Unesp contrata advogado privado para representar contra promotor que processa reitor

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O reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Pasqual Barretti, contratou sem licitação e com verbas da instituição um advogado privado, mesmo tendo à sua disposição procuradores comissionados e concursados, para entrar com uma representação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor de Justiça que move uma ação de improbidade contra ele.

O pacote de serviços também inclui o patrocínio de uma representação na seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) contra uma advogada concursada que denunciou irregularidades na contratação de funcionários comissionados na universidade. Ela chegou a ser demitida por justa causa, mas foi reintegrada após ordem judicial.

O advogado contratado é Luiz Antonio Alves de Souza. Os honorários foram pactuados em R$ 100 mil. Os valores, segundo a universidade, são "absolutamente adequados" à "notória e reconhecida" especialização do advogado. Ele já tem experiência em outro processo em que atuou como representante da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A justificativa da Unesp para a dispensa de licitação foi a de que os serviços advocatícios se enquadram na modalidade de "natureza singular".

"Em virtude da própria pessoalidade na contratação e pelas características de singularidade desse ajuste, muitas vezes não há como verificar valores comparativos, já que o notório especialista ao apresentar sua proposta inexoravelmente se compromete com a regularidade, compatibilidade e adequação do preço apresentado", diz um dos pareceres da assessoria jurídica da universidade sobre o contrato.

O advogado já havia sido contratado pela própria Unesp, em 2021, para representar a universidade em uma ação civil movida pelo Ministério Público de São Paulo para obrigar a instituição a demitir os procuradores jurídicos comissionados. O órgão afirma que a função é técnica e que não há justificativa para a contratação sem concurso. Uma decisão de primeira instância determinou as demissões, mas a universidade conseguiu uma liminar para mantê-los no cargo até o julgamento definitivo do caso.

Na ocasião, a Unesp justificou que ficou sem alternativa, porque todos os seus procuradores estão no polo passivo da ação, o que segundo os documentos da contratação comprometeria sua imparcialidade para atuar no processo. Na ocasião, os honorários foram pactuados em R$ 200 mil.

Mesmo após o MP entrar com a ação, a universidade contratou mais duas procuradoras comissionadas. Uma delas é filha de um assessor do reitor, o que levou o Ministério Público a entrar com uma segunda ação, por suspeita de nepotismo. O promotor de Justiça Silvio Marques, da Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital escreveu, em uma das representações, que o setor jurídico da Unesp foi transformado em um "cabide de emprego".

A universidade atribui "abusos" ao promotor e afirma que a inclusão dos procuradores no polo passivo da ação foi uma "verdadeira manobra processual" para impedir sua atuação no caso.

O Estadão apurou que o Ministério Público pode instaurar um terceiro inquérito, desta vez contra o reitor, o advogado contratado, o procurador jurídico chefe da Unesp, Edson César Santos Cabral, e os demais funcionários que participaram da contratação.

COM A PALAVRA, A UNESP

"A Unesp esclarece que mesmo tendo um quadro interno de consultores jurídicos, a medida não fere nenhuma questão de cunho ético ou legal ao constituir advogados externos para determinados assuntos. A contratação foi devidamente fundamentada nos permissivos legais, expostos nos processos administrativos pertinentes. A qualidade do trabalho técnico-jurídico apresentado pesou significativamente na escolha do profissional."

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUIZ ANTONIO ALVES DE SOUZA

"Estou devidamente inscrito, na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, para o exercício da advocacia, desde 1975. Só não exerci a advocacia no período no qual integrei a superior administração pública do Estado.

Tenho a mais absoluta convicção de que a Unesp me contratou por razões fundadas, devidamente expostas nos processos administrativos que concluíram nesse sentido. Em decorrência, concentro-me em bem representá-la nos casos pertinentes, nada mais."

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".