Advogado, pesquisador de pós-doutorado na USP, é uma das vítimas da colisão entre lanchas

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O advogado Mario André Machado Cabral, de 34 anos, doutor e pesquisador de pós-doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), é uma das vítimas da colisão entre duas lanchas que aconteceu no distrito de Boipeba, Bahia, na última sexta-feira, 29. O acidente causou também a morte da bióloga e ambientalista Larissa Fanny Galantini Pires, de 35 anos.

Conforme informações da polícia civil, as duas embarcações faziam trajeto entre a cidade de Valença e a Ilha de Boipeba, ponto turístico da Bahia, quando se colidiram na região do município de Taperoá.

Além das mortes de Mário André Cabral e Larissa Galantini, outras pessoas ficaram feridas no acidente e precisaram ser hospitalizadas. Segundo as investigações, o condutor de umas das lanchas "apresentava sinais de embriaguez" e foi preso em flagrante. O homem, que não foi identificado, foi levado para a Delegacia Territorial de Cairu.

Em nota, a Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP (FDSUP) lamentou a morte de Mario André Machado Cabral, que era pesquisador de Pós-Doutorado no Departamento de Direito Comercial da FDUSP e doutor em Direito Econômico pela mesma instituição.

O advogado era natural de Maceió, mas morava em São Paulo, e estava prestes a ingressar no quadro de docentes no curso de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), como professor de negócios, segundo o comunicado. "Iria iniciar no próximo semestre sua atuação", informou a unidade.

Cabral se formou em Direito pela Universidade Federal do Ceará, e fez mestrado em Direito da Concorrência, Inovação e Informação pela Universidade de Nova York, onde recebeu o prêmio Dean's Graduate Award, concedido pela relevância do seu trabalho acadêmico.

Em São Paulo, fez doutorado em Direito Econômico na USP, e iniciou pesquisas de pós-doutorado no Departamento de Direito Comercial da mesma universidade. Em paralelo, fazia também pós-doc, com bolsa, na Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

"Foi também pesquisador no Instituto Max Planck para Inovação e Concorrência (Munique), no Engelberg Center on Innovation Law Policy (Nova Iorque) e na Universidade de Iowa.Era pesquisador do Núcleo Jurídico do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da USP. Parecerista da Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, sob orientação do professor Carlos Portugal Gouvêa (DCO)", acrescentou a Faculdade São Francisco.

A bióloga Laryssa Galantini, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e mestre pela Universidade de Campinas (Unicamp) era ambientalista e educadora, com atuações em projetos socioambientais de proteção e conservação da biodiversidade do Cerrado.

Suas atuações eram focadas na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, onde vivia. Em comunicado, o Instituto Biorregional do Cerrado (IBC) também lamentou a morte de Laryssa.

"Lary faleceu aos 35 anos, deixando um grande legado para a Chapada dos Veadeiros e para todo o Brasil. Laryssa era uma educadora atuante e carismática. Participava de inúmeros projetos educacionais e socioambientais, sempre com o objetivo de promover a regeneração, resiliência e conservação do Cerrado", disse a nota.

Laryssa integrou ao lado de outros ativistas o primeiro Mandato Coletivo do Brasil, eleito em 2016 na cidade de Alto Paraíso, em Goiás. Tinha também participações em coletivos feministas e em grupos de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

"Sua partida deixa um grande vazio no coração de seus amigos, familiares, do seu companheiro de vida João Yuji e de toda a família da Chapada dos Veadeiros. Laryssa foi vítima de um 'acidente' náutico na Bahia (Ilha de Boipeba) causado pela imprudência de um homem alcoolizado em uma lancha em alta velocidade", acrescentou a nota do IBC.

Em outra categoria

Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."