A união do ancestral e do moderno

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A confluência entre culturas ancestrais e modernas sempre deu bons frutos - e continua a dar. Em bom momento, justamente às vésperas da Bienal de São Paulo, o marchand Thiago Gomide abre neste sábado, às 10 horas, em sua galeria Bergamin & Gomide, a exposição Nosso Norte É o Sul. A mostra, feita em colaboração com a Paul Hughes Fine Arts e o curador Tiago Mesquita, tem chamado a atenção de colecionadores mesmo antes da abertura. Hughes, colecionador de arte pré-colombiana e fundador da galeria que leva seu nome, vem desde 1983 pesquisando a produção têxtil das culturas andinas, descobrindo similaridades entre a natureza abstrata das tapeçarias pré-colombianas e a abstração geométrica do período pré e pós-guerra, seja na Alemanha (Bauhaus), nos Estados Unidos (o Black Mountain College) ou na América Latina - e um exemplo vigoroso dessa ligação foi, segundo Hughes, o Taller do uruguaio Joaquín Torres-García (1874-1949).

É justamente uma tela construtivista de Torres-García, instalada sobre um banco marajoara, à direita de quem entra na galeria, que introduz o visitante numa exposição sobre o estreito vínculo dos padrões andinos de tecelagem com obras abstratas modernas e contemporâneas de artistas como Aluísio Carvão, Amilcar de Castro, Antonio Dias, Lygia Clark, María Freire, Mira Schendel, Rego Monteiro, Sérgio Camargo, Volpi e Willys de Castro, entre outros. Torres-García, lembra Paul Hughes, "exerceu papel central na assimilação da tecelagem andina a partir de seu trabalho e das aulas de construtivismo universal", a ponto de influenciar o filho Augusto a organizar, em 1928, uma exposição no Louvre, Arte Americana Antiga, e proferir ele mesmo palestras sobre arte andina pré-colombiana.

O certo é que, mesmo não sendo assumidamente vinculados a essa tradição ancestral, todos os artistas da mostra - modernistas, concretos, neoconcretos e contemporâneos - são devedores dessa cultura andina, o que fica transparente. Ao lado de uma túnica da cultura Huari (c. 800 d.C.) com borda de degraus vermelhos, é possível identificar uma forma muito próxima da "bandeira" recortada por Antonio Dias em seus papéis artesanais nepaleses dos anos 1970.

Outra túnica de listras pretas da cultura Huari colocada ao lado de um óleo sobre tela (Cruz Rojo, 2017), da argentina Magdalena Jitrik, confirma a ressonância do mundo ancestral no mundo globalizado - e Paul Hughes lembra que a civilização Tiahuanaco-Huari é vista pelos historiadores como um dos primeiros esforços dos andinos para criar um Estado unificado.

Curioso é que os têxteis nos Andes, como explica Hughes, "serviam principalmente como ofertas cerimoniais aos deuses e ancestrais", o que não se aplica às interpretações contemporâneas de seus padrões geométricos - embora, no caso de Mira Schendel, por exemplo, a questão da dádiva passe por uma religiosidade conflitante, valendo a pergunta se a tapeçaria da artista na exposição, produzida em 1980, insinua um vínculo com uma sucessão de signos linguísticos que evocam uma jornada xamânica de culturas arcaicas.

Mira está bem representada na exposição, assim como Antonio Dias - e vale mencionar, mesmo correndo o risco da indiscrição, que ela mantinha em destaque na sala de visitas um papel do Nepal do artista paraibano. Outro pintor que ganha destaque é o modernista pernambucano Rego Monteiro (1899-1970) com três telas da série Composição Indígena, produzidas justamente no ano da Semana de Arte Moderna (1922). Esses óleos sobre madeira não estão à venda, assim como outras peças da exposição, entre elas as terracotas de Sérgio Camargo, emprestadas para a mostra pelo IAC (Instituto de Arte Contemporânea). Os preços variam de R$ 2 mil (bordados de Marioly Rosas Figueroa) a R$ 10 milhões (o relógio de sol de Lygia Clark dos anos 1960).

Também de fatura indígena se apropria o pintor pernambucano contemporâneo Montez Magno, de 87 anos, representado na mostra por telas de sua Trilogia (1967), que replicam desenhos da cerâmica marajoara. "Nossa exposição é menos genealógica e mais um exercício de ligar pontos de contato", esclarece o curador Tiago Mesquita no catálogo. O colecionador Paul Hughes evoca uma teoria de Jung sobre os arquétipos narrativos que compartilhariam estruturas elementares com a modernidade, o que explica a permanência de formas ancestrais (especialmente as geométricas) entre nós.

O marchand Thiago Gomide pretende viajar com a mostra Nosso Norte É o Sul com escalas em países estrangeiros, especialmente Estados Unidos, onde a arte da tapeçaria indígena, como a dos tecelões andinos (Huari, Nazca, Inca), é muito valorizada.

Serviço

NOSSO NORTE É O SUL

GALERIA BERGAMIN & GOMIDE

RUA OSCAR FREIRE, 379, LOJA 1,

TELEFONE 3853-5800, JARDINS.

DE 2ª A 6ª, 10H/19H; SÁB., 10H/15H.

ENTRADA MEDIANTE AGENDAMENTO E USO DE MÁSCARA.

ATÉ 16/10. ABRE HOJE, ÀS 10H.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A saga do processo de plágio aberto por Toninho Geraes contra a cantora Adele continua. O músico prestou depoimento nesta semana à polícia do Rio do Janeiro, que investiga um caso de possível falsidade ideológica em um dos documentos do processo. A informação foi confirmada pelo Estadão.

A queixa-crime de falsidade ideológica foi aberta pela defesa de Toninho no início de janeiro deste ano. Os advogados do músico apontam irregularidades na procuração apresentada pela defesa da artista britânica para uma audiência ocorrida em dezembro de 2024. Eles afirmam que a assinatura no documento tinha sinais de adulteração, como rabiscos, riscos e entrelinhas manuscritas.

O documento em questão teria sido emitido para uma audiência de emergência requisitada por representantes da cantora, quando a Justiça determinou a retirada de Million Years Ago das plataformas digitais.

Procurada pela reportagem, a Universal Music não havia se manifestado até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Em relação ao desdobramento, a defesa relata que Geraes passou três horas prestando depoimento em uma delegacia no Rio de Janeiro. Segundo o advogado Fredímio Biasotto Trotta, o depoimento correu com tranquilidade, mas ainda é cedo para adiantar qualquer novidade.

"Quanto às atividades policiais no Inquérito, não posso, no momento, adiantar qualquer informação, para não prejudicar as investigações, exceto declarar que a Polícia está realmente agindo", afirma.

Relembre o caso

O artista mineiro Toninho Geraes acusa Adele de plagiar a música Mulheres, canção de sua autoria eternizada na voz de Martinho da Vila. O plágio teria ocorrido em Million Years Ago, uma composição de Greg Kurstin. Em dezembro, a Justiça do Rio determinou que a música fosse retirada das plataformas digitais.

Posteriormente, a Universal Music entrou com um recurso contra a liminar, alegando que ambas as obras utilizam um "clichê musical", o que não configura a violação de direitos autorais.

Mesmo após o Oscar, Ainda Estou Aqui segue sendo indicado a premiações no mundo do cinema. Agora, o filme de Walter Salles concorre ao Prêmio Platino, uma das maiores premiações do cinema Ibero-Americano.

Neste ano, o filme recebeu três indicações, incluindo a de Melhor Filme Ibero-Americano. Fernanda Torres disputa na categoria de Melhor Atriz por sua atuação como Eunice Paiva e Walter Salles está concorrendo ao prêmio de Melhor Direção.

Além disso, Ainda Estou Aqui também concorre ao Prêmio do Público nas categorias de Melhor Filme Ibero-Americano de Ficção e Melhor Atriz.

Organizado pela FIPCA (Federación Iberoamericana de Productores Cinematográficos y Audiovisuales) e pela EGEDA (Entidad de Gestión de Derechos de los Productores Audiovisuales), o Prêmio Platino acontecerá no dia 27 de abril, no Palácio Municipal IFEMA de Madrid. O evento será transmitido pela plataforma SmartPlatino TV.

Ainda Estou Aqui se tornou o primeiro filme brasileiro a conquistar um Oscar -- ele foi reconhecido na categoria de Melhor Filme Internacional. Em seu discurso, Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva, a Fernanda Torres e a Fernanda Montenegro. Depois, ele contou que pretendia pronunciar a frase "ditadura nunca mais" no palco, mas que teve que improvisar um discurso após perder suas anotações.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Renata voltou para a casa do Big Brother Brasil 25 na manhã desta sexta-feira, 14, após a dinâmica da Vitrine do Seu Fifi e revelou para a casa algumas das coisas que ouviu do público. A bailarina contou sobre o beijo entre João Gabriel e Thamiris, e o goiano disse não se lembrar do ocorrido.

Renata contou primeiro para Eva e Vilma. "Mostrou o João Gabriel beijando a Thamiris debaixo do edredom. Lembra que teve um dia que eles estavam conversando, que Thamiris era a fim dele, e ele negou?", relembrou a sister. "Eu nem sabia dessa história", disse Eva. "Ela dá em cima dele", opinou Vilma. Renata disse que não ia contar para os gêmeos, mas depois acabou revelando.

Em seguida, a bailarina contou para João Pedro: "Eles mostram tudo. Mostraram até o João Gabriel debaixo do edredom com a Thamiris (...) Beijou, depois ficou negando…", revelou. E Vilma ponderou: "Só que ele se comprometeu com a pessoa que ele tem lá fora." A estudante de nutrição acredita que Thamiris estava dando em cima de João Gabriel de propósito, para prejudicá-lo.

João Pedro contou para o irmão que, constrangido, jurou não se lembrar do beijo. Porém, quando Thamiris, que foi eliminada essa semana, ainda estava na casa e tentou conversar com o brother, ele preferiu não entrar no assunto e pediu para "deixar quieto". Thamiris chegou a contar do beijo para alguns amigos e revelou ter se incomodado com a postura do goiano, mas João Gabriel ainda não havia comentado o ocorrido na casa.

Internautas notaram a contradição de João Gabriel e opinaram também sobre as falas de Vilma.