Tarcísio descarta tarifa zero em SP: 'Não se sustenta, não faz sentido e não vamos embarcar'

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou na sexta-feira, 24, que não cogita a adoção da tarifa zero no transporte coletivo do Estado. A declaração ocorreu um dia após o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), falar da possibilidade do anúncio, ainda neste ano, da implantação da gratuitade nos ônibus municipais aos domingos ou no período noturno.

Tarcísio descartou seguir a capital nesse tema. "Sou contra. Absolutamente contra. Não consigo ver viabilidade em você colocar um sistema que tem 8,3 milhões de passageiros com tarifa, que tem estruturas de custo completamente diferentes", disse ao ser perguntado por jornalistas após uma agenda oficial. "Quanto você vai subtrair de outras políticas para vir com a tarifa zero? Para mim, é algo que não se sustenta, não faz sentido e nós não vamos embarcar", completou.

A Prefeitura estuda a adoção da tarifa zero há mais de um ano e deve anunciar uma decisão entre o fim de novembro e início de dezembro. O prefeito tem tratado do tema com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Câmara, Sidney Cruz (Solidariedade). "Vamos definir isso nessa semana ou na semana que vem, para que, no relatório final do orçamento do ano que vem, estar previsto o valor que a gente irá colocar para esse processo com relação à gratuidade", explicou Nunes na quinta-feira.

Experiências recentes de passe livre em datas pontuais na cidade, como nos dois domingos do Enem deste ano e nas últimas eleições, ocorreram simultaneamente no transporte público paulistano e metropolitano. Especialistas têm dito que a implantação da gratuidade apenas nos ônibus poderia impactar em um eventual esvaziamento das linhas de metrô e trem.

Nunes tem dito que a implantação é "complexa", porque o sistema custa cerca de R$ 10 bilhões anuais, dos quais mais da metade tem sido subsidiada pelo poder público. A tarifa do transporte na capital, no Metrô e na CPTM está congelada nos últimos anos, em um acordo conjunto com o Estado. Sem o complemento pelo poder público, a passagem (que é de R$ 4,40) custaria mais de R$ 8. "São mais de 12 mil ônibus. Então, qualquer movimento desse tem que ser muito bem pensado, muito bem planejado", afirmou.

Segundo o prefeito, a adoção da gratuidade nos domingos ou período noturno seria uma forma de testar como seria o impacto e a adesão à medida. "O que a gente está pensando, e ainda não está definido, é iniciar um processo para sentir como vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer um ganho para a economia, um movimento econômico maior", comentou.

"A ideia que está sendo mais apreciada é de domingo", afirmou. Nunes tem destacado a expectativa de que a medida impactaria em uma maior movimentação nos estabelecimentos de comércios e serviços da cidade, como relatado por parte dos outros municípios que adotaram a medida.

A implantação da tarifa zero tem crescido em diferentes municípios do País, especialmente após a crise do transporte coletivo na pandemia. Uma das adesões mais recentes é de São Caetano do Sul, no ABC Paulista. No ano passado, o Estadão mostrou como funciona o passe livre em outra prefeitura da Grande São Paulo, em Vargem Grande Paulista.

A discussão sobre a implementação da tarifa zero começou em São Paulo há mais de 30 anos, na gestão Luiza Erundina (então no PT), em 1989. À época, a Prefeitura propôs que o subsídio fosse proveniente de diferentes níveis de alíquota do IPTU, porém não obteve apoio legislativo. Um plebiscito para a população discorrer sobre o tema também foi proposto na Câmara, em 1991, pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), mas obteve parecer desfavorável na Comissão de Constituição e Justiça, que apontou "ilegalidade".

O passe livre voltou a ser discutido no Município após as manifestações contra o aumento da tarifa em 2013, o que culminou na criação da gratuidade para estudantes de baixa renda na gestão Fernando Haddad (PT). A medida foi modificada três anos depois, com restrições no número de viagens, pela gestão João Doria (então no PSDB), assim como a de Bruno Covas (PSDB) extinguiu a gratuidade de idosos de 60 a 64 anos, retomada neste ano por Nunes, mas exclusivamente para os de baixa renda.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que a crise do setor de transportes na pandemia foi um dos fatores que alavancou a adesão, pois o retorno financeiro das empresas costuma estar atrelado ao número de passageiros, que teve queda no período de maior distanciamento social. Outro ponto é o aumento da discussão sobre o tema após prefeituras aderirem à tarifa zero nas datas do 1º e 2º turno da eleição.

Entre as principais consequências apontadas por especialistas e prefeituras que implantaram a tarifa zero, está o aumento de passageiros, geralmente associado à maior adesão da população de baixa renda. Há relatos de municípios brasileiros de que o número triplicou ou até quadruplicou após a mudança, exigindo um aumento na frota e outras adaptações.

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Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."