Governo de São Paulo decreta emergência para dengue

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São Paulo decretou emergência para a dengue nesta terça-feira, 5. A decisão ocorreu após o Estado atingir a marca de 300 casos por 100 mil habitantes. Essa relação de novos casos por habitante varia amplamente pelo Estado. Após dois meses de uma curva ascendente nada típica, há cidades que ultrapassam os 4 mil casos por 100 mil habitantes.

O Estado já confirmou 138.259 casos da doença, enquanto soma mais de 361,6 mil notificações de infecção provável. Ao todo, 31 pessoas morreram. Outros 122 óbitos estão em investigação.

Desse total de pacientes, 1.821 apresentaram ou apresentam sinais de alarme, enquanto 169 evoluíram para o quadro grave. Conforme mostrou o Estadão, o número de casos de dengue grave mais do que dobrou no Brasil.

Os dados são do painel de monitoramento da doença do Estado de São Paulo, que foi lançado no início deste ano. Importante ressaltar que eles são preliminares e provavelmente serão atualizados para cima. Isso ocorre tanto pelo atraso no lançamento de registros nos sistemas informatizados quanto pelo alto número de óbitos ainda em investigação.

Óbitos ocorreram em 21 municípios. São eles: Bebedouro (1), Bariri (2), Bauru (1), Pederneiras (2), Bragança Paulista (1), Campinas (1), São Paulo (2), Franca (1), Restinga (1), Marília (3), Guarulhos (3), Suzano (1), Batatais (1), Ribeirão Preto (2), Serrana (1), Mauá (1), Parisi (1), Votuporanga (1), Pindamonhangaba (2), Taubaté (2) e Tremembé (1).

Pouco mais da metade das mortes, em que há informação da faixa etária, se concentram nas pessoas com 65 anos ou mais. Conforme mostrou o Estadão, o risco de morte por dengue é 8 vezes maior entre quem tem 60 anos ou mais. Isso se deve principalmente ao fato de que, nesta faixa etária, é comum a presença (e o acúmulo) de comorbidades, como diabetes e hipertensão.

Brasil

Com esse decreto, São Paulo soma-se a um grupo com outras oito unidades da federação (AC, DF, GO, MG, ES, RJ, SC e AP) em emergência para dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, 192 municípios decretaram emergência.

Conforme especialistas, decretos de emergência vão além de um rito administrativo, que facilita, por exemplo, repasse de recursos, e é também instrutivo/educativo. Passa uma mensagem clara sobre a gravidade da situação. Ou seja, sobre a necessidade de ação para eliminação de focos do mosquito - cerca de 75% estão em nossas casas ou ao redor dela - e de atenção aos sinais de alarme.

O cenário do Brasil é de um aumento explosivo de casos em um momento em que ela não era esperado. O País ultrapassou os 1,2 milhão de casos prováveis em pouco mais de dois meses. Em todo ano passado, 1,68 milhão de notificações foram registradas.

Algumas autoridades chegaram a ventilar a possibilidade de uma antecipação da temporada de dengue. No entanto, segundo especialistas, ainda é cedo para afirmar isso. Eles orientam para nos prepararmos para o pior. Ou seja, para que o pico das infecções ocorra entre abril e maio, como de costume.

A previsão do Ministério da Saúde é que o País chegue aos 4,2 milhões de casos em 2024. Algo nunca antes visto nas mais de quatro décadas de combate à dengue no Brasil. Segundo a pasta, algumas razões que ajudam a explicar esse cenário são as mudanças climáticas e o El Niño - que causam aumento de temperatura e um ritmo anormal de precipitações, um cenário ideal para o mosquito Aedes Aegypti, o vetor da dengue, transmitir o vírus e se proliferar -, a circulação dos quatro sorotipos da dengue ao mesmo tempo após anos, e uma interiorização da doença, com cidades médias e pequenas com "grandes número de casos".

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Airyn De Niro, filha do ator Robert De Niro e da atriz Toukie Smith, decidiu contar sua própria história como mulher trans negra. Aos 29 anos, ela falou à revista Them sobre sua experiência com a transição de gênero, os desafios da autoaceitação e a escolha por trilhar uma trajetória profissional independente.

Durante a conversa, Airyn relatou que sua primeira ida a um salão especializado em cabelos afros marcou um momento importante de transformação. Inspirada pelo visual da atriz Halle Bailey em A Pequena Sereia, ela deixou o local com dreadlocks rosa e, pela primeira vez, sentiu-se confortável com o que via no espelho. "Foi como se tudo se encaixasse", disse. "Senti que era isso que eu deveria estar fazendo."

Dias depois, fotos suas ao lado do pai chamaram atenção da imprensa internacional, que noticiou sua aparência de forma sensacionalista, segundo ela, muitas vezes com informações incorretas ou sem citá-la diretamente. "Há uma diferença entre estar visível e ser vista. Eu estive visível, mas nunca senti que fui realmente vista", desabafou.

Airyn decidiu iniciar o uso de hormônios em novembro de 2024 como parte do processo de transição. "Sempre fui muito feminina, mesmo antes de saber exatamente o que isso significava", contou.

Com o tempo, começou a pensar em como manter essa feminilidade ao envelhecer. "Quem quer ser um homem velho?", questionou. Ela também revelou que, ao ver outras mulheres trans sendo abertas sobre suas experiências, passou a imaginar que talvez não fosse tarde para ela - se referindo a si mesma como uma "late bloomer" (alguém que floresce mais tarde).

Filha de pais famosos, mas criada longe dos holofotes, ela contou ter enfrentado exclusão na adolescência por ser uma jovem negra, fora dos padrões de beleza e com expressão de gênero que fugia ao esperado. "Sempre me diziam que eu era demais ou de menos em alguma coisa: grande demais, pouco magra, pouco negra, pouco branca, muito feminina ou pouco masculina", relembrou. Mesmo com o apoio da família em manter sua vida privada, afirmou ter vivenciado isolamento entre colegas de escola e dificuldade em se reconhecer nas representações midiáticas.

Ela destacou que a transição também a aproximou de referências femininas negras que sempre admirou, como Laverne Cox, Marsha P. Johnson e Michaela Jaé Rodriguez. "A transição também me aproximou da minha negritude. Me sinto mais próxima dessas mulheres quando abraço essa nova identidade", afirmou ela, que diz também se inspirar na própria mãe.

No campo profissional, Airyn tenta construir sua carreira por conta própria, apostando em testes para voz original de videogames e audições para séries, como Euphoria. "Quero que pessoas negras, LGBT+ e de corpos maiores tenham suas próprias referências. Sempre quis modelar, como minha mãe. Estar em uma capa de revista ao lado dela seria um sonho", disse.

Atualmente, ela estuda para se tornar conselheira em saúde mental e deseja oferecer apoio a jovens em situação de vulnerabilidade. "Pessoas negras e LGBT+ precisam de mais acolhimento e acesso a profissionais que entendam suas vivências", afirmou. "É muito benéfico trabalhar com alguém que compartilhe parte da sua experiência."

Ao final da entrevista, ao ser questionada sobre o que gostaria que o público enxergasse nela, Airyn foi direta: "Alguém que está tentando se curar de não ter se sentido bem consigo mesma por muito tempo. E, nesse processo, buscando ajudar outras pessoas a também se sentirem melhor com quem são."

Wagner Moura participou do podcast Dinner's On Me, apresentado por Jesse Tyler Ferguson, o Mitchell de Modern Family, divulgado na última terça-feira, 29.

No episódio, o ator fala sobre a entrada de última hora em Ladrões de Drogas, série da AppleTV+ dirigida por Ridley Scott, relembra o início do relacionamento com a mulher, Sandra Delgado, e comenta sua relação com novelas brasileiras: "Eu amo novelas. Cresci assistindo".

Como Wagner Moura entrou para o elenco de 'Ladrões de Drogas'

Moura contou que foi chamado às pressas para substituir outro ator na série. "Me ligaram na sexta-feira para embarcar no sábado, experimentar o figurino no domingo e gravar na segunda", disse. "Falei: 'Sou um ator sério, gosto de me preparar'. Mas também pensei: talvez isso vá me sacudir de um jeito novo. Fui."

Ele gravou as primeiras cenas praticamente sem conhecer o personagem. "Estava ali escutando o Brian e respondendo, tentando entender o personagem enquanto a câmera rodava. Ridley Scott grava com seis câmeras ao mesmo tempo. Foi mais rápido que novela."

Além de destacar a intensidade do processo, Moura também mencionou como as novelas brasileiras influenciaram sua formação como ator. "Eu amo novelas. Cresci assistindo", afirmou.

Na série, Wagner vive um personagem que se passa por agente da DEA para realizar assaltos com o parceiro, interpretado por Brian Tyree Henry. "Ele é um cara que passa a série inteira tentando sair desse ciclo de violência. Mas, para isso, ele precisa se separar do Ray, que é o personagem do Brian, o amor da vida dele."

Segundo o ator, a série evita estereótipos e aposta em uma abordagem mais sensível. "São dois homens, um latino e um negro. Quando você se aproxima dos personagens, vê que são o oposto do clichê. São pessoas muito vulneráveis, que não querem estar ali."

"Se o sistema não fosse tão brutal, essas pessoas poderiam ter uma vida completamente diferente. Isso me interessou. Os personagens são interessantes, não são aquele clichê de testosterona. Tem muita ternura."

Vida pessoal e volta ao teatro

Na conversa, o ator relembrou como conheceu a mulher, Sandra Delgado. "A gente se conheceu no Carnaval de Salvador. No dia seguinte, ela já estava dormindo lá em casa. Três meses depois, a gente já morava junto."

Eles estão juntos há mais de 20 anos e têm três filhos. "Acho que sou um pai muito melhor agora do que quando tinha 30 anos. Muito melhor", disse.

Além dos projetos para TV, o ator contou que voltará ao teatro com uma adaptação de Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen. "Não é exatamente a peça, mas uma adaptação. Vamos começar no Brasil e depois levar para a Europa - Avignon, Edimburgo, esses festivais."

"Estou muito animado, mas também apavorado", disse, lembrando que sua última peça foi Hamlet, em 2009. "O teatro exige outra escuta. Preciso disso agora."

Míriam Leitão foi eleita imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quarta-feira, 30. A jornalista e escritora de 72 anos ocupará a cadeira 7, que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro.

A eleição aconteceu na sede da ABL no Rio de Janeiro, com urnas eletrônicas cedidas pelo TRE-RJ. Míriam venceu com 20 votos, superando o economista, ex-senador e ministro Cristovam Buarque, que recebeu 14 votos. No total, 16 nomes estavam inscritos na disputa, incluindo Tom Farias, Rodrigo Cabrera Gonzales e Edir Meirelles.