar Será Buscar o Caminho Que Vai Dar no Sol - Uma Homenagem a Milton Nascimento, criado por André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

Carioca de nascimento e mineiro de coração, Bituca passou pela Marquês de Sapucaí na madrugada desta quarta, 5, como destaque do último carro alegórico da última escola a desfilar no sambódromo. "Hoje é o dia mais feliz da minha vida! Obrigado, Portela. Obrigado todo mundo. Um beijão", escreveu Milton Nascimento, no Instagram, após a homenagem.

A Portela conquistou o 5º lugar após a apuração dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, atrás de Beija-Flor, Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense e Viradouro. A Escola volta para o Desfile das Campeãs no sábado, 8.

Francisco Gil passou alguns dias do carnaval ao lado da mãe, Preta Gil, e falou sobre os próximos planos da cantora. Ela luta contra um câncer no intestino e ficou quase dois meses internada para retirada de tumores.

A declaração foi dada em uma entrevista à Quem. "Ela está bem. Agora está neste momento de recuperação após a cirurgia, se preparando para a próxima etapa do tratamento. Mas estaremos juntos, enfrentando tudo lado a lado", disse.

A filha de Gilberto Gil passou o carnaval em Salvador, na Bahia, e Francisco explicou que ela deve permanecer na cidade por pelo menos 10 dias. "Por enquanto, ela vai ficar um tempo lá [...] Está com o pai, com a família e muito feliz por isso", disse Francisco sobre a mãe. Ele deixou a filha, Sol de Maria, com a avó.

Entenda o caso de Preta Gil

A cantora foi diagnosticada com câncer de intestino no início de 2023. Entre os sintomas que a fizeram suspeitar de um problema de saúde, estavam uma intensa constipação intestinal e fezes achatadas, com muco e sangue.

À época, ela realizou sessões de radioterapia e tratamento cirúrgico. A artista também teve de passar por uma histerectomia total abdominal, procedimento que consiste na remoção do útero.

Após o tratamento primário, Preta entrou em uma fase sem manifestação da doença, comumente chamada de "remissão", segundo médicos ouvidos pelo Estadão. Em outras palavras, o câncer não era mais detectável por exames físicos, de imagem, tomografia e/ou sangue.

Em agosto de 2024, porém, a artista informou que o câncer havia voltado e foi detectado em dois linfonodos, no peritônio - membrana na cavidade abdominal que envolve órgãos como estômago e intestino - e no ureter.

A cantora então passou por uma nova cirurgia no final de janeiro. O procedimento, que durou em torno de 20 horas, também implicou na colocação de uma bolsa de colostomia definitiva. Entenda o que é o procedimento.

A cantora recebeu alta hospitalar em 11 de fevereiro.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Guilherme e Joselma, a dona Delma, conversavam com Thamiris na área externa da casa do Big Brother Brasil 25 na tarde desta quarta-feira, 5, e o fisioterapeuta deu conselhos à sogra, que ainda está desconfortável com sua fofoca sobre Renata, revelada por RoBBB Seu Fifi na última segunda.

Joselma, ao refletir sobre suas interações, admitiu que às vezes sua forma de expressar sentimentos pode não ser a mais adequada, mas que ela observa muito o que acontece ao seu redor. Guilherme a encorajou a ser autêntica e a comunicar seus sentimentos de forma direta: "Fica estranho você falar sobre a pessoa e daqui a pouco a pessoa chegar aqui e dar um beijo, um abraço. Aí soa de outra forma, sabe? Então é melhor às vezes deixar claro a situação", disse, refletindo sobre a surpresa de Renata ao ver revelada a fofoca de Joselma sobre ela.

Dona Delma então relembrou momentos em que Guilherme a alertou. "Ele dizia: 'É bom a senhora dizer para as pessoas que tem carinho pela senhora, as suas maiores afinidades, para depois não se surpreender e não tomar um choque.' Quando eu chamei ela (Vilma) para botar no Sincerão ali, era o que naquela semana tinha me incomodado. Foram coisas que eu fui observando, porque eu fico caladinha, mas observo muita coisa. Só que às vezes a minha forma de expressar não seja correta, sei lá", desabafou.

Guilherme tentou confortá-la e observou que, apesar das dificuldades, é importante não se deixar abater por erros ou inseguranças. "Acho que dentro do seu coração, a senhora está sentindo que teve um erro aqui dentro. E isso está lhe fazendo mal. Só que todo mundo vai errar aqui dentro", disse ele.

E continuou: "A todo momento a senhora pede para te botarem logo no paredão, toda vez que acontece alguma situação e não pode. Eu percebo que, às vezes, quando está tudo bem, a senhora está feliz da vida. Depois do Sincerão, a senhora começou 'Ah, Gui, é bom que tu chegue na final mesmo e que eu vá me embora logo, e que me bote no paredão, e que isso e aquilo', não pode. Na nossa vida, lá fora, quando a gente tem um erro, não entrega as cartas assim. Como Tadeu disse, é melhor cair atirando mesmo, como a Camilla."

Inspirado, o brother falou mais e afirmou que tudo que aconteceu de difícil dentro da casa não é nem metade das coisas que passou do lado de fora: "Às vezes eu não me dou nem o direito de ficar triste aqui dentro. Porque eu sei que isso aqui, lógico, é a grande oportunidade da minha vida. E eu sei que eu já passei, principalmente a senhora (Delma), já passou por coisas muito, mas muito, muito piores do que é isso aqui. Então, qualquer dificuldade que acontece aqui, eu penso que não é nada perto das coisas que eu já vivi lá fora."