Cadeia para mulher que faz aborto é má política pública, diz Barroso

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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, voltou a se manifestar, na manhã desta terça, 5, contra a criminalização do aborto. Ele ressaltou como colocar na cadeia uma mulher que 'viveu esse infortúnio'. "Não serve para absolutamente nada, é uma má política pública", afirmou, no Plenário do Conselho Nacional de Justiça, ao citar o que chamou de 'lutas pendentes' em relação à condição feminina.

Segundo Barroso, a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres é a 'mais difícil' atualmente. "Temos que ser capazes de avançar na velocidade máxima possível", pregou.

"Penso que conscientizar a sociedade de que ser contra o aborto, não praticar o aborto, pregar contra o aborto, não significa que se deva prender a mulher que tenha passado por esse infortúnio. O aborto é uma coisa indesejável, uma coisa a ser evitada. O papel do Estado é impedir que ele aconteça, na medida do possível, dando educação sexual, contraceptivos e amparando a mulher que deseja ter o filho. Mas colocá-la na cadeia, se viveu esse infortúnio, não serve para absolutamente nada. É uma má política pública a criminalização", frisou.

O ministro já deu declarações favoráveis à descriminalização do aborto em outras ocasiões. No entanto, no início de sua gestão como presidente da Corte, assinalou que considera que a discussão sobre o tema ainda não está madura o suficiente, na sociedade, para que o assunto seja apreciado pelo STF.

Em um primeiro momento, o presidente do STF discorreu sobre diversos avanços na luta das mulheres por direitos e igualdade. Ele citou a conquista do direito ao voto. Lembrou, também, do estatuto da mulher casada que, na década de 1960, reconheceu as mulheres como 'plenamente capazes', na esfera cível, quando antes os maridos precisavam dar uma espécie de aval para que elas assinassem contratos. Nessa linha de seu raciocínio, união estável e liberdade sexual foram destacadas por Barroso.

De outro lado, o presidente do STF abordou os 'muitos problemas' que as mulheres ainda enfrentam, como a desigualdade e a violência doméstica.

Ele colocou a questão do aborto como uma das 'lutas inacabadas' das mulheres. Apontou, ainda, para um drama que as persegue em grande parte, a violência sexual.

O ministro defendeu a necessidade de mudanças na legislação em tais áreas e deu ênfase ao combate à violência doméstica. Aqui, Barroso sugeriu uma 'grande campanha'. "É preciso conscientizar as pessoas de que homem que bate em mulher não é macho, é covarde. As pessoas devem ter a percepção de que isso não é legítimo, não é possível. É cultural. É preciso mudar a cultura machista em que fomos criados", ponderou.

A declaração se deu quando Barroso se pronunciava sobre o dia 8 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. O ministro argumentou que 'há muitas lutas em curso' e que o CNJ, na medida do possível, tem contribuído para 'promover a igualdade de gênero no Judiciário e na sociedade'.

Elencou ações do Conselho: a priorização do julgamento de casos de feminicídios; o acompanhamento da aplicação do protocolo com perspectiva de gênero; e o programa de paridade de gênero nas promoções dos tribunais, 'política pública que vai mudar a demografia' das Cortes, segundo Barroso.

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O velório de Millena Brandão, atriz mirim que morreu aos 11 anos na última sexta-feira, 2, após receber um diagnóstico de tumor cerebral, será neste domingo, 4. As informações foram divulgadas pelos pais nas redes sociais da menina.

Ele ocorre a partir das 14h na capela do Cemitério Campo Grande, na zona sul de São Paulo, e será aberto ao público. O enterro tem previsão de início para 17h.

Millena teve morte encefálica e sofreu diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias. Ela recebeu um diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

A menina foi levada a um hospital no início da semana depois de reclamar de fortes dores de cabeça. Segundo o SBT, ela chegou a ser diagnosticada com dengue em uma unidade, mas, após uma piora no quadro, ela foi transferida para o Hospital Geral do Grajaú, onde médicos realizaram outros exames e identificaram a presença de um tumor no cérebro de cinco centímetros.

Ela estava entubada, sedada e sem respostas neurológicas. Millena seria transferida para o Hospital das Clínicas na quarta-feira, 30, mas sofreu as paradas cardíacas durante a tentativa de transferência.

A família começou uma vaquinha na internet para ajudar no tratamento da menina. No início de sexta, no entanto, postou nos stories da conta de Millena do Instagram a frase "nossa menina se foi".

Millena fez parte do elenco da novela A Infância de Romeu e Julieta, do SBT, e trabalhou como figurante na série Sintonia, da Netflix. Além de trabalhar como atriz, ela também era influenciadora digital e modelo.

O retorno simultâneo de mais de 2,1 milhões de pessoas após o show da cantora Lady Gaga superlotou a entrada para a Estação Siqueira Campos, em Copacabana, Rio de Janeiro, na madrugada deste domingo, 04.

Nas redes sociais, o público criticou o esquema de evacuação preparado pela Prefeitura do Rio, com apenas uma entrada disponível para acesso à área de embarque do metrô e sem o fechamento das ruas próximas. O Estadão questionou o Município sobre o tema e aguarda retorno.

O nome da estação foi parar nos assuntos mais comentados do País no X (antigo Twitter) com descrições de caos na volta para casa: pânico com pessoas desmaiando devido à aglomeração, turistas perdidos, uso de spray de pimenta pela Guarda Municipal e até casos de pessoas que afirmam quase terem sido pisoteadas.

Os fãs precisaram esperar mais de duas horas para conseguir entrar na estação, apesar da rápida saída de metrôs. Do lado de fora, eles brigavam por espaço com táxis, viaturas da GCM, carros do Corpo de Bombeiros e até caminhões.

Lady Gaga fez um show histórico para 2,1 milhões de pessoas - segundo dados da Prefeitura, Polícia Militar e produção do evento - na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na noite de sábado, 3. Apesar de ser o maior público de uma apresentação da cantora e ter superado a estimativa inicial de 1,6 milhões de pessoas, não quebrou o recorde de maior plateia no local.

Segundo informações do Guinness, o Livro dos Recordes, o maior público de um show gratuito se deu em Copacabana, na apresentação de Rod Stewart em 1994: cerca de 3,5 milhões de pessoas. No ano anterior, Jorge Ben Jor havia se apresentado ao lado de Tim Maia para cerca de 3 milhões de fãs.

Cabe um destaque, porém: nos dois casos, as apresentações foram feitas durante a festa de réveillon, o que pode ter ajudado a atrair um público maior.

Até o ano passado, o recorde de um show em Copacabana fora da data era dos Rolling Stones, que cantaram para 1,5 milhão em 2006. O posto foi tomado por Madonna, com 1,6 milhão - valor que norteou a estimativa para Lady Gaga - que agora ocupa a 3.ª posição no geral.

Vale destacar que não há uma ferramenta de medição exata da quantidade de pessoas que foram aos espetáculos, uma vez que não houve cobrança de ingressos.

Os maiores shows de Copacabana, incluindo o de Lady Gaga

3,5 milhões - Rod Stewart (1994)

3,0 milhões - Jorge Ben Jor e Tim Maia (1993)

2,1 milhões - Lady Gaga (2025)

1,6 milhão - Madonna (2024)

1,5 milhão - Rolling Stones (2006)

1 milhão - Alok (2023)

500 mil - Stevie Wonder (2012)

450 mil - Lenny Kravitz (2006)

*Informações do site Visit Rio, vinculado à Prefeitura do Rio de Janeiro.