Paralisação de servidores do Ibama e do ICMBio ameaça atividades na área Yanomami

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As atividades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na terra indígena Yanomami e em outras áreas florestais do País correm o risco de serem paralisadas nas próximas semanas. Isso porque servidores do instituto que atuam em campo iniciaram uma paralisação este mês e não há prazo para terminar. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) informou que a reestruturação dos servidores é uma prioridade e que mantém negociações desde o ano passado.

Além da paralisação dos servidores do Ibama, agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também aderiram ao movimento. Eles reivindicam, entre outras coisas, reestruturação das carreiras, gratificação para os servidores que atuam em situação de risco e indenização para quem atua em áreas remotas.

"É importante destacar que os servidores da área ambiental estão mobilizados há muitos anos. Desde 2016 a reivindicação sobre reestruturação de carreiras e outras pautas estão colocadas à mesa", afirma Cleberson Zavaski, que é presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema).

Zavaski diz que, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, não havia nem mesmo espaço para negociações. Com a chegada do governo Lula, foram abertas mesas para debater o assunto, mas os servidores consideram que há pouco avanço e demora no retorno por parte do governo federal.

Ano passado, eles paralisaram as atividades em dois momentos, e em dezembro anunciaram que iniciaram 2024 com paralisação de atividades.

O dirigente da Ascema ressalta que a paralisação atinge apenas os servidores de campo, e que por isso os efeitos na fiscalização passarão a ser percebidos ao longo das próximas semanas.

Isso acontece porque as atividades dependem do recrutamento de servidores, com emissão de passagens e diárias. Assim, quem está atuando em campo hoje são aqueles servidores escolhidos ainda no mês passado, quando a paralisação não havia iniciado. O impacto será visto quando houver mudanças nas equipes.

Sobre o território indígena Yanomami, Zavaski afirma que a paralisação já tem impacto. "A questão lá é bem complexa, porque envolve diversas áreas do governo, forças policiais, Exército, Aeronáutica, que vão além da fiscalização ambiental. Fato é que, desde dezembro, o recrutamento do Ibama para renovação e ampliação das equipes naquele território sofreu drasticamente com a não adesão das equipes para irem a campo. Então, a operação de fiscalização e proteção ambiental no território Yanomami já foi afetada por essa paralisação das atividades de campo", declarou.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente informou "é prioridade para o MMA a reestruturação das carreiras ambientais", e que desde o ano passado "retomou o diálogo com servidoras e servidores e restabeleceu instâncias de negociação, em reconhecimento à importância da valorização profissional e da inequívoca necessidade de reestruturação das carreiras do MMA e de suas vinculadas".

Ainda segundo o ministério, uma Mesa Setorial de Negociação Permanente foi instalada em maio de 2023 como forma de preparação para a Mesa Nacional de Negociação. Em outubro do ano passado, ocorreu uma primeira etapa da negociação, e uma nova reunião está marcada para o próximo dia 1º de fevereiro.

O Ibama ainda não se manifestou.

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Lady Gaga publicou uma texto emocionante agradecendo seus fãs pelo show gratuito que realizou na noite deste sábado, 3, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Na publicação, ela compartilhou fotos com uma das roupas usadas na apresentação e um vídeo da multidão que a assistia.

Gaga disse que nada poderia prepará-la para o sentimento de "orgulho e alegria absolutos" ao cantar para o público brasileiro, afirmando que ficou sem fôlego ao ver a multidão durante as primeiras músicas do show.

Ela também agradeceu ao público, citando que 2,5 milhões de pessoas compareceram à praia de Copacabana, "o maior público para uma mulher na história" - vale pontuar que a informação sobre o recorde feminino é correta, mas a prefeitura estimou um público de 2,1 milhões. Em 2024, Madonna reuniu 1,6 milhões de pessoas.

A artista ainda agradeceu à paciência dos fãs, que aguardaram 12 anos para um retorno da cantora ao País (em 2017, ela cancelou uma apresentação no Rock in Rio): "Obrigada, Rio, por esperar meu retorno. Obrigada aos monstrinhos [little monsters, como são chamados os fãs da cantora] de todo o mundo. Eu amo vocês. Jamais esquecerei este momento."

Leia o texto na íntegra

"Nada poderia me preparar para o sentimento que tive durante o show de ontem à noite - o orgulho e a alegria absolutos que senti ao cantar para o povo do Brasil. A visão da multidão durante minhas músicas de abertura me deixou sem fôlego.

Seu coração brilha tanto, sua cultura é tão vibrante e especial, que espero que saibam o quanto sou grata por ter compartilhado esse momento histórico com vocês. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas vieram me ver cantar, o maior público para uma mulher na história.

Gostaria de poder compartilhar esse sentimento com o mundo inteiro - sei que não posso, mas posso dizer o seguinte: se você perder o rumo, pode encontrar o caminho de volta se acreditar em si mesmo e trabalhar duro.

Você pode se dar dignidade ensaiando sua paixão e sua arte, esforçando-se para alcançar novos patamares - você pode se elevar, mesmo que isso leve algum tempo.

Obrigada, Rio, por esperar meu retorno. Obrigada aos monstrinhos [little monsters, como são chamados os fãs da cantora] de todo o mundo. Eu amo vocês. Jamais esquecerei este momento. Patas para cima, monstrinhos. Obrigada [em português]. Com amor, Mãe Monstro."

Lady Gaga dedicou uma música para o noivo, Michael Polansky, durante seu megashow no Rio de Janeiro, na noite de sábado, 3. A cantora americana levou um público de 2,1 milhões de pessoas à praia de Copacabana, segundo a prefeitura da cidade.

"Michael, vou cantar essa canção para 2 milhões de pessoas. Isso é o quanto eu te amo", disse ela na apresentação de Blade of Grass, música do álbum Mayhem que Gaga escreveu em homenagem ao parceiro.

Polansky tem 46 anos, nasceu no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, e trabalha com investimentos. Segundo seu perfil no Linkedin, ele se formou na universidade de Harvard e tem um diploma em matemática aplicada e ciências da computação.

Atualmente, ele tem funções em diversas empresas e fundações sem fins lucrativos. Ele ajudou a criar a Fundação Parker, em 2015, ao lado de Sean Parker, um dos fundadores do Facebook, que tem o objetivo de criar mudanças positivas na saúde pública global.

Ele também é creditado como sócio fundador da Hawktail, uma empresa de capital de risco "que investe em tecnologia de estágio inicial e transformacional em ciências da vida, tecnologia climática, tecnologia profunda e software", e da Outer Biosciences, que tem como missão "melhorar a saúde da pele humana."

Ele e Gaga foram apresentados pela mãe da cantora, Cynthia Germanotta, em 2019. Assumiram o namoro publicamente no ano seguinte e revelaram o noivado em 2024. O empresário costuma acompanhar a cantora em turnês e shows - incluindo no Rio - e já compareceu com ela em eventos da indústria da música.

O megashow de Lady Gaga na praia de Copacabana na noite deste sábado, 3, teve repercussão na mídia internacional. Veículos estrangeiros destacaram o público recorde de 2,1 milhões de pessoas, que superou o da apresentação de Madonna (1,6 milhão) no ano passado.

O britânico The Guardian acompanhou a apresentação diretamente do Rio e entrevistou fãs da cantora na praia carioca, incluindo mãe e filha que vieram do Chile para a apresentação. O jornal disse que "a atmosfera era parte frenesi, parte reverência durante a 'ópera gótica' de cinco atos".

A revista americana Variety, tradicional na área do entretenimento, chamou a atenção para o fato de que aquele foi o maior público da carreira de Lady Gaga e o maior de um show feminino em Copacabana (o recorde geral é de Rod Stewart - veja aqui o ranking).

Outro portal americano, o NPR escreveu que "alguns fãs, muitos deles jovens, chegaram à praia de madrugada para garantir um bom lugar, munidos de lanches e bebidas", e aguardaram ao longo dia sob um sol escaldante.

O site alemão Deutsche Welle (DW) também repercutiu o tamanho do público que compareceu ao show e comentou o objetivo da cidade do Rio de Janeiro de ter um megashow em Copacabana todo ano no mês de maio até 2028.

Já o britânico The Telegraph disse que a apresentação "impulsionou" a economia do Rio de Janeiro, repercutindo a informação da prefeitura de que a estimativa era que o show gerasse R$ 600 milhões para a cidade.

A rede britânica BBC também conversou com fãs no local e lembrou que Gaga não se apresentava no Rio desde 2012, já que havia cancelado uma apresentação no Rock in Rio 2017.

"Uma grande operação de segurança foi montada, com 5 mil policiais de plantão e os participantes tendo que passar por detectores de metal. As autoridades também usaram drones e câmeras de reconhecimento facial para ajudar a policiar o evento", destacou o veículo.

O show de Lady Gaga no Rio também repercutiu em veículos como o jornal Público, de Portugal, a CNN americana e as agências de notícias Reuters e Associated Press.