A onda de calor que afeta parte do Brasil esta semana tem feito escolas públicas e particulares de São Paulo buscarem alternativas para minimizar o desconforto físico das crianças e dos adolescentes. Muitas têm incentivado atividades com água e em locais arejados. Nas aulas de Educação Física, exercícios de menor intensidade ganham destaque, além de mais pausas para hidratação.A Camino School, escola trilíngue da zona oeste, resolveu realizar banhos de bacia para as crianças. "A iniciativa, que começou na última terça-feira, 19, é um exemplo de atividade lúdica e refrescante para os alunos, que se divertem e recompõem a disposição para retomarem as atividades curriculares do dia", afirma a instituição.
O Colégio Pentágono também tem promovido atividades com bacias de água e mangueiras na Educação Infantil para "refrescar" as crianças. Além disso, conta que reforçou as pausas nas aulas de Educação Física para o consumo de água e tem conversado com os alunos sobre a importância da hidratação.
Em algumas escolas, como no Colégio da Companhia de Maria, na Vila Nova Conceição, até mesmo o cardápio foi adaptado. "Nossa equipe de nutrição está priorizando alimentos leves, saladas e itens que não causem dificuldade de digestão no calor", afirma a diretora geral Viviane Flores. A instituição também tem utilizado mais a sua área de bosque, arborizada e ventilada, para realizar atividades.
De maneira geral, as escolas particulares têm enviado comunicados para os pais alertando sobre as condições climáticas e medidas de redução de danos. Nos textos, as instituições reforçam a importância de enviar garrafinhas de água para facilitar o consumo frequente, de colocar roupas mais leves nas crianças e de passar protetor solar.
O pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, integrante da Academia Americana de Pediatria, diz que esses cuidados são extremamente importantes. Segundo ele, as crianças são mais suscetíveis aos quadros de hipertermia e, principalmente, às queimaduras na pele por causa do sol.
Na rede pública, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) disse em nota ao Estadão que "está atenta às condições severas de temperatura e pede às escolas da rede que sigam as orientações para resguardar alunos e professores do calor".
A pasta afirma que enviou um comunicado sobre o assunto para todas as unidades de ensino nesta quarta-feira, 20, recomendando que aulas de Educação Física sejam leves, que se evite a exposição ao sol principalmente entre as 10 e as 16 horas e que a hidratação frequente.
"Foram fornecidas ainda dicas de como se proteger, como a realização de pausas para consumo de água, e a identificação de sinais de insolação ou desidratação em alunos e professores", diz a Seduc.
A Secretaria Municipal de Educação disse que "segue orientação das autoridades de Saúde" e que vai "reforçar com as unidades os cuidados exposição ao sol, práticas de exercícios físicos durante os períodos de alta temperatura e intensificação do consumo de água".
Na cidade de São Paulo, uma grande massa de ar quente e seco vai ganhar força e deve permanecer até o domingo. A expectativa é de novos recordes de temperatura máxima. Em contrapartida, os índices de umidade estarão em declínio, abaixo dos 30%.
A quinta-feira, 21, terá predomínio de sol e poucas nuvens. Os termômetros oscilam entre a mínima de 16°C na madrugada e a máxima de 32°C à tarde. A sexta-feira, 22, será ensolarada e quente. Mínima de 18°C e máxima de 33°C.
Calor forte em SP faz escolas mudarem educação física e até cardápio
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