Escritor e tradutor Marco Lucchesi vai presidir a Fundação Biblioteca Nacional

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O escritor e tradutor Marco Lucchesi, de 59 anos, vai presidir a Fundação Biblioteca Nacional, no lugar de Luiz Carlos Ramiro Júnior, exonerado na segunda-feira, 2, pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. "Frequento aquela Casa, que amo, desde a adolescência. Respeito seus funcionários. Trabalharemos em conjunto", escreveu ele em sua conta no Twitter.

Lucchesi recusou receber, em julho do ano passado, a Ordem do Mérito do Livro, por discordar da decisão de Ramiro de premiar também autores ligados ao extremismo bolsonarista, como o deputado Daniel Silveira que, além de nenhum contato com a cultura, revelou desprezo pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.

Também poeta, romancista e ensaísta, Lucchesi presidiu a Academia Brasileira de Letras entre 2018 e 2021, sendo o mais jovem presidente da história da casa.

Em sua obra, destacam-se Sphera, Meridiano Celeste e Bestiário e Clio (poesia); O Dom do Crime, O Bibliotecário do Imperador e Adeus, Pirandello (romances); Saudades do Paraíso e Os Olhos do Deserto (memória); A Memória de Ulisses e O Carteiro Imaterial (ensaios).

Traduziu diversos autores, dentre os quais, publicados em livro, dois romances de Umberto Eco, a Ciência Nova, de Vico, os poemas do romance Doutor Jivago, obras de Guillevic, Primo Levi, Rumi, Hölderlin, Khliebnikov, Trakl, Juan de la Cruz, Francisco Quevedo, Angelus Silesius.

Graças ao amplo conhecimento de mais de vinte idiomas, criou inclusive uma língua artificial denominada "laputar".

A Biblioteca Nacional foi fundada em outubro de 1810, no Rio de Janeiro, e é a depositária do patrimônio bibliográfico e documental do Brasil, considerada pela Unesco uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina. Hoje abriga cerca de 9 milhões de itens.

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A China anunciou que reduzirá as importações de filmes dos EUA, em mais uma tentativa de afetar as exportações americanas de serviços em meio à escalada da guerra comercial entre os dois países.

Nesta quinta-feira, 10, as tarifas retaliatórias de 84% da China contra importações dos EUA entraram em vigor. Segundo a Administração de Cinema da China, as tarifas de Washington são abusivas e inevitavelmente tornarão o público doméstico menos favorável aos filmes americanos.

Recentemente, os estúdios de Hollywood têm dependido menos da China, e o público local tem prestigiado filmes nacionais como "Ne Zha 2", lançado em janeiro, que se tornou o filme de maior bilheteria do mundo em qualquer mercado. Fonte: Dow Jones Newswires.

A produtora 3LM Entretenimento anunciou nesta quinta-feira, 9, o cancelamento de quatro shows da turnê Acústico 20 Anos, da banda Ira!, nas cidades de Caxias do Sul, Jaraguá do Sul, Blumenau e Pelotas.

Segundo a empresa, a motivação foram os diversos pedidos de cancelamento de ingressos adquiridos e desistência de patrocinadores para as apresentações nestas cidades, após polêmica envolvendo o cantor Nasi ocorrida em show do grupo em Contagem, no dia 29 de março.

O Estadão solicitou um posicionamento por meio da assessoria do artista sobre os cancelamentos, mas não obteve retorno até o momento.

Na ocasião, segundo relato publicado no X, antigo Twitter, um grupo da plateia começou a vaiar em direção ao palco após Nasi gritar "sem anistia!", manifestando-se em relação aos ataques antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Diante disso, o vocalista declarou que muitas pessoas vão aos shows sem que entendam o posicionamento do grupo, e pediu para que essas pessoas se retirassem.

"A vocês que estão vaiando, eu vou falar uma coisa para vocês. Tem gente que acompanha o Ira! mas que nunca entendeu o Ira!. Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o Ira! e é bolsonarista. Isso não tem nada a ver, gente. Por favor, vão embora, vão embora da nossa vida! Vão embora e nunca mais voltem em show, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço", disse o artista de 63 anos.

Pouco mais de um ano depois de deixar a direção de Pânico 7, Christopher Landon explicou sua decisão de se demitir da produção. Em entrevista à Vanity Fair, o cineasta afirmou que recebeu uma série de ameaças à sua vida e à de sua família após a demissão de Melissa Barrera, desligada do filme por criticar as ações de Israel contra a Palestina.

"Eu não a demiti", reforçou Landon na entrevista. "Muita gente acha que teve dedo meu na decisão, mas não foi por minha causa. Não tinha nenhum controle sobre a situação. Acho que na falta de pessoas que entendam como Hollywood funciona, fãs pensaram 'foi esse cara' e vieram para cima de mim com facas nas mãos."

A situação se agravou ao longo de novembro de 2023, quando Landon começou a receber mensagens ameaçando ele e sua família - ele é casado com Cody Morris, com quem tem dois filhos de cinco e oito anos de idade. "O FBI se envolveu [no caso]. Recebia mensagens falando 'vou encontrar seus filhos e matá-los porque você apoia a morte de crianças. A segurança de vários estúdios e o FBI tiveram que analisar as ameaças. Foi muito agressivo e assustador."

Landon lembra que o estúdio tentou mantê-lo no projeto mesmo após as saídas de Barrero e Jenna Ortega, que deixou o projeto em apoio à colega. "A quantidade de abuso com a qual eu tive que lidar - decidi que não queria continuar assim. Para mim, não valia a pena."

"No meio de todo aquele caos, eu fiquei de luto pela perda de um dos meus trabalhos dos sonhos", seguiu o cineasta. "Passei por todas as fases [do luto] - fiquei chocado, triste e então fiquei bravo. [Queria] fazer parte deste legado. Foi muito difícil desistir", concluiu, dizendo que só agora sente que consegue falar sobre o assunto.

Barrera foi demitida de Pânico 7 pela Spyglass em novembro de 2023, após acusar Israel de "genocídio e limpeza étnica" pelos ataques do país ao povo palestino em retaliação ao atentado do Hamas em 7 de outubro. Um dia depois, o estúdio anunciou a saída de Ortega do filme, afirmando "problemas de agenda".

Recentemente, Ortega negou que conflitos de calendário tenham feito ela deixar Pânico 7, reiterando que largou a produção por causa da demissão de Barrera. "Não teve nada a ver com agenda ou salário", disse a atriz ao The Cut. "As coisas com a Melissa estavam acontecendo e tudo estava desmoronando. Se Pânico 7 não fosse com os diretores [Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett] e com as pessoas por quem eu me apaixonei, parecia não ser a melhor coisa para a minha carreira naquele momento."

Pânico 7 tem estreia marcada para fevereiro de 2026, agora sob direção de Kevin Williamson, roteirista do filme original de Wes Craven. O elenco conta com o retorno de Neve Campbell, intérprete da protagonista Sidney Prescott, que ficou de fora do sexto longa.