Doces mais fofos da cidade estão à venda em Pinheiros

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Ao invés de enlouquecer com a tarefa de esculpir uma tonelada de chocolate belga em ovos de Páscoa (incluindo um incrustado por franuis, aquelas framboesas da Patagônia que ganharam o Tik Tok mundo afora), Cesar Yukio decidiu que era hora de inaugurar sua Hanami no bairro de Pinheiros.

"Mais de 70% dos clientes estão entre zona oeste e sul e no Tatuapé não tinha para onde expandir: de um lado tinha um pet shop, do outro uma dentista e ninguém ia sair", justifica o chef especializado em confeitaria asiática.

Para a inauguração, neste 1º de março, Cesar lotou sua nova vitrine: encaixou 10 tipos diferentes de choux creams, entremets no formato de yuzu e de maçã, bolo inteiro de pistache com frutas vermelhas, versões autorais de cheesecake e red velvet, além de chocopies e pavês de matchá.

Na retaguarda, deixou a grande estrela da casa, a panna cotta de gatinho. "No ano passado fui à Coreia e descobri essa panna cotta que tem o formato e se mexe como um gatinho. Tive que trazer para o Brasil", conta o confeiteiro, que abriu mão de umas pecinhas de roupa para trazer as forminhas.

Importação feita, o desafio seguinte foi chegar a uma consistência cremosa o suficiente para o gatinho dançar. A saída foi "não usar leite, só creme de leite, baunilha, gelatina e açúcar". "Vamos fazer apenas 30 unidades por dia", avisa Yukio, que venderá cada uma delas a R$ 30.

Até hoje, no entanto, o best-seller da Hanami era o yuzu (R$ 30), um entremet que tem não só tem o formato do "limão" japonês, como usa o fruto cítrico inteirinho na mousse e no curd que o recheiam.

Todo o Yuzu é nacional e exclusivo: "Vem de Marília, no interior paulista. Não é tão aromático quanto no Japão e às vezes o quilo chega a R$ 80, mas usamos 350 quilos por ano e vale a pena. Com as raspas fazemos mousse, no curd vai a casca e o suco, só não usamos o bagaço e as sementes".

Sucesso no Hello Kitty and Friends 2D, na Liberdade, o ringo (uma compota de maçã coberta com mousse de baunilha, casca fininha de chocolate branco e glaçagem vermelha, R$ 30) tem lugar cativo no menu, assim como o pavê de matchá. Neste caso, não espere ver bolachas champanhe - o chocolate Ruby acoberta as camadas de mousse do chá, biscoito caseiro e coco (R$ 30).

Em uma única visita é difícil gabaritar as opções da Hanami, mas se cabem duas sugestões, o pistachioberry (uma combinação delicada de pistache e frutas vermelhas, R$ 30) é queridinho de Cesar Yukio e viaja bem na embalagem para delivery. Já a choux com creme inglês geladinho de baunilha e calda de caramelo com missô (R$ 18) é mais gostosa se devorada na hora.

Hanami Confeitaria

R. Mourato Coelho, 505, Pinheiros. De seg. a sáb., das 11h às 18h. Tel.: (11) 2675-9300

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O corpo da cantora Nana Caymmi será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 2, a partir das 8h30. O enterro ocorrerá às 14h, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Uma das principais cantoras do Brasil, Nana morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, depois de ficar nove meses internada na Casa de Saúde São José, no Rio, para tratar uma arritmia cardíaca. De acordo com nota divulgada pelo hospital, a causa da morte de Nana foi a disfunção de múltiplos órgãos.

Ao Estadão, o irmão de Nana, o músico e compositor Danilo Caymmi, afirmou que, além da implantação de um marcapasso para corrigir a arritmia cardíaca, Nana apresentava desconforto respiratório e passava por hemodiálise diariamente. Nana também sofria de um quadro de osteomielite, uma infecção nos ossos, que lhe causava muitas dores. Segundo ele, Nana esteve lúcida por todo o tempo, mas, no dia 30 de abril, entrou em choque séptico.

Filha do compositor Dorival Caymmi, Nana começou a carreira no início dos anos 1960, ao lado do pai. Após se afastar da vida artística para se casar - ela teve três filhos, Stella, Denise e João Gilberto -, Nana retomou a carreira ainda na década de 1960, incentivada pelo irmão Dori Caymmi.

Nos anos 1970 e 1980, gravou os principais compositores da música brasileira, como Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sueli Costa, Ivan Lins, João Donato e Dona Ivone Lara.

Em 1998, conheceu a consagração popular ao ter o bolero Resposta ao Tempo, de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, incluído como tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, da TV Globo.

Nana gravou discos regularmente até 2020, quando lançou seu último trabalho, o álbum Nana, Tom, Vinicius, só com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

A cantora Nana Caymmi, que morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, fez aniversário no último dia 29 de abril. Internada desde julho de 2024, Nana recebeu uma mensagem da também cantora Maria Bethânia, de quem era amiga.

Bethânia escreveu: "Nana, quero que receba um abraço muito demorado, cheio de tanto carinho e admiração que tenho por você. Querida, precisamos de você e da sua voz. Queremos você perto e cheia de suas alegrias, dons e águas do mar na sua voz mais linda que há. Amor para você, hoje, seu aniversário, e sempre. Rezo à Nossa Senhora para você vencer esse tempo tão duro e difícil. Peço por sua voz e por sua saúde. Te amo. Sua irmã, Maria Bethânia".

Nana e Bethânia tinham uma longa relação de amizade e gravaram juntas no álbum Brasileirinho, de Bethânia, lançado em 2003. Bethânia afirmou mais de uma vez que Nana era a maior cantora do Brasil.

De acordo com informações divulgadas pela Casa de Saúde São José, onde Nana estava internada há nove meses para tratar de problemas cardíacos, a cantora morreu às 19h10 desta quinta-feira, em decorrência da disfunção de múltiplos órgãos.

Morreu nesta quinta-feira, 1° de maio, Nana Caymmi, aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos. A morte foi confirmada pelo irmão da artista, o também músico e compositor Danilo Caymmi. Ela estava internada havia nove meses em uma clínica no Rio de Janeiro.

"Eu comunico o falecimento da minha irmã, Nana Caymmi. Estamos, lógico, na família, todos muito chocados e tristes, mas ela também passou nove meses sofrendo em um hospital", disse Danilo Caymmi.

"O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Nós estamos, realmente, todos muito tristes, mas ela terminou nove meses de sofrimento intenso dentro de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital", acrescentou o irmão, em um vídeo publicado no Instagram.

Nas redes, amigos e admiradores também prestaram homenagens à cantora.

"Uma perda imensa para a música do Brasil", escreveu o músico João Bosco, com quem Nana dividiu palcos e microfones. Bosco também teve canções interpretadas por Nana Caymmi, como Quando o Amor Acontece.

O cantor Djavan disse que o País perde uma de suas maiores cantoras e ele, particularmente, uma amiga. "Descanse em paz, Nana querida. Vamos sentir muito sua falta, sua voz continuará a tocar nossos corações."

Alcione também diz que perdeu uma amiga e que a intérprete, filha de Dorival Caymmi, tinha "a voz". "Quem poderá esquecer de Nana Caymmi?"

"Longe, longe ouço essa voz que o tempo não vai levar! Nana das maiores, das maiores das maiores", postou a cantora Monica Salmaso, que já tinha prestado uma homenagem para Nana na última terça, quando a artista completou 84 anos. "Voz de catedral", descreveu Monica na ocasião.

O escritor, roteirista e dramaturgo Walcyr Carrasco disse que, nesta quinta, a música brasileira deve ficar em silêncio em respeito à partida da artista. "Que sua voz siga ecoando onde houver saudade. Meus sentimentos à família, amigos e admiradores!"

A deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSOL-SP) disse que Nana Caymmi tinha umas das vozes "mais marcantes da música popular brasileira" e que a cantora deixa um "legado extraordinário" para o Brasil por meio de interpretações "únicas e carregadas de emoção". "Que sua arte siga viva, e que ela descanse em paz", disse a parlamentar.

A artista Eliana Pittman diz que se despede com tristeza de Nana Caymmi, a quem descreveu com uma das uma "das maiores vozes" que o Brasil já teve, e elogiou a cantora pela irreverência e forte personalidade.

"Nana nunca se curvou a convenções: cantava o que queria, do jeito que queria - e por isso, marcou gerações", disse Eliana, que também fez elogios qualidade técnica da intérprete. "Sua voz grave, seu timbre inconfundível e sua forma tão particular de existir na música deixam um vazio irreparável".

O Grupo MPB4 postou: "Siga em paz, querida Nana Caymmi! Nosso mais fraterno abraço para os amigos Dori Caymmi, Danilo Caymmi (irmãos de Nana Caymmi) e toda a família".