Enem: Camilo diz que questões sobre agro foram feitas em gestão anterior e nega intervenção

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O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), voltou a negar intervenção política na escolha das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em reunião conjunta com comissões da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 22. Segundo ele, a questão 89 do Enem 2024, que tem recebido fortes críticas por carregar visão preconceituosa sobre o agronegócio, não será anulada. Isso só o que ocorreria, segundo ele, se o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) considere critérios técnicos para isso.

A questão dizia que no Cerrado o "conhecimento local" está subordinado "à lógica do agronegócio" e que o "capital impõe conhecimentos biotecnológicos" que trazem consequências negativas para a população do campo. O agronegócio foi o setor que alavancou a economia nos últimos anos. Uma frente parlamentar pediu a anulação desse e de outras perguntas do exame.

Em outra questão desta edição do Enem, relacionava-se a competitividade na economia à pratica de dumping. A prática de dumping - quando se baixa o preço deliberadamente para eliminar a concorrência - é condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e, para os especialistas ouvidos pelo Estadão, não pode ser relacionada à competitividade.

"Não há a menor possibilidade de interferência política deste governo sobre as questões do Enem", disse o ministro. Segundo ele, a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "apoia o agronegócio" e entende que é possível conciliar a agenda agro às diretrizes de sustentabilidade. "Estamos tratando aqui de uma questão de prova interpretativa, sobre a qual nós, o Inep, já falamos antes", afirmou.

Camilo reforçou, ainda, a informação apresentada pelo Inep, de que as questões da prova aplicada este ano foram formuladas durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), e são selecionadas pela câmara técnica do instituto, sem interferência alguma do MEC. De acordo com o ministro, essa câmara técnica que deve passar por um processo de recomposição no ano que vem.

Durante a reunião, o ministro também respondeu perguntas sobre as escolas cívico-militares (programa implementado por Bolsonaro e revogado pelo atual governo), políticas de segurança nas escolas e a suposta criação de um curso de Medicina exclusivo para assentados da reforma agrária do Movimento dos Sem-Terra (MST). Confira o que o ministro respondeu sobre cada um destes temas:

- Escolas cívico-militares: segundo Camilo, a decisão de revogar o programa de escolas cívico-militares se deu pela falta de previsão na lei sobre esse tipo de instituição e pela falta de dados que comprovem desempenho melhor do modelo em relação às escolas tradicionais. De acordo com ele, os Estados continuam com autonomia para manter ou criar escola cívico-militares, se assim desejarem. A revogação diz respeito apenas ao corte de verba federal específica para esse tipo de instituição;

- Segurança nas escolas: Camilo afirmou que o governo federal tem investido no diálogo com os Estados sobre medidas de combate à violência nas escolas. Também tem feito, segundo ele, repasses de verba para investimento em programas de apoio psicossocial e de combate a fake news e discursos que incitam este tipo de violência nas plataformas digitais;

- Curso de Medicina para o MST: o ministro negou que exista um projeto de implementação de curso de Medicina ou de qualquer outra área do conhecimento que seja voltado exclusivamente para um grupo político, incluindo o MST. O Estadão mostrou que havia um pedido da Universidade Federal de Pelotas para implementar uma graduação nesses moldes.

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O Prêmio Platino, que destaca filmes e séries ibero-americanos, divulgou sua lista de ganhadores em 2025 neste domingo, 27, no palácio municipal Ifema, em Madri, na Espanha. As produções brasileiras Ainda Estou Aqui e Senna foram premiadas.

O destaque ficou por conta do longa Ainda Estou Aqui, que ganhou nas categorias mais importantes, como melhor filme ibero-americano, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor direção (Walter Salles). Já Senna venceu a categoria de melhor criador de série (Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patrícia Andrade).

Os brasileiros vencedores do Prêmio Platino 2025

Ainda Estou Aqui (melhor filme ibero-americano de ficção)

Walter Salles (melhor direção, por Ainda Estou Aqui)

Fernanda Torres (melhor atriz, por Ainda Estou Aqui)

Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade (melhor criador de série, por Senna)

Outros indicados brasileiros ao Prêmio Platino 2025

O Brasil ainda contou com outros indicados que não faturaram nenhum prêmio neste ano. Foram eles:

Arca de Noé (melhor animação)

Cidade de Deus - A Luta Não Para (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Senna (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Alexandre Rodrigues, o Buscapé de Cidade de Deus (melhor ator de série)

Gabriel Leone, o Ayrton de Senna (melhor ator em série)

Andreia Horta, a Jerusa de Cidade de Deus (melhor atriz em série)

Hugo Bonemer, o Nelson Piquet de Senna (melhor ator coadjuvante de série)

Os ganhadores do Prêmio Platino 2025

Melhor estreia de ficção: El Ladrón de Perros

Melhor filme de animação: Mariposas Negras

Melhor atriz coadjuvante de série: Carmen Maura (Tierra de Mujeres)

Melhor ator coadjuvante de série: Jairo Camargo (Cien Años de Soledad)

Melhor documentário: El Eco

Melhor música original: Alberto Iglesias (La Habitación de Al Lado)

Melhor criador de série: Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patricia Andrade (Senna)

Melhor comédia iberoamericana de ficção: Buscando a Coque

Melhor direção de arte: Eugenio Caballero, Carlos Y. Jacques (Pedro Páramo)

Melhor direção de fotografia: Edu Grau (La Habitación de Al Lado)

Melhor direção de som: Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño, Antonin Dalmasso (Segundo Premio)

Melhor direção de edição: Victoria Lammers (La Infiltrada)

Prêmio Platino ao cinema e educação em valores: Memorias de Un Cuerpo que Arde

Melhor ator coadjuvante: Daniel Fanego (El Jockey)

Melhor atriz coadjuvante: Clara Segura (El 47)

Prêmio Platino de honra 2025: Eva Longoria

Melhor ator em série: Claudio Cataño (Cien Años de Soledad)

Melhor atriz em série: Candela Peña (El Caso Asunta)

Melhor roteiro: Arantxa Echevarria, Amelia Mora (La Infiltrada)

Melhor direção: Walter Salles (Ainda Estou Aqui)

Melhor atriz: Fernanda Torres

Melhor ator: Eduard Fernández (Marco)

Melhor série, minissérie de ficção ou documentário: Cien Años de Soledad

Melhor filme iboeroamericano de ficção: Ainda Estou Aqui

Renato Aragão relembrou o dia em que subiu em um dos braços e beijou a mão da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em entrevista ao Jornal Nacional em ocasião dos 60 anos da TV Globo.

O humorista, conhecido por seu trabalho com o grupo Os Trapalhões, se emocionou ao rever as imagens e explicou o porquê de ter feito o que fez: "Consegui chegar no Rio de Janeiro, fazer sucesso na vida. Daí eu agradecia, mas eu queria simbolicamente estar lá agradecendo a imagem de Deus."

Questionado sobre como resumiria o momento em uma frase, disse: "Obrigado, meu bom Deus. Essa fé não vai acabar nunca. Nem depois que eu for."

Por que Renato Aragão subiu no Cristo Redentor

O eterno 'Didi Mocó' chamou atenção ao 'escalar' um dos braços do Cristo Redentor em 28 de julho de 1991, em ocasião dos 25 anos do grupo Os Trapalhões, no Criança.

Em depoimento ao projeto Memória Globo, há alguns anos, Renato Aragão já havia abordado o tema, negando que o tivesse feito por exibicionismo. "Eu queria ir lá à noite, escondido, com uma lanterna. Mas disse: 'Isso é infantilidade, idiotice'. Tenho que prestar contas ao Ibama, à Cúria, à Igreja. Não pode ir assim."

O comediante também destacou que chegou a beijar os pés do Cristo Redentor durante as gravações do filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz, mas fazia questão de fazer o mesmo nas mãos da estátua.

"Foi difícil conseguir. A nossa chantagem foi que era um programa em benefício das crianças [Criança Esperança]", relembrou, sobre as autorizações.

César Tralli, apresentador e repórter da TV Globo, publicou um texto de despedida do Vaticano após participar da cobertura sobre a morte e o funeral do papa Francisco. Neste domingo, 27, ele fez uma postagem em seu Instagram antes de embarcar em sua viagem na Itália: "Partiu, Brasil!".

"Com as lembranças de tantos abraços, apertos de mão, sorrisos, olhares de afeto e compaixão. A energia boa que vai, volta... Fazer do respeito ao próximo um caminho de paz e tolerância", escreveu.

Em seguida, Tralli concluiu: "Ouvi de uma jovem voluntária de 15 anos, que estava ajudando idosos no funeral do Papa, uma frase que me marcou: 'Não é sobre religião. É sobre ter amor no coração'. Bom domingo, boa semana e muito obrigado pela companhia".