Governo vê bons resultados da GLO e estuda ampliação para portos e aeroportos do Nordeste

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O governo federal analisa a prorrogação do decreto que convocou as Forças Armadas, em novembro, para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos. Um dos cenários considerados é estender o prazo, previsto inicialmente para acabar em maio, por outros seis meses, e envolver terminais aeroportuários de Estados do Nordeste.

A avaliação de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a de que os resultados da GLO têm sido positivos e os prejuízos financeiros causados ao crime organizado justificam os custos das operações. Além disso, os militares têm manifestado um "espírito aberto à prorrogação".

A disposição dos militares em continuar com as operações se dá, em parte, pela "agenda positiva" trazida pelo trabalho específico contra crimes como o tráfico internacional de drogas especificamente nos portos de Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Itaguaí (RJ), e nos aeroportos internacionais do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP).

A GLO foi decretada em um contexto no qual as Forças Armadas experimentam reveses inéditos, com investigações criminais contra oficiais e exposição da ineficiência no controle de armas de fogo que oferece riscos à segurança pública.

De 6 de novembro a 26 de fevereiro, a operação apreendeu o equivalente a R$ 73,1 milhões em ativos, como veículos, dinheiro, embarcações e equipamentos. Com as mais de 99 mil toneladas de drogas confiscadas, o governo considera ter imposto um prejuízo de alguns bilhões ao crime organizado.

O mais recente "relatório geral de esforços e resultados", que consolida dados da atuação dos militares integrada com polícias e Receita, também soma 1.783 presos e 226 armas confiscadas no período.

Além da atuação em portos e aeroportos, o decreto de GLO também convocou o Exército e a Aeronáutica, em articulação com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, ao "fortalecimento imediato das ações de prevenção e repressão de delitos na faixa de fronteira do território brasileiro".

Só o Exército espalhou 2 mil homens pelos mais de 2 mil quilômetros de fronteira para interceptar ilícitos nas entradas a oeste de Estados como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As ações ajudam o discurso político do governo Lula de atuação firme na segurança pública, área crítica em avaliações populares sobre a gestão petista. Embora sejam ações pontuais com prazo predeterminado, o presidente chegou a se referir ao decreto de GLO como mecanismo que poderia ajudar o País a se "livrar" do crime organizado.

"A violência que temos assistido tem se agravado a cada dia que passa e resolvemos tomar uma decisão fazendo com que o governo federal participe ativamente com todo potencial que tem para que a gente possa ajudar o governo dos Estados e o próprio Brasil a se livrar do crime organizado, das quadrilhas, tráfico de drogas e do tráfico de armas", disse Lula no ato que marcou a assinatura do decreto, em 1º de novembro.

Tanto opositores do governo quanto especialistas colocam em xeque a efetividade da GLO no longo prazo. As críticas giram em torno da pontualidade das operações e da insistência na tese de que os militares seriam mais eficientes do que os civis para lidar com os problemas da segurança pública doméstica.

Com atuação pontual, as Forças Armadas também ficam menos expostas às críticas que marcaram outras vezes em que foram chamadas a atuar na segurança pública das cidades, como nas GLOs dos complexos do Alemão e da Penha, de 2010 a 2012, na do Complexo da Maré, de 2014 a 2015 e na intervenção federal no Rio, em 2018. As ações geraram, no máximo, efeitos não sustentados a um custo financeiro elevado e até hoje existem investigações sobre suspeitas de fraudes em contratos.

O que dizem os ministérios sobre prorrogação da GLO

Oficialmente, o tema ainda não mobilizou os ministros que tratam dele, o da Casa Civil, Rui Costa, o da Defesa, José Múcio, e o da Justiça, Ricardo Lewandowski. Em nota, a Casa Civil disse que "até o momento não há sinalização, por parte dos ministérios envolvidos, para a prorrogação do prazo".

A pasta de Múcio, por sua vez, destacou o êxito da GLO e disse que a eventual prorrogação e ampliação caberá ao presidente da República.

"O Ministério da Defesa avalia como positiva a GLO com base nos números apresentados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A GLO é um instrumento de emprego excepcional, autorizado pela Presidência da República. Sendo assim, eventual decisão sobre a ampliação do prazo da GLO em portos e aeroportos somente pode ser tomada pela Presidência da República", informou.

O ministério de Lewandowski registrou que a GLO é um "instrumento excepcional" adotado de forma pontual "como resposta a uma série de crimes graves" e acrescentou que eventual ampliação será decidida em "momento oportuno" pelo presidente Lula.

"Os balanços já divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública demonstram que o objetivo está sendo cumprido, com apreensões, prisões e ações de combate efetivo à entrada de entorpecentes no país. Sobre a ampliação do prazo, qualquer decisão quanto ao assunto será tomada em momento oportuno pela Presidência da República, que possui a competência para tal decisão", destacou.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".