Ministério admite necessidade de 3ª dose e Estados já planejam reforço em idosos

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A secretária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, admitiu nesta segunda-feira, em comissão do Senado, a necessidade de que parte da população brasileira receba uma 3ª dose da vacina contra o coronavírus. Governos locais já planejam o reforço para idosos, paralelamente à vacinação de adolescentes, e pedem aval do Ministério da Saúde.

Nas últimas semanas, os casos de internação e morte de idosos vacinados com duas doses levantaram o debate sobre a necessidade de aplicação de uma 3.ª dose nessa faixa etária, já adotada em países como Israel e Chile. Um estudo da Fiocruz projetou aumento de internações de idosos com mais de 80 anos nos Estados de São Paulo e Rio. As ocorrências de infecções não indicam que as vacinas não funcionam, mas podem significar redução da proteção provocada pelos imunizantes ao longo do tempo em idosos.

"Em determinadas faixas etárias, para determinados imunizantes, realmente está diminuindo essa proteção (das vacinas)", disse Rosana. "Temos estudos preliminares, ainda não publicados, são discussões internas. E estamos tomando decisões a nível de gestão - o que fazer, planejar, quantificar esses grupos que porventura precisam (da terceira dose)."

A pasta calcula entre 4 e 5 milhões de idosos com mais de 80 anos no Brasil. Ela citou o exemplo dos Estados Unidos que, na semana passada, autorizaram a administração da terceira dose de vacinas Pfizer e Moderna a imunodeprimidos. Rosana destacou o avanço da variante Delta, que fez mudar o cenário no Brasil há uma semana. De modo geral, segundo a secretária, ainda não há aumento de internações no País, mas situações "pontuais". O ministério tem recebido relatos de governos estaduais atentos ao problema.

A pasta analisa qual imunizante seria usado para a terceira dose e a possibilidade de intercambiar vacinas. Um estudo da Saúde iniciado ontem vai testar a resposta imune de pessoas vacinadas com a Coronavac após receber uma dose de reforço.

A Comissão Temporária da Covid-19 no Senado discutiu especificamente a necessidade de aplicar a terceira dose em idosos. Para a pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo, que também participou da audiência no Senado, dados atuais mostram aumento de internações de idosos. O País, adverte ela, "tem de estar aberto à dose de reforço e precisa definir grupos prioritários". Ela defende que pessoas acima de 70 anos vacinadas com imunizantes de vírus inativado, como a Coronavac, profissionais de saúde e pessoas com imunodeficiências sejam as primeiras a receber a dose extra. "O Rio de Janeiro já está hospitalizando gente que tomou as duas doses."

Nesta segunda-feira, a Prefeitura do Rio anunciou o plano de aplicar ainda este mês uma dose extra a idosos na Ilha de Paquetá, como parte do estudo Paquetá Vacinada, realizado em parceria com a Fiocruz. A ilha tem 86% dos moradores acima de 12 anos completamente vacinados. Com a primeira dose, o total chega a 96,7% da população

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também defendeu a aplicação de uma 3.ª dose da vacina para a população do grupo de risco. Segundo o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, o tema foi tratado em uma reunião ontem entre o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Ministério da Saúde.

"Existe um consenso sobre a necessidade de iniciar a dose de reforço", disse Fernandes. A aplicação da dose adicional pode ocorrer, segundo o secretário capixaba, paralelamente à vacinação de adolescentes e à segunda dose aplicada em adultos, assim que a câmara técnica responsável pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) aprovar. A estratégia deve começar pelos que receberam a Coronavac no início do ano.

O secretário, vice-presidente do Conass, estima que a definição por parte do Ministério ocorra nas próximas semanas. "Não há nenhum tipo de demérito ou prejuízo em reconhecer a necessidade de terceira dose." A maior disponibilidade de vacinas da Pfizer neste momento no Brasil, segundo Fernandes, facilita a decisão de aplicar a dose de reforço em idosos.

O Mato Grosso do Sul também encaminhou pedido ao ministério para que seja aplicada a terceira dose em idosos. "O porcentual de mortes dessa faixa tem aumentado significativamente", disse o secretário da Saúde, Geraldo Resende. A dose de reforço pode começar nas próximas semanas no Estado com idosos acima de 90 anos.

Indagado sobre a necessidade de dose de reforço, o governo paulista informou que discute semanalmente as ações de vacinação no Estado e trabalha "com a possibilidade da vacinação anual". Sem detalhar os dados por faixa etária, o governo aponta queda de 8% nas hospitalizações. Na capital paulista, a decisão de aplicar a dose de reforço vai seguir definição do Ministério da Saúde, segundo o secretário Edson Aparecido.

Para Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fiocruz, a dose de reforço é necessária considerando a queda de anticorpos neutralizantes após seis meses da vacinação e a redução natural de defesas no organismo dos idosos. Ele vê com preocupação uma eventual espera do governo federal pela publicação de resultados de estudos sobre a dose de reforço. "Quantas mortes vão ser necessárias para tomar essa decisão?", indaga. Epidemiologistas defendem que a terceira dose só comece quando toda a população adulta estiver coberta.

O Estadão questionou o ministério sobre início de uma possível revacinação, mas não obteve respostas específicas. A pasta informou que "acompanha estudos sobre a efetividade das vacinas" e que o tema "é analisado pela Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Preta Gil usou suas redes sociais nesta segunda-feira, 28, para se declarar ao pai, Gilberto Gil. Os dois se apresentaram juntos no final de semana e cantaram Drão, música escrita em homenagem a Sandra Gadelha, mãe da cantora.

Atualmente, o cantor está em sua turnê de despedida, chamada de Tempo Rei. Os dois dividiram palco no Allianz Parque, em São Paulo.

"No palco, de mãos dadas com meu pai, cantando Drão, foi impossível não me emocionar. Drão fala sobre o amor que permanece, mesmo depois das grandes transformações da vida", escreveu Preta.

A artista ainda disse que o momento viverá para sempre em sua memória. "Cantar essa música com você, pai, foi sentir na pele tudo o que vivemos: o amor, a música e a história que carregamos juntos."

Ela finalizou o texto agradecendo ao pai pelos ensinamentos sobre o amor e afirmou que a música dos dois é a maneira mais bonita de eternizar isso.

Lady Gaga desembarcou no Brasil na madrugada desta terça-feira, 29, para iniciar os preparativos do show que fará no sábado, 3, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Até então, Gaga só tinha visitado o País uma única vez, em 2012 - e foi o suficiente para ir embora com uma tatuagem nova.

A artista nutre carinho especial pelos little monsters brasileiros e, naquela ocasião, resolveu marcar na pele a palavra "Rio". Gaga recebeu um desenho de fãs durante a passagem pela capital fluminense e decidiu tatuá-lo na nuca, com a letra I estilizada em formato de cruz, em referência ao Cristo Redentor.

O responsável pelo traço foi o tatuador Daniel Tucci, que tinha um estúdio entre Copacabana e Ipanema. "Era um domingo, eu estava almoçando com o meu filho, à época com 4 anos, e a produção dela me ligou e disse: 'É hoje, vamos nessa!', contou Tucci em entrevista ao g1.

Gaga estava acompanhada de amigos, que ficaram cerca de 3 horas bebendo cerveja e conversando no estúdio. Tara Savelo, então maquiadora da artista, também acabou tatuando o Cristo. "Foi tudo muito tranquilo, ela é muito gente boa. Foi uma tarde divertida", lembra o tatuador. Ele ainda revelou que a cantora pediu por "uma coisa meio tosca, uma tatuagem estilo cadeia".

Em uma postagem no Facebook, a estrela explicou que "a fonte foi criada a partir das assinaturas de três fãs, todos de bairros e idades diferentes" do Rio. "Representa como a música nos une", escreveu.

Naquele ano, Gaga fez três shows da turnê Born This Way Ball no Brasil, no Rio, em São Paulo e em Porto Alegre. Em 2017, ela retornaria ao País para participar do Rock in Rio, mas precisou cancelar de última hora por questões de saúde. A cantora sofre de fibromialgia e enfrentava dores intensas.

Nas redes sociais, ela publicou uma foto da tatuagem e relembrou os fãs da homenagem. "Por favor, não se esqueçam do meu amor por vocês. Lembram quando tatuei 'Rio' no pescoço, anos atrás? A tatuagem foi desenhada por crianças das favelas. Vocês têm um lugar especial no meu coração, eu te amo", escreveu Gaga.

A escritora alemã Alexandra Fröhlich, de 58 anos, foi encontrada sem vida na casa flutuante em que morava em Hamburgo, na Alemanha. Segundo informações da polícia local, o corpo foi descoberto na última terça-feira, 22, por um dos filhos da autora. Até o momento, não há informações sobre suspeitos; a polícia investiga o caso.

"De acordo com as informações atuais, um membro da família encontrou a mulher de 58 anos sem vida na sua casa flutuante e alertou os bombeiros, que conseguiram confirmar sua morte", diz um comunicado da polícia de Hamburgo. Agora, os investigadores estão em busca de possíveis suspeitos e qualquer testemunha que possa fornecer informações relevantes.

Autora de romances e jornalista

Considerada uma das romancistas de maior sucesso dos últimos anos na Alemanha, Fröhlich começou a carreira como jornalista na Ucrânia, onde fundou uma revista feminina na capital, Kiev, e começou a ficar conhecida. Mais tarde, já na Alemanha, trabalhou como escritora e repórter freelancer para algumas publicações voltadas para o público feminino.

Em 2012, Alexandra publicou seu livro de estreia, Minha Sogra Russa e outras Catástrofes (em tradução livre). A obra é inspirada em suas próprias experiências com a sogra e vendeu mais de 50 mil cópias, figurando na lista dos mais vendidos da revista semanal Der Spiegel.

Nos anos seguintes, ela lançou mais três livros: Viajando com Russos (2014), sequência de seu primeiro romance, As Pessoas Sempre Morrem (2016) e Esqueletos no Armário (2019). Lançadas em outras países como França, Rússia e Inglaterra, nenhuma das obras tem edição lançada em português - as traduções dos títulos são livres.

A imprensa alemã descreve o texto de Fröhlich como bem-humorado e ao mesmo tempo profundo, mesclando temas como romance policial e suspense psicológico dentro da ficção. Ela deixa três filhos.