PF faz operação contra garimpos ilegais em reservas indígenas no Pará

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Em meio à presença de lideranças dos povos originários em Brasília para acompanhar o julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre o chamado marco temporal, a Polícia Federal realizou a Operação Muiraquitã 2 entre segunda, 23, e quarta, 25, para desarticular garimpos ilegais na Terra Indígena Kayapó, localizada nos municípios de Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte, no Pará.

A ofensiva que paralisou diversos garimpos clandestinos resultou na prisão de quatro pessoas em flagrante. Os cerca de 220 agentes de segurança que participaram da operação ainda inutilizaram 26 escavadeiras hidráulicas e 67 motores-bombas e apreenderam 59 mil litros de óleo diesel e três caminhões.

Segundo os investigadores, as diligências foram cumpridas com apoio das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública, da Defensoria Pública da União, do Ibama, da Funai, do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Trabalho.

Devido a grande quantidade de pontos de extração ilegal de minério, a dificuldade de acesso por via terrestre, e o tamanho da área onde as atividades da operação foram realizadas, foram empregados quatro helicópteros, três das Forças Armadas e um da Polícia Federal.

De acordo com a PF, ao longo da ofensiva foram coletadas amostras de ouro que serão analisadas e, posteriormente, passarão a constar em um banco de dados que vai permitir identificação da origem de futuras apreensões do mineral.

O nome da operação, Muiraquitã, faz referência a 'artefatos talhados em pedra, chamada de amazonita, representando animais', diz a PF. "Teriam sido usados pelos povos indígenas Tapajós e Konduri, que habitavam o Baixo Amazonas até a chegada do colonizador europeu, como amuletos, símbolos de poder, e ainda como material para compra e troca de objetos valiosos", explicou a corporação em nota.A ofensiva tem como base decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito de ação tem trata da retirada de invasores nas Terras Indígenas Arariboia, Karipuna, Kayapó, Mundurucu, Trincheira Bacajá, Uru-Eu-Wau-Wau e Yanomami, além da desativação de garimpos e repressão de outros crimes ambientais oriundos da extração ilícita de minérios.

Na segunda-feira, 23, o ministro Luís Roberto Barroso garantiu a participação de um representante dos povos originários na tramitação do Plano Sete Terras Indígenas, que prevê a retirada de garimpeiros e invasores dos territórios.

Tanto a operação como a decisão de Barroso se deram em meio à articulação de lideranças indígenas, em Brasília, às vésperas da análise do marco temporal pelo STF. Mais de 6 mil indígenas acompanham na Esplanada dos Ministérios o caso que tem sido considerado 'o julgamento do século' sobre as questões dos povos originários no País. O julgamento vai decidir o futuro de 303 demarcações de terras indígenas em andamento, como mostrou o Estadão.

Regra defendida por ruralistas, o marco temporal estabelece uma linha de corte para a demarcação de terras indígenas. O ministro Edson Fachin, relator do caso, já argumentou em parecer que a tese promove um progressivo "etnocídio" entre os povos indígenas, com a eliminação de elementos culturais de determinado grupo.

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Anitta foi homenageada na noite da última quinta-feira, 25, com o Prêmio Vanguard durante o Billboard Latin Women In Music 2025. A entrega simbólica do troféu foi feita por Shakira, que participou virtualmente do evento.

A colombiana abriu o discurso dizendo estar feliz por poder entregar o prêmio "a uma grande artista, mas também a uma grande amiga", que é muito especial para ela. Em seguida, comparou o talento da carioca a uma obra criativa: "Dizem que o mundo nada mais é do que uma tela em branco para a criação. E se tem alguém que sabe desenhar a vida com suas ideias e com essa alegria contagiante, essa pessoa é a Anitta".

Shakira foi além do reconhecimento musical e destacou o papel de Anitta na valorização do funk no cenário internacional. "Ela levou o som do funk aos mais altos padrões da indústria e hoje é a rainha do funk brasileiro", afirmou.

Na cerimônia, Anitta também se apresentou com a música Larissa, que faz parte do documentário Larissa, O Outro Lado de Anitta, lançado recentemente na Netflix. Em seu discurso, ela agradeceu o reconhecimento e destacou a importância do papel das mulheres na música.

"A Shakira sempre foi uma inspiração pra mim, uma mulher incrível", disse. "Devemos usar isso [a visibilidade] não apenas para ganhar dinheiro, ser famosas ou competir com os egos umas das outras, mas para transformar a sociedade de alguma forma. Com tantos milhões de pessoas nos acompanhando, temos o poder e a responsabilidade de provocar mudanças culturais", refletiu a artista, por fim.

Em celebração que reunirá nomes marcantes da televisão brasileira, a TV Globo apresenta nesta segunda o Show 60 Anos - um pacote que inclui música, jornalismo e esporte. A exibição ocorre logo após o capítulo de Vale Tudo.

O evento mistura apresentações musicais com cenas de dramaturgia, gravadas nos Estúdios Globo. A proposta é trazer ao público uma viagem por personagens e histórias que marcaram a vida do canal.

Entre os artistas confirmados estão Roberto Carlos, Gilberto Gil, Sandy & Junior, Ivete Sangalo, Chitãozinho & Xororó, Angélica, Xuxa, Fafá de Belém, Lulu Santos, Daniel, Péricles e Zeca Pagodinho. Eles dividem o palco com outros nomes em colaborações especiais, interpretando canções que ficaram na memória afetiva dos brasileiros.

Também participam da festa IZA, Ana Castela, Simone Mendes, Maiara & Maraisa, Zezé Di Camargo & Luciano, Joelma, João Gomes, Lauana Prado, MC Cabelinho, Negra Li, Rosana, As Frenéticas, Alexandre Pires, Roupa Nova e Paulinho da Viola, entre outros.

O programa inclui a participação de jornalistas, atletas e atores em números especiais. A cenografia foi criada em parceria com o britânico Nathan Paul Taylor. Serão mais de 2 mil m² de cenário, com 550 m² de painéis de LED e 14 câmeras de cinema. O Show 60 anos tem direção artística de Antonia Prado e direção de gênero de Monica Almeida. A direção-geral também conta com Dennis Carvalho, João Monteiro, Henrique Sauer, Gian Carlos Bellotti, Renan de Andrade e Marcelo Amiky.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, outro filme com envolvimento de brasileiros fará sua estreia mundial na 78ª edição do Festival de Cannes, em maio: 'O Riso e a Faca', fruto de uma parceria entre Portugal, Brasil, Romênia e França, foi selecionado para integrar a mostra Un Certain Regard, um dos destaques da programação do evento.

Dirigido pelo português Pedro Pinho, o longa-metragem tem mais de 31 nomes brasileiros na equipe, como a produtora Tatiana Leite (que comanda a Bubbles Project) e o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo. O título do longa faz referência à música homônima do músico baiano Tom Zé.

Gravada na Guiné-Bissau e no deserto da Mauritânia, a trama conta a história de Sérgio, um engenheiro ambiental português que viaja para uma metrópole africana onde tocará um projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Por lá, ele desenvolverá um relacionamento íntimo com dois moradores da cidade, Diára e Gui. O ator brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei, interpreta Gui. Ele divide a cena com o português Sérgio Coragem e a cabo-verdiana Cleo Diára.

PALMA DE OURO

Já o diretor Kleber Mendonça Filho disputará a Palma de Ouro, principal prêmio do evento, com O Agente Secreto. O filme, um thriller ambientado no Brasil de 1977, traz Wagner Moura no papel de um especialista em tecnologia que, durante a ditadura militar, foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz. Ele logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.