'O Silêncio da Chuva' traz Lázaro Ramos como o detetive Espinosa

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O detetive Espinosa (Lázaro Ramos) participa de uma roda de samba num boteco quando seu celular toca. Um corpo foi encontrado dentro de um carro. Pronto: acabou o samba. E começou O Silêncio da Chuva, nova adaptação de um livro de Luiz Alfredo Garcia-Roza para o cinema, desta vez dirigida por Daniel Filho. Espinosa já foi personagem de uma série de TV, com Domingos Montagner no papel principal. Achados e Perdidos (2006) foi para o cinema sob a direção de José Joffily, com Antonio Fagundes na pele de um detetive aposentado. Berenice Procura (2018) é dirigido por Allan Fiterman.

O Silêncio da Chuva tem o desenvolvimento de uma investigação clássica. O morto, o empresário Ricardo (Guilherme Fontes), foi assassinado? Por quê e por quem? As perguntas conduzem Espinosa e sua assistente Daia (Thalita Carauta) à viúva, Beatriz (Cláudia Abreu), e também à secretária do executivo, Rose (Mayana Neiva). Para compor o quadro, outros personagens entram em cena, como o corretor de seguros vivido por Otávio Müller e o pai de Beatriz, o empresário picareta Anselmo Vasconcellos.

A investigação é tão tortuosa quanto o caráter dos personagens, o que encaminha o filme para a complexidade do noir. Sem dispensar os clichês do gênero, trabalha com as aparências sempre enganosas, homens corruptos e dispostos a tudo, e a presença de femmes fatales em pontos-chave da narrativa.

Produto comercial de boa qualidade, O Silêncio da Chuva apoia-se na direção segura de Daniel Filho e no texto sólido inspirado no bom romance de Garcia-Roza, adaptado e roteirizado por Lusa Silvestre. Versão livre, que traz a trama do romântico Bairro Peixoto para um Rio de Janeiro contemporâneo, convulsionado e cheio de conflitos sociais.

O filme tem clima e sai-se bem em cenas de ação, o que não é muito frequente nas produções do gênero. O elenco responde bem às exigências do roteiro. Thalita e Lázaro compõem uma dupla de policiais bem interessante, com suas personalidades contrastantes. Ela, muito despachada e falastrona; ele, um tanto inseguro e mais introspectivo. As outras duas personagens femininas são levadas com brio por Cláudia Abreu e Mayana Neiva. Otávio Müller marca presença com seu carisma cult num papel um tanto exótico, mas que faz todo sentido no contexto do enredo.

A estrutura do longa mantém o suspense até o final. Aliás, "finais", pois há um antes dos créditos e outro, depois. Portanto, espere esse outro desfecho depois da apresentação dos créditos técnicos. Ele confere novo sentido ao conjunto.

As questões sociais estão presentes na trama, em especial com a presença de Maximiliano (Peter Brandão), um ladrão pé de chinelo desejoso de dar um passo maior que as pernas. O ambiente um tanto soturno é pontuado por alívios cômicos, vindos, em especial, da tira interpretada por Thalita Carauta. Engraçada de fato, seu talento se escora nesse viés da comédia que consiste em dizer as falas com rapidez de metralhadora. A porção comédia merece reforço do multifacetado Otávio Müller, com sua caricatura de dom juan barato. Mas ele não fica apenas nos risos, diga-se.

Todos esses elementos em bom equilíbrio mostram a competência de Daniel Filho, diretor experiente por décadas acumuladas de trabalho na TV e no cinema. O resultado final mostra também que tomar como ponto de partida um texto consistente pode ser um bom trunfo. Garcia-Roza (1936-2020), como se sabe, foi psicanalista e professor universitário durante boa parte de sua vida. Autor de livros de sucesso sobre psicanálise, na maturidade resolveu mudar de ramo e transformou-se em escritor de romances policiais. Teve grande sucesso. O Silêncio da Chuva, publicado em 1996, é seu primeiro romance.

Nele, surge o detetive Espinosa, que opera basicamente no bairro de Copacabana. Policial diferente para nossos padrões, ele é tão eficiente como humano. Leva em conta a sociedade desajustada em que vive e não se acredita um paladino moral perdido num reino de pecadores. Mostra empatia com os outros. Gosta de viver, tem seus defeitos e fraquezas, mas é, basicamente, um homem reto. Pelo temperamento, lembra um pouco o inspetor Maigret, personagem de Georges Simenon. Lázaro Ramos, com sua integridade, o interpreta muito bem.

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Mariah Carey fará mais um show no Brasil além do já marcado para o The Town. A nova apresentação será em Belém, no Pará, mas não será aberta ao público. A informação foi divulgada em uma entrevista da cantora ao Fantástico neste domingo, 23.

A ideia é que ela se apresente num palco em formato de vitória régia flutuando sobre balsas no rio Guamá. "Estou animada, mas um pouco assustada. Porque... Não sei, vou estar no meio do rio, e não sei o que vai aparecer. É um pouco aterrorizante", disse Mariah Carey.

Ela cantará no festival Amazônia Para Sempre, que é organizado pela mesma empresa que o Rock In Rio e o The Town. Dona Odete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara, todas artistas paraenses, se apresentarão antes da artista internacional. Segundo o governador Helder Barbalho (PMDB-PA), Ivete Sangalo também deve cantar.

Segundo o Fantástico, o show não será aberto ao público, mas deve contar com transmissão ao vivo feita pelo canal Multishow. O site da organização, porém, fala sobre o festival como "um grande encontro gratuito e aberto ao público" em Belém. O Estadão buscou contato com a produção, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Lexa falou sobre a morte de sua filha, Sofia, fruto de seu relacionamento com Ricardo Vianna, em entrevista ao Fantástico deste domingo, 23. A bebê nasceu em 2 de fevereiro e morreu três dias depois. A cantora estava internada desde 21 de janeiro com um quadro de pré-eclâmpsia.

"Eu lembro que sentia uma dor de estômago muito forte, a dor de cabeça não passava, minha mão estava de uma maneira que não fechava mais, o fígado começou a entrar em falência. Não tinha mais para onde ir. Nem pra mim, nem pra ela", disse a cantora.

Em seguida, continuou: "Minha filha nasceu com todas as coisas que eu estava sentindo, os rins comprometidos, o fígado, a pressão alterada. Muito pequenininha, mas muito linda."

Lexa ainda relatou que o problema de saúde veio mesmo com o planejamento da gravidez: "Foi um sonho muito calculado, muito quisto, muito mentalizado, realizado, todo o processo. Segui o pré-Natal à risca." Ela fez um exame que indicou o alto índice de risco para pré-eclâmpsia após constatar anormalidades na sua pressão.

"No fim, tudo que eu podia [fazer, eu fiz]... Às vezes a gente quer se culpar de alguma maneira, mas eu paro, às vezes, [e penso]: não tinha mais o que fazer. Não tinha mais", disse a cantora.

"Estou vivendo a minha dor e ela é grande, mas é um processo. Acho que preciso juntar meus cacos, meu quebra-cabeça sem peça e continuar. Voltar a fazer meu trabalho, fazer o que me faz feliz. O final não é do jeito que eu queria. Aprendi que na vida a gente não tem controle sobre o amanhã. Mas creio que coisas boas acontecerão", finalizou.

O SAG Awards divulgou sua lista de vencedores na noite deste domingo, 23, no Shrine Auditorium, em Los Angeles, nos Estados Unidos. No Brasil, foi possível assistir ao vivo através do streaming Netflix.

Entre as cinco categorias que premiam filmes de cinema, cinco longas diferentes receberam a estatueta. Conclave levou como melhor elenco. Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido) talvez tenha sido a maior surpresa da noite, superando Adrien Brody (O Brutalista) como melhor ator.

Demi Moore (A Substância) levou como atriz principal, e Zoe Saldaña (Emília Pérez) como coadjuvante. Kieran Culkin (A Verdadeira Dor) foi condecorado como melhor ator coadjuvante em filme.

Xógum se destacou vencendo todas as categorias das séries de drama, com Hiroyuki Sanada e Anna Sawai. Only Murders In The Building se saiu bem entre as comédias, conquistando o melhor elenco e ator, com Martin Short.

A premiação é organizada pelo Screen Actors Guild (Sindicato dos Atores de Tela de Hollywood) e, por isso, possui apenas categorias de atuação, divididas entre filmes, séries de drama e séries de comédia, além de minisséries, havendo também prêmios coletivos além dos individuais.

SAG Awards e Oscar

Apesar de ser considerado como um "termômetro" do Oscar pelo fato de parte dos votantes também votar no outro prêmio, os resultados nem sempre são os mesmos. Por isso a presença de Pamela Anderson (The Last Showgirl) no lugar de Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui).

No ano passado, por exemplo, Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores) ganhou o SAG Awards como Melhor Atriz, enquanto o mesmo prêmio do Oscar ficou com Emma Stone (Pobres Criaturas).

SAG Awards 2025

A cerimônia, apresentada por Kristen Bell, contou com a presença de diversos atores apresentando os prêmios, e também algumas ausências entre os premiados. Martin Short e Jean Smart, que venceram como melhor ator e atriz em série de comédia, por exemplo, estiveram entre os que não compareceram.

Jane Fonda, que recebeu um prêmio pelo conjunto da obra de sua carreira, recebeu uma das maiores aclamações da noite. Outro momento marcante foi o tradicional In Memoriam, que homenageia artistas que morreram desde o último SAG Awards.

Houve um número musical bem-humorado mostrando as primeiras aparições de diversos atores na TV e no cinema. Em outros momentos, homenagem ao corpo de bombeiros de Los Angeles - recentemente, a cidade e a região de Hollywood sofreram com grandes incêndios.

Os vencedores do SAG Awards 2025

Confira abaixo a lista completa com todos os indicados e os vencedores (em negrito) de cada uma das categorias do SAG Awards em 2025.

Melhor elenco em filme

- Um Completo Desconhecido

- Anora

- Conclave (vencedor)

- Emilia Pérez

- Wicked

Melhor ator em filme

- Adrien Brody (László Tóth) - O Brutalista

- Timothée Chalamet (Bob Dylan) - Um Completo Desconhecido (vencedor)

- Daniel Craig (William Lee) - Queer

- Colman Domingo (Divine G) - Sing Sing

- Ralph Fiennes (Lawrence) - Conclave

Melhor atriz em filme

- Pamela Anderson (Shelly) - The Last Showgirl

- Cynthia Erivo (Elphaba) - Wicked

- Karla Sofía Gascón (Emilia/Manitas) - Emilia Pérez

- Mikey Madison (Ani) - Anora

- Demi Moore (Elisabeth) - A Substância (vencedora)

Melhor ator coadjuvante em filme

- Jonathan Bailey (Fiyero) - Wicked

- Yura Borisov (Igor) - Anora

- Kieran Culkin (Benji Kaplan) - A Verdadeira Dor (vencedor)

- Edward Norton (Pete Seeger) - Um Completo Desconhecido

- Jeremy Strong (Roy Cohn) - O Aprendiz

Melhor atriz coadjuvante em filme

- Monica Barbaro (Joan Baez) - Um Completo Desconhecido

- Jamie Lee Curtis (Annette) - The Last Showgirl

- Danielle Deadwyler (Berniece) - The Piano Lesson

- Ariana Grande (Galinda/Glinda) - Wicked

- Zoe Saldaña (Rita) - Emilia Pérez (vencedora)

Melhor elenco em série de drama

- Bridgerton

- O Dia do Chacal

- A Diplomata

- Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (vencedor)

Slow Horses

Melhor ator em série de drama

- Tadanobu Asano (Kashigi Yabushige) - Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

- Jeff Bridges (Dan Chase) - The Old Man

- Gary Oldman (Jackson Lamb) - Slow Horses

- Eddie Redmayne (The Jackal) - O Dia do Chacal

- Hiroyuki Sanada (Yoshii Toranaga) - Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (vencedor)

Melhor atriz em série de drama

- Kathy Bates (Madeline Matlock) - Matlock

- Nicola Coughlan (Penelope Featherington) - Bridgerton

- Allison Janney (Vice President Grace Penn) - A Diplomata

- Keri Russell (Kate Wyler) - A Diplomata

- Anna Sawai (Toda Mariko) - Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (vencedora)

Melhor elenco em série de comédia

- Abbott Elementary

- O Urso

- Hacks

- Only Murders In The Building (vencedor)

- Shrinking

Melhor ator em série de comédia

- Adam Brody (Noah Roklov) - Ninguém Quer

- Ted Danson (Charles Nieuwendyk) - Um Espião Infiltrado

- Harrison Ford (Paul) - Shrinking

- Martin Short (Oliver Putnam) - Only Murders In The Building (vencedor)

- Jeremy Allen White (Carmen "Carmy" Berzatto) - O Urso

Melhor atriz em série de comédia

- Kristen Bell (Joanne) - Ninguém Quer

- Quinta Brunson (Janine Teagues) - Abbott Elementary

- Liza Colón-zayas (Tina) - O Urso

- Ayo Edebiri (Sydney Adamu) - O Urso

- Jean Smart (Deborah Vance) - Hacks (vencedora)

Melhor ator em um filme para televisão ou minissérie

- Javier Bardem (Jose Menendez) - Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez

- Colin Farrell (Oz Cobb) - Pinguim (vencedor)

- Richard Gadd (Donny) - Bebê Rena

- Kevin Kline (Stephen Brigstocke) - Disclaimer

- Andrew Scott (Tom Ripley) - Ripley

Melhor atriz em um filme para televisão ou minissérie

- Kathy Bates (Edith Wilson) - The Great Lillian Hall

- Cate Blanchett (Catherine Ravenscroft) - Disclaimer

- Jodie Foster (Det. Elizabeth Danvers) - True Detective: Night Country

- Lily Gladstone (Cam Bentland) - Under The Bridge

- Jessica Gunning (Martha) - Bebê Rena (vencedora)

- Cristin Milioti (Sofia Falcone) - Pinguim

Melhor conjunto de dublês em um filme

- Deadpool & Wolverine

- Duna: Parte Dois

- O Dublê (vencedor)

- Gladiador II

- Wicked

Melhor conjunto de dublês em uma série de televisão

- The Boys

- Fallout

- A Casa do Dragão

- Pinguim

- Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (vencedor)