'A Vida dos Outros e a Minha', memórias em diálogo com referências literárias

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A Vida dos Outros e a Minha, de Claudia Cavalcanti, nasce da leitura de outro livro, Austerlitz, do alemão W. G. Sebald, uma mistura de memória e imaginação narrada por Jacques Austerlitz, um obcecado por plantas arquitetônicas, como a de Terezín, uma cidade-fortaleza fundada em 1780, que, lembra Cavalcanti, "a partir de 1941 foi um campo de concentração e ao mesmo tempo gueto judeu, para onde eram levados sobretudo idosos e crianças, mas também artistas, professores universitários, banqueiros, médicos".

As trincheiras arquitetônicas discutidas por Austerlitz levaram Cavalcanti de volta aos anos 1984, quando chegou à Alemanha Oriental, ou República Democrática Alemã, comunista, para estudar germanística na Universidade de Leipzig. A escritora e tradutora brasileira permaneceu naquele país por seis anos, tempo suficiente para testemunhar o poderio do Muro de Berlim, construído em 1961, e de outras fortificações que separaram as duas Alemanhas, até a reabertura das fronteiras em 1989.

Cavalcanti menciona no seu "autoensaio", que é como a autora se refere a seu livro, uma frase de efeito repetida inúmeras vezes naqueles anos pelos moradores da Alemanha Oriental: "Se o Muro de Berlim existe para nos proteger do capitalismo, por que então os guardas alemães-orientais apontam armas para os cidadãos de seu país, e não para os inimigos imperialistas?". Essa pergunta se soma a outras, para as quais todos sabiam a resposta, mas não podiam ou não conseguiam verbalizar.

As memórias de Cavalcanti dialogam e se fundem com referências vindas da literatura, como Elias Canetti, Paul Celan e Ingeborg Bachmann, esses dois últimos traduzidos por ela para o português, e com referências vindas do cinema, como A Vida dos Outros (Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007), de Florian Henckel von Donnersmarck, de onde vem o título de seu livro, o qual parece fazer parte do filme.

A Vida dos Outros gira em torno da política de espionagem da antiga Alemanha Oriental, onde, como diz Cavalcanti, "estima-se que havia um espião para cada 6,5 pessoas". O livro de Cavalcanti, cujo enredo segura o leitor do início ao fim como um bom thriller, tem como mote um recente pedido de documentação a seu respeito (se houvesse alguma) ao Stasi (como ficou conhecida a Segurança de Estado da Alemanha Oriental). Enquanto aguardamos a resposta do governo alemão ao pedido de Cavalcanti, acompanhamos a vida da estudante brasileira no Leste Europeu nos anos que antecederam a queda do Muro de Berlim: as cartas enviadas à mãe que, possivelmente, foram interceptadas pelo governo; os conhecidos que fugiam para a Alemanha Ocidental pela Hungria; as manifestações públicas cada vez maiores contra o regime, as quais não eram informadas pela mídia local, mas que foram fotografadas pela autora. Aliás, algumas dessas fotografias integram o livro e enriquecem o seu entrecho.

Entre as muitas histórias narradas por Cavalcanti, chama a atenção uma ida para Praga com amigos, onde se deleitaram nos parques da cidade sem saber que o país estava contaminado pela radiação, após o acidente nuclear em Chernobyl, do qual eles ainda não haviam tomado conhecimento.

Cavalcanti conta ainda como ela revisitou depois Praga, na companhia de Frido e Jindrich, netos de Thomas Mann e Heinrich Mann respectivamente.

Ler o livro de Cavalcanti me levou de volta à adolescência, quando eu passava pelo menos dois meses por ano na Alemanha Ocidental. A diferença entre o Brasil e aquele país era imensa; não falo da língua nem da cultura, mas do acesso a bens de consumo, à informação e à tecnologia. Em 1987, numa dessas minhas idas à Alemanha, o Instituto Goethe, onde estudava, fez uma excursão para a República Democrática Alemã; foi um choque chegar a uma outra Alemanha, um país congelado nos anos 1950, sob um regime autoritário rígido em que todos eram constantemente observados e as fronteiras eram extremamente vigiadas. Guardo na lembrança esses quatro dias angustiantes, mas essa é uma outra história.

A Vida dos Outros e a Minha também discute o autoritarismo de direita do Brasil, terra natal da autora, contrapondo-o ao autoritarismo de esquerda da Alemanha Oriental, onde ela morou. A conclusão de Claudia Cavalcanti é que o autoritarismo "não deixa muita margem para interpretação, pelo menos para justificá-lo".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Vitória Strada mal saiu de um paredão acirrado e já é líder no BBB 25. A atriz foi a vencedora da Prova do Líder na quinta, 27, e, na sexta, 28, ela teve de indicar cinco pessoas para o seu Na Mira do Líder. O próximo Paredão do reality será formado no domingo, 2.

Durante a madrugada após a Prova do Líder, a atriz já tinha elencado possíveis alvos. Na ocasião, ela citou João Gabriel, João Pedro, Eva, Renata e Maike. Saiba abaixo quem ela realmente indicou.

A dinâmica da semana terá uma novidade. Desta vez, o anjo terá poderes em dobro e, além de imunizar uma pessoa, também indicará um colega para o próximo Paredão. A Prova do Anjo ocorre no sábado, 1º.

Outro impacto relevante no jogo será feito por Diego Hypolito, que ganhou o Poder Curinga. O benefício será o Poder Pirata, em que o ex-ginasta terá a chance de roubar o voto de um colega e votar duas vezes na formação do Paredão. Saiba mais detalhes sobre a dinâmica da semana aqui.

Veja quem Vitória indicou para o Na Mira do Líder:

- Vilma

- João Gabriel

- Eva

- Renata

- João Pedro

As mortes do ator Gene Hackman e de sua esposa, Betsy Arakawa, provavelmente aconteceram nove dias antes da polícia encontrar seus corpos na quinta-feira, 27. Foi o que disse o xerife Adan Mendoza, do condado de Santa Fe, no Novo México, em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 28.

A investigação, que continua em andamento, chegou a essa conclusão após analisar dados do marca-passo de Hackman. O último sinal do aparelho é de 17 de fevereiro.

A autópsia preliminar indica que Hackman e Arakawa não sofreram trauma externo. A polícia suspeita de duplo homicídio, suicídio, morte acidental ou causas naturais. Nenhuma hipótese está descartada.

Gene Hackman, Betsy Arakawa e um cachorro do casal foram encontrados mortos na última quinta-feira, 27. Eles estavam na casa onde moravam, no estado do Novo México, nos Estados Unidos.

Ao chegar ao local, a polícia encontrou a porta da casa aberta. Betsy foi encontrada no banheiro. Ao seu lado, havia um aquecedor de ambiente e um frasco de comprimidos aberto, com pílulas espalhadas ao redor. Já Gene estava em uma sala separada da residência.

Vitória Strada teve uma longa conversa com Thamiris na tarde desta sexta-feira, 28, no Big Brother Brasil 25. Ela começou a cogitar os nomes que poderá indicar ao Paredão no próximo domingo, 2. A sister deu suas impressões dos brothers e ouviu a opinião da carioca.

Vitória pensou inicialmente em colocar Vilma, que acredita não movimentar a casa, mas Thamiris tentou dissuadi-la ao afirmar que colocar Eva e Renata seria melhor. "A verdade é que eu tenho muitas opções mesmo. Eu posso botar a Vilma", começou Vitória. "Mas entre Eva e Vilma? A Renata é votada pela casa. Entre Eva e Vilma, tu prefere botar a Vilma?", questionou Thamiris.

"Eu estou pensando em pessoas que eu tenho mais certeza de que saem. (...) Se o meu objetivo é botar alguém que eu acho que vai sair, a Vilma é que eu mais tenho achismo de que sai. Porque, gente, ela não... No início, eu achava que podia ser uma opinião só minha, que não estou tão próxima, mas todo mundo tem essa opinião. Ela não conversa com ninguém. Ela não troca com ninguém", explicou a atriz.

E continuou: "Eu fico pensando como telespectador o que eu quero assistir. Eu gostaria de assistir mais a Eva e a Renata do que a Vilma". Ao que Thamiris contra-argumentou: "Eu não gostaria de assistir a Eva e a Renata, não. Elas também não fazem nada. O que elas fazem?".

Thamiris elencou Eva, Renata e Vilma como elimináveis. Sobre Vilma, a carioca disse que ainda acha a participação dela mais bonita, por se tratar de um sonho. "Eu só não gosto do fato dela não conversar muito com as pessoas. Entendo ser uma pessoa fechada, mas eu me esforço muito aqui também. É o meu sonho, é o sonho da minha mãe. Então, tipo assim, eu tenho que viver direito", disse. E falou sobre Eva e Renata: "A nível de jogo, não fazem nada. Qual o 'trelelê' que elas arrumam?" E lembrou de que elas colocaram Mateus no Paredão, que levou à sua eliminação.

Mas Vitória ainda disse: "Eu sei, amor, mas antes disso, quem foi a primeira pessoa que me colocou no alvo de tudo aqui na casa foi a Vilma e o Diogo". Por outro lado, a atriz trouxe outro ponto: "É, mas eu tenho mais vontade de ver a Eva e a Renata no paredão do que a Vilma. Além de que Vilma já foi para o paredão, já perdeu o filho aqui dentro. Tudo bem, já ganhou todos os prêmios possíveis, né? Já ganhou carro, casa, já tá com mais de 600 mil Reais na conta…"

Vitória colocará cinco pessoas na mira na noite desta sexta-feira, 28, e indicará uma ao Paredão no próximo domingo, 2.