Polícia em SP prende mais pessoas negras por uso de drogas com base em denúncia anônima

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Lançado nesta quinta, 23, um raio-x das ações penais com base na lei de drogas indica que a Polícia de São Paulo prendeu mais pessoas negras durante ações de patrulhamento de rotina e com base em denúncias anônimas, enquanto a maior parte das pessoas brancas foi detida durante operações policiais especiais.

A conclusão é da pesquisa Liberdade Negra Sob Suspeita: o pacto da guerra às drogas em São Paulo, que indica ainda que em 87% dos processos em curso no Tribunal de Justiça do Estado, a única testemunha é o próprio agente responsável pela prisão.

O relatório foi produzido pela Iniciativa Negra, Rede Reforma, Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas e Núcleo Especializado de Situação Carcerária (Nesc) da Defensoria Pública do Estado.

O estudo apresenta um perfil das pessoas presas no Estado com base na lei de drogas, após a avaliação de 114 processos criminais. As ações foram extraídas da base de dados do Tribunal de Justiça.

Também foram analisados atos expedidos no bojo das ações até fevereiro de 2020, desde o inquérito até a execução da pena.

O documento promove reflexões sobre as circunstâncias de indiciamento dos presos, a conduta do Judiciário ante os casos e a condenação aplicada a cada um dos processos, que tratam de casos de uso de entorpecentes e do porte para comercialização.

A pesquisa mostra que, dos processos analisados, 58% versam sobre prisões de jovens entre 18 e 21 anos. O estudo também revela que 54% das pessoas presas por crimes relacionados à Lei de Drogas no Estado se autodeclaram negras (45% pardos e 9% pretos).

Ainda de acordo com os achados da pesquisa, 54% dos presos por algum tipo de crime relacionado à legislação antidrogas estavam desempregados; 40% alegaram ter uma ocupação profissional e, destes, 65% realizavam serviços gerais ou atuavam como técnicos de manutenção.

Sobre a renda dos presos que declararam ter alguma ocupação remunerada, o estudo mostra que 28% tinham rendimentos acima de R$ 1.500 e outros 66% dos não conseguiam chegar a este rendimento por mês.

O estudo verifica 'diferenças de tratamento e os procedimentos de abordagem entre pessoas brancas e negras' ao observar que o maior número de prisões efetuadas durante patrulhamento (56%) e com base em denúncia anônima (52%) foi de pessoas negras. Já a maioria das detenções efetuadas durante operações policiais atingiu pessoas brancas (63%).

Os pesquisadores consideram que tais números indicam 'que é muito mais provável ter seus direitos violados sendo uma pessoa negra e periférica', considerando que as ações de patrulhamento podem envolver 'ações arbitrárias com base em atitudes suspeitas', enquanto nas operações policiais é realizada uma investigação prévia.

O estudo ainda verificou a centralidade do depoimento dos policiais responsáveis pela detenção nos processos penais analisados. Das 114 ações objeto de estudo, em 15 houveram testemunhas civis e nos 99 restantes (87%), a única testemunha do caso é o próprio policial responsável pela prisão.

Os processos apresentam relatos de violência e agressões no momento das prisões, sendo a maior parte delas atribuída à Polícia Militar (80%), seguida da Polícia Civil (13%) e da Guarda Municipal Metropolitana (7%).

A maior parte dos presos que alegaram ter sofrido violência durante as abordagens é formada por pessoas negras (66%).

Em outra categoria

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".