'Cometa do Diabo' será visível da Terra nas próximas semanas; saiba como observar

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O "Cometa do Diabo", cujo nome técnico é 12P/Pons-Brooks, poderá se tornar visível da Terra nas próximas semanas, particularmente no hemisfério norte, e a partir do dia 21 de abril no hemisfério sul e no Brasil. Nesse dia, o cometa chegará mais perto do Sol, momento chamado de periélio. O objeto celeste demora 71,3 anos para dar uma volta em torno do Sol. Embora haja uma expectativa de que o corpo celeste se torne visível a olho nu, não há garantias e é indicado o uso de binóculos.

Por enquanto, o cometa passa pela constelação de Andrômeda a 245 milhões de quilômetros da Terra, conta o astrofísico e pós-doutor do Observatório Nacional, Filipe Monteiro. As aparições do cometa costumam ser brilhantes devido à explosões de gás e poeira sendo liberados debaixo de sua superfície.

- Durante o periélio, quando ficará a uma distância de 0,78 unidades astronômicas do Sol ou mais de 116 milhões de quilômetros, o cometa irá atingir seu brilho máximo. No entanto, destaca Monteiro, isso não traz garantias de que o 12P/Pons-Brooks poderá ser visto a olho nu, já que o brilho dele é imprevisível.

Para testemunhar o periélio do corpo celeste, os observadores deverão olhar para o horizonte oeste, na mesma direção do pôr do Sol, que será o horário em que o cometa ficará mais visível.

Em abril, o Cometa do Diabo estará abaixo da constelação de Touro e, em maio, abaixo da constelação de Órion. O horário em que o corpo celeste se tornará visível varia conforme a região do Brasil por conta da diferença da hora em que o Sol se põe. Em outros momentos do dia, não será possível observar o corpo celeste mesmo com o uso de binóculos e telescópio.

- No Norte, mais especificamente no Acre, o cometa permanecerá visível até por volta das 19h50, porque o Estado está no extremo leste do País. No Nordeste, por outro lado, observadores poderão enxergar o 12P/Pons-Brooks entre 17h45 e 18h20. Já no Rio de Janeiro, o cometa poderá ser visto até umas 18h20. Por estarem mais próximos da Linha do Equador, Norte Nordeste terão a chance de presenciar o corpo celeste a uma altura melhor antes do restante do Brasil.

"A maior dificuldade será encontrar um lugar com o horizonte oeste livre, visto que o cometa está muito baixo no céu, numa altura de cerca de 15 graus", afirma Monteiro. A partir da segunda quinzena de maio, o cometa vai ficando mais alto, mas também vai perdendo brilho.

O dia 2 de junho é a data em que o cometa ficará mais perto da Terra, mas não há perigo de colisão. A proximidade do 12P/Pons-Brooks com o planeta não significa que será mais fácil de vê-lo, já que estará mais longe do Sol. Nessa data, observadores do hemisfério sul ainda poderão presenciar o 12P/Pons-Brooks com a ajuda de binóculos e telescópios.

Segundo a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), no hemisfério norte, o objeto já é visível com o uso de equipamentos. Por lá, a expectativa é de que o cometa possa ser visto a olho nu em 8 de abril, quando também acontecerá um eclipse solar total no norte do planeta.

O cometa que tem chifres

O nome do Cometa do Diabo faz referência ao seu formato de chifre, resultado de uma pressão da radiação do Sol que formou uma espécie de cauda de gás e poeira. O astrônomo Elek Tamás do Observatório Harsona, na Hungria, observou ao olhar imagens do cometa de 2023 que ele estava consideravelmente mais brilhante por conta de uma explosão, que também "entortou" sua cauda.

Vários astrônomos se debruçam sobre as possíveis causas para o formato de chifre do Cometa do Diabo. Uma das hipóteses exploradas diz que o cometa está expelindo gás e poeira de forma desigual. Outra possibilidade avalia que há um bloqueio da visão de parte do material brilhante atrás dele.

O 12P/Pons-Brooks é um cometa do tipo Halley, que são caracterizados por serem periódicos. "Isso contrasta com os cometas de longo período, cujas órbitas duram milhares de anos", explica o astrofísico Filipe Monteiro.

Veja imagens do cometa captadas por Dan Bartlett e compartilhadas na página Astrobin.

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Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira aos 80 anos, deixando viúvo o ator, escritor e diretor Edi Botelho, com quem mantinha um relacionamento desde 1995. Ney e Edi mantiveram o relacionamento fora dos holofotes, mas, em 2022, o ator concedeu entrevista ao jornal O Globo e falou em público pela primeira vez sobre o companheiro: "Vivo com uma pessoa maravilhosa, um grande companheiro, amigo e bom ator que é o Edi Botelho".

Os dois dividiram o palco em pelo menos cinco produções. A primeira vez foi em Quartet, de 1996, uma peça experimental de Heiner Müller, com direção de Gerald Thomas, na qual Ney e Edi interpretaram diversos personagens em um cenário de açougue, com elementos viscerais como sangue, facas e carne.

Em 1999, eles novamente dividiram palco no espetáculo O Martelo, de Renato Modesto, com direção de Aderbal Freire Filho, no qual Ney contracenou com Bárbara Bruno Goulart, enquanto Edi atuou como parte do elenco.

Em Três Vezes Teatro, de 2000, Ney foi dirigido pelo companheiro. A montagem reunia três peças curtas de autores clássicos (Tchekhov, Pirandello e Cocteau), dando a Ney a oportunidade de revisitar grandes autores.

O casal esteve no palco novamente em 2020, no espetáculo Capitanias Hereditárias, comédia de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, dirigida por Falabella. No palco, estavam ainda José Wilker, Natália do Vale e Bia Nunnes.

Os dois subiram ao palco juntos novamente com Entredentes, escrita por Gerald Thomas especialmente para Ney.

Antes do relacionamento com Edi, Ney foi casado com a atriz Inês Galvão por quatro anos.

Família de Ney Latorraca

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Já o pai, Alfredo, era um crooner de estilo intimista. O seu temperamento forte e a sua sinceridade eram características que Ney reconhecia em si. "Meu pai tinha um gênio terrível, não fazia média com ninguém, achava tudo muito chato, um horror, e era de uma sinceridade quase ferina. (...) Durante muitos anos falei mal dele, mas hoje não falo mais. Muita coisa dele está em mim", deixou registrado no livro Ney Latorraca: Uma celebração, publicado pela Coleção Aplauso da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

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Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira, 26. Ele tratava de um câncer e morreu de sepse em decorrência de uma infecção nos pulmões, no Rio de Janeiro. O ator deixou um testamento indicando que seus bens deveriam ser doados. Ele falou sobre isso em entrevistas recentes.

Em 2021, ao jornal Extra, ele revelou que a sua herança deveria ir para instituições de caridade. Na época, ele disse que esta seria também a vontade da mãe, que também era artista. "É um desejo da minha mãe também. Acho que é assim que tem que ser. O que eu ganhei com o teatro tem que voltar para essas causas. Essa é a missão do artista, pelo menos para mim", disse na entrevista.

O ator, que foi casado por quatro anos com a também atriz Inês Galvão, era casado desde 1995 com o escritor, diretor e ator Edi Botelho. Ney Latorraca não teve filhos em nenhuma das relações.

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Naquela entrevista o ator revelou que tinha quatro imóveis - a cobertura onde vivia, na Lagoa, na zona sul do Rio, e apartamentos na Rua Rainha Elisabeth, em Ipanema, outro no Jardim Botânico, também na zona sul carioca, e mais um em Higienópolis, na área central de São Paulo.

"Botei no meu testamento que vou doar os quatro. Um vai para a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação); o outro para o Retiro dos Artistas. Os outros dois, um fica para o Grupo de Apoio às Crianças com AIDS, de Santos, e mais um para um grupo dedicado às vítimas de hanseníase. Está tudo no meu testamento. Fiz questão", revelou.

Ney Latorraca nasceu em Santos, no dia 27 de julho de 1944.