Conversas gravadas de chefe da Seap do Rio com líderes de facção motivaram prisão

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Preso na manhã desta terça-feira, 17, o secretário de Administração Penitenciária (Seap) do Estado do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro, é acusado de pelo menos três crimes: falsidade ideológica, advocacia administrativa e associação para o tráfico. Montenegro é suspeito de negociar a transferência de lideranças do Comando Vermelho - facção que domina parte das favelas cariocas e atua no tráfico doméstico e internacional de drogas - de presídios federais para unidades prisionais do Rio.

O secretário, exonerado pelo governador Cláudio Castro (PSC) ainda pela manhã, reuniu-se no início de maio com líderes da facção no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Todas as conversas em presídios federais são gravadas com autorização da Justiça, e foram elas que ajudaram a embasar as acusações.

"Houve uma evolução exponencial dos atos. Num primeiro momento houve entrevistas, aproximações pouco comuns com essas lideranças. Numa segunda rodada, num intervalo bastante curto, elaboraram pareceres, culminando numa terceira rodada na soltura irregular de detento", afirmou o delegado Heliel Martins, da Polícia Federal (PF). "As ações foram sucessivas, não se restringiram a uma negociação abstrata. Foram para o campo concreto, com pareceres, atos, diligências, ofícios à Vara de Execuções Penais."

A soltura irregular de um preso - que Martins definiu como "de altíssima periculosidade" - aconteceu em 27 de julho. Ele já estava preso, mas havia outros mandados em aberto. "Havia um mandado de prisão no banco de dados da própria Seap pelo menos desde o dia 17 de julho. Ele foi solto dez dias depois", explicou Martins. "Isso mostra que as conversas, as tratativas (entre Raphael Montenegro e lideranças do Comando Vermelho) se concretizaram."

Foi o próprio pedido de entrevistas com os líderes de facções feito por Montenegro que ligou o alerta da equipe de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) - esse tipo de encontro é extremamente raro. Um dos encontros foi com o traficante Marcinho VP, um dos líderes da facção.

Parentesco

Raphael Montenegro é enteado do desembargador federal Abel Gomes, que se aposentou em julho. Ele era um dos relatores dos casos da Lava Jato no Rio. Tanto a polícia quanto o Ministério Público Federal (MPF) fizeram questão de refutar com veemência qualquer ligação de Gomes com a prisão de Montenegro.

"Não existe a menor relação de uma coisa com a outra. Não existe nenhum vínculo. Relação de parentesco, nada disso tem a menor relação", afirmou o procurador Carlos Aguiar. "É até uma associação lamentável. O nome do pai não tem qualquer tipo de influência no trabalho investigativo ou de apuração. Não é justo isso, e nem sequer seria honesto fazer essa referência."

Defesas

Em nota, o governo do Estado do Rio informou que "se compromete a auxiliar no aprofundamento das apurações", e que ainda pela manhã o governador Cláudio Castro falou com o ministro da Justiça, Anderson Torres, "colocando o Estado à disposição e reforçando que o governo é o maior interessado no esclarecimento dos fatos".

Castro nomeou o delegado federal Victor Hugo Poubel para a chefia da Seap. "A substituição já havia sido decidida na semana passada e aguardava os trâmites da cessão do servidor público federal", garantiu o governo.

A reportagem tenta contato com a defesa de Raphael Montenegro. O espaço está aberto para manifestações.

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Um novo documentário produzido pelo diretor Martin Scorsese apresentará uma conversa inédita com o falecido papa Francisco sobre o esforço apoiado pelo pontífice para oferecer educação por meio do cinema, anunciaram os produtores do filme nesta quarta-feira, 30.

Chamado Aldeas - A New Story, o documentário está "enraizado na crença do papa na sagrada natureza da criatividade", disse um comunicado dos cineastas. Não foi anunciada uma data de lançamento.

Segundo eles, a conversa inédita com Scorsese foi a "última entrevista aprofundada do papa para o cinema".

Antes de morrer, Francisco chamou o documentário de "um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, a sociabilidade humana, os conflitos humanos... a essência da jornada de uma vida", disseram os cineastas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Morreu nesta quarta-feira, 30, o jornalista Luiz Antonio Mello, aos 70 anos. A informação foi publicada pelo jornal A Tribuna, do Rio de Janeiro, em que ele atuava como editor desde 2021. Mello teve uma parada cardíaca enquanto fazia um exame de ressonância, e se recuperava de uma pancreatite no Hospital Icaraí.

Nome importante para o rock nacional, Luiz Antonio Mello (conhecido como LAM) passou por veículos como Rádio Tupi, Rádio Jornal do Brasil e Última Hora. No entanto, foi na Rádio Fluminense FM que ele esteve à frente do programa Maldita, criado em 1981 e responsável por dar visibilidade a grandes nomes da música, como Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Legião Urbana. A história foi contada no longa-metragem Aumenta que é Rock'n Roll, estrelado por Johnny Massaro e dirigido por Tomás Portella.

Após a passagem pela Fluminense FM, que deixou em 1985 para participar da implantação da Globo FM, trabalhou como consultor de marketing para uma gravadora, foi diretor de TV e produtor musical. Colaborou com vários veículos, entre eles o Estadão, e é autor dos livros Nichteroy, Essa Doida Balzaka (1988), A Onda Maldita (1992), Torpedos de Itaipu (1995), Manual de Sobrevivência na Selva do Jornalismo (1996), Jornalismo na Prática (2006) e 5 e 15, Romance Atonal Beta (2006).

A prefeitura de Niterói declarou três dias de luto em homenagem ao jornalista.

"Luiz Antônio Melo era um niteroiense apaixonado por nossa cidade e que tinha uma mente, uma capacidade inventiva e criativa extraordinária. Participou diretamente de um dos momentos mais marcantes da música brasileira e do rock nacional através da rádio fluminense na década de 80. Lembro que ele ficou muito grato e feliz quando apoiamos a realização do filme Aumenta que isso aí é Rock and Roll, baseado no livro de sua autoria. Recentemente, conduzia com maestria as edições do jornal A Tribuna. Niterói, o rock e o jornalismo estão de luto com a sua partida. Mas ele deixou um legado, suas ideias", afirmou o prefeito Rodrigo Neves.

Renata Saldanha, campeã do Big Brother Brasil 25, respondeu a algumas perguntas enviadas por fãs no Instagram na madrugada desta quarta-feira, 30. Ela aproveitou o momento para tranquilizar os admiradores do casal "Reike", formado por ela e Maike na reta final do reality.

"Gente, essa pergunta é campeã! Só para avisar, nós estamos bem, está tudo bem entre nós, para quem tinha dúvidas", começou a bailarina. "É como lidamos com outros relacionamentos na vida. A gente está se conhecendo, estamos nesse momento de entender um pouco tudo isso, que é novidade para ele - e muito para mim também. Então é isso, estamos nos conhecendo", concluiu a campeã.

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Apesar do clima de intimidade, Renata disse que ainda era cedo para definir qualquer rótulo. "A gente não teve a oportunidade de conversar aqui fora ainda, a gente mal se encontrou. No dia que a gente resolveu ficar, acho que ele ficou uns cinco dias na casa e depois saiu. Então, é muito breve para eu dizer algo", falou ao gshow.

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Após cumprir a agenda atribulada no Rio de Janeiro desde o fim do reality, no último dia 22, Renata voltou para Fortaleza nesta quarta junto de Eva, sua dupla no início da competição. Ela foi recebida por uma multidão no aeroporto, e comemorou o retorno para casa.