COP: por que o governo diz que não gostou da nova proposta de documento final

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O governo brasileiro criticou o acordo proposto pela presidência da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28). Nesta segunda-feira, 11, em Dubai, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o texto da cúpula não está de acordo com a posição do Brasil em defesa da eliminação dos combustíveis fósseis.

Divulgada nesta segunda-feira, a proposta aborda a transição energética com o aumento das fontes de energia renováveis e a "redução" da produção e do consumo de fósseis "de forma justa" para chegar à taxa zero de emissões até 2050.

O novo rascunho excluiu opções que traziam uma linguagem mais ousada, com menções à eliminação dessas fontes de energia. "Em relação à questão de combustíveis fósseis a linguagem não está apropriada e temos muitas insuficiências. Uma das insuficiências é não estar ali estabelecida a questão dos esforços para eliminação em relação à combustível fóssil", disse Marina Silva.

Ela defendeu ainda maior clareza a respeito da diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O Brasil tem defendido que países ricos liderem a eliminação de combustíveis fósseis.

A posição do Brasil sobre o texto era aguardada sobretudo após sinais contraditórios enviados pelo governo brasileiro ao longo da conferência. Em seu discurso no início da COP28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma redução da dependência dos países dos combustíveis fósseis. Um dia antes, no entanto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o Brasil integraria a Opep+, grupo criado pela Organização dos Países Produtores de Petróleo.

Além disso, o Brasil é visto como um negociador importante por ter protagonismo histórico na agenda ambiental e por ser o país sede da COP-30, em 2025, quando os países deverão revisar os compromissos assumidos no Acordo de Paris, em 2015.

O Brasil defende que o texto do balanço global traga a menção à necessidade de manter a temperatura global no limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Mas, para o País, embora o texto contemple esse ponto, os meios para alcançá-lo não estão dispostos.

"Na análise que fizemos, temos um texto que fala claramente que as ambições devem estar alinhadas com 1,5°C, mas nós não encontramos a clareza e a equivalência em relação à questão de energia. Portanto, é preciso que as duas coisas estejam adequadamente alinhadas", afirmou Marina.

A ministra disse ainda o governo brasileiro está tentando alterar os prazos estabelecidos no texto. As reuniões de negociação seguirão noite adentro. Inicialmente, a previsão era de que a COP-28 acabasse nesta terça-feira, 12, mas os negociadores já não acreditam neste prazo.

"Outra questão que nós consideramos importante são os prazos. Se referir à questão de energia até 2050 é mais uma incompatibilidade com a missão 1,5°C. Então, isso é mais uma questão que nós estamos trabalhando", afirmou.

Marina evitou falar qual será a linguagem exata proposta pelo Brasil, mas disse que o que o País considera como texto adequado deveria ser mais ambicioso em termos de prazo e eliminação.

O negociador-chefe do Brasil na COP-28, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que o processo está polarizado, mas o País tentará melhorar a proposta. "A batalha está nos dois extremos", disse.

Desde o início da conferência há dois blocos visíveis. De um lado países insulares, que correm o risco de desaparecer devido às mudanças climáticas e defendem o fim do uso de combustíveis fósseis. Do outro, países petroleiros, liderados pela Arábia Saudita, tentam bloquear qualquer avanço em relação ao tema.

*A repórter viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

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O Prêmio Platino, que destaca filmes e séries ibero-americanos, divulgou sua lista de ganhadores em 2025 neste domingo, 27, no palácio municipal Ifema, em Madri, na Espanha. As produções brasileiras Ainda Estou Aqui e Senna foram premiadas.

O destaque ficou por conta do longa Ainda Estou Aqui, que ganhou nas categorias mais importantes, como melhor filme ibero-americano, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor direção (Walter Salles). Já Senna venceu a categoria de melhor criador de série (Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patrícia Andrade).

Os brasileiros vencedores do Prêmio Platino 2025

Ainda Estou Aqui (melhor filme ibero-americano de ficção)

Walter Salles (melhor direção, por Ainda Estou Aqui)

Fernanda Torres (melhor atriz, por Ainda Estou Aqui)

Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade (melhor criador de série, por Senna)

Outros indicados brasileiros ao Prêmio Platino 2025

O Brasil ainda contou com outros indicados que não faturaram nenhum prêmio neste ano. Foram eles:

Arca de Noé (melhor animação)

Cidade de Deus - A Luta Não Para (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Senna (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Alexandre Rodrigues, o Buscapé de Cidade de Deus (melhor ator de série)

Gabriel Leone, o Ayrton de Senna (melhor ator em série)

Andreia Horta, a Jerusa de Cidade de Deus (melhor atriz em série)

Hugo Bonemer, o Nelson Piquet de Senna (melhor ator coadjuvante de série)

Os ganhadores do Prêmio Platino 2025

Melhor estreia de ficção: El Ladrón de Perros

Melhor filme de animação: Mariposas Negras

Melhor atriz coadjuvante de série: Carmen Maura (Tierra de Mujeres)

Melhor ator coadjuvante de série: Jairo Camargo (Cien Años de Soledad)

Melhor documentário: El Eco

Melhor música original: Alberto Iglesias (La Habitación de Al Lado)

Melhor criador de série: Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patricia Andrade (Senna)

Melhor comédia iberoamericana de ficção: Buscando a Coque

Melhor direção de arte: Eugenio Caballero, Carlos Y. Jacques (Pedro Páramo)

Melhor direção de fotografia: Edu Grau (La Habitación de Al Lado)

Melhor direção de som: Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño, Antonin Dalmasso (Segundo Premio)

Melhor direção de edição: Victoria Lammers (La Infiltrada)

Prêmio Platino ao cinema e educação em valores: Memorias de Un Cuerpo que Arde

Melhor ator coadjuvante: Daniel Fanego (El Jockey)

Melhor atriz coadjuvante: Clara Segura (El 47)

Prêmio Platino de honra 2025: Eva Longoria

Melhor ator em série: Claudio Cataño (Cien Años de Soledad)

Melhor atriz em série: Candela Peña (El Caso Asunta)

Melhor roteiro: Arantxa Echevarria, Amelia Mora (La Infiltrada)

Melhor direção: Walter Salles (Ainda Estou Aqui)

Melhor atriz: Fernanda Torres

Melhor ator: Eduard Fernández (Marco)

Melhor série, minissérie de ficção ou documentário: Cien Años de Soledad

Melhor filme iboeroamericano de ficção: Ainda Estou Aqui

Renato Aragão relembrou o dia em que subiu em um dos braços e beijou a mão da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em entrevista ao Jornal Nacional em ocasião dos 60 anos da TV Globo.

O humorista, conhecido por seu trabalho com o grupo Os Trapalhões, se emocionou ao rever as imagens e explicou o porquê de ter feito o que fez: "Consegui chegar no Rio de Janeiro, fazer sucesso na vida. Daí eu agradecia, mas eu queria simbolicamente estar lá agradecendo a imagem de Deus."

Questionado sobre como resumiria o momento em uma frase, disse: "Obrigado, meu bom Deus. Essa fé não vai acabar nunca. Nem depois que eu for."

Por que Renato Aragão subiu no Cristo Redentor

O eterno 'Didi Mocó' chamou atenção ao 'escalar' um dos braços do Cristo Redentor em 28 de julho de 1991, em ocasião dos 25 anos do grupo Os Trapalhões, no Criança.

Em depoimento ao projeto Memória Globo, há alguns anos, Renato Aragão já havia abordado o tema, negando que o tivesse feito por exibicionismo. "Eu queria ir lá à noite, escondido, com uma lanterna. Mas disse: 'Isso é infantilidade, idiotice'. Tenho que prestar contas ao Ibama, à Cúria, à Igreja. Não pode ir assim."

O comediante também destacou que chegou a beijar os pés do Cristo Redentor durante as gravações do filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz, mas fazia questão de fazer o mesmo nas mãos da estátua.

"Foi difícil conseguir. A nossa chantagem foi que era um programa em benefício das crianças [Criança Esperança]", relembrou, sobre as autorizações.

César Tralli, apresentador e repórter da TV Globo, publicou um texto de despedida do Vaticano após participar da cobertura sobre a morte e o funeral do papa Francisco. Neste domingo, 27, ele fez uma postagem em seu Instagram antes de embarcar em sua viagem na Itália: "Partiu, Brasil!".

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