Marginal do Pinheiros: Câmara de SP aprova projeto que permite extensão da via

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A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira, 20, projeto de lei que modifica o zoneamento no entorno do Rio Jurubatuba, na zona sul, e que vai facilitar a extensão da Marginal do Pinheiros na região. Após 44 votos favoráveis e seis contrários, o PL seguirá para a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A primeira aprovação foi na quarta-feira, 14, data da apresentação do projeto. Com isso, o texto foi aprovado em tramitação de apenas seis dias. Após reivindicação de vereadores, o líder do governo na Câmara, vereador Fabio Riva (PSDB), afirma que foi retirado do projeto o artigo que aumentava o potencial construtivo para a região. O texto inicial permitia, por exemplo, a construção de edifícios sem limite de altura. "Foi suprimido do texto uma parte que dizia acerca do zoneamento, principalmente das questões do coeficiente de aproveitamento e do gabarito de altura"

O projeto original era do vereador Paulo Frange (PTB) com texto substitutivo da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa, inserido a pedido da Prefeitura. Pelo acréscimo no texto, foram inseridas intervenções viárias em um trecho de oito quilômetros da margem direita da Marginal. As obras serão executadas entre o Complexo Viário João Dias e a Ponte Vitorino Goulart da Silva. Orçada inicialmente em R$ 850 milhões, a obra abrange áreas públicas, evitando a necessidade de desapropriações.

Conforme o projeto de lei, o prolongamento da Marginal deverá ser feito em áreas próximas aos sistemas de transporte coletivo de média e alta capacidade, como em linhas de trem, metrô e monotrilho, VLT (Veículos Leves sobre Trilho) e VLP (Veículos Leves sobre Pneus). Frange acredita que as obras possam ser iniciadas em 2023, mas destacou a necessidade de ações de infraestrutura.

"Precisamos, ao longo dessa Marginal, de edificações de habitação de interesse social, de habitações que não sejam de habitação social, empresas, prédios hospitalares e hotéis. É uma área muito nobre da cidade."

A nova marginal também envolve áreas de preservação permanente (APP), que podem passar por intervenção mediante autorização da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. A futura obra precisará passar por estudos de impacto ambiental e obter autorizações para a supressão de vegetação. Segundo o documento, está prevista a supressão de 285 "indivíduos arbóreos" de uma área total de 185,5 mil m². Parte dos urbanistas e ativistas do meio ambiente critica a urbanização de uma das poucas margens de rio da cidade que ainda têm características parcialmente naturais.

"Um projeto de intervenção urbana na região deveria tentar reverter o paradigma de desenvolvimento imobiliário em um lugar marcado pela vulnerabilidade social e ambiental, principalmente às margens das represas Billings e Guarapiranga. O projeto aprovado consolida a tendência predatória para a região e sinaliza uma disputa pelo valor da terra, com favorecimento para o desenvolvimento imobiliário. A gente vai assistir a um processo de expulsão das pessoas que ali vivem", afirma a arquiteta Carolina Heldt D'Almeida, professora da Escola da Cidade e do Instituto Federal de São Paulo.

Entre os vereadores, alguns ressaltaram a necessidade de contrapartidas ambientais. "O projeto permitirá a construção de grandes empreendimentos e ampliação viária, em uma área próxima aos eixos de transporte, o que gera fluidez para a cidade mas precisamos ter cautela. Espero que a mudança seja feita com a necessária responsabilidade ambiental e respeitando as contrapartidas discutidas o que inclui a construção de um parque linear", avalia a vereadora Cris Monteiro (Novo).

Os seis votos contrários ao projeto foram registrados pela bancada do PSOL. Para a vereadora Luana Alves (PSOL), a matéria deveria ser contemplada em uma proposta do PDE (Plano Diretor Estratégico) e não em um Projeto de Lei. A votação "a jato" também foi criticada pelos parlamentares.

"Na prática, é uma extensão da Marginal Pinheiros sentido Rio Jurubatuba depois da Ponte Transamérica sentido Avenida Guido Caloi. Só que este perímetro é do PIU Jurubatuba, que está sub judice. É um projeto que corre o risco de cair na Justiça", disse Luana Alves.

A Prefeitura elaborou um Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Arco Jurubatuba, em 2018, mas o texto está parado na Câmara após contestação na Justiça. Só esse PIU deve render ao menos R$ 8 bilhões com a venda de títulos imobiliários.

A extensão da Marginal do Pinheiros é promessa antiga para os mais de 2,3 milhões de moradores das subprefeituras de Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, M'Boi Mirim e Parelheiros, já no extremo da zona sul.

O que dizem a Prefeitura e a Câmara

Em nota ao Estadão, a SP Urbanismo informa que o "prolongamento da Marginal Pinheiros trata-se de um projeto de utilidade pública, uma vez que visa a ampliar o acesso e melhorar a circulação viária na zona sul da cidade".

O poder municipal também ressaltou a observação da legislação ambiental. "Para a implantação da nova via estrutural, será necessário intervir em área demarcada como (Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM), que representa 5% do total do perímetro. Todos os aspectos de preservação, mitigação e compensação ambiental deverão ser observados durante o licenciamento ambiental de empreendimentos".

A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras pontua ainda que o manejo de vegetação arbórea será pouco expressivo, tendo em vista que existe predominância de vegetação rasteira ou indivíduos de pequeno porte no local. Em APP (Área de Preservação Permanente) está prevista a supressão de 285 indivíduos, em uma área de 185.535,01 m². Também não se encontra no perímetro arborização relevante, com vegetação significativa (conforme Decreto Estadual 30.443 de 20 de setembro de 1989). Não foram encontradas nascentes no local.

Questionada sobre a rapidez na tramitação do projeto, que durou menos de uma semana, a Câmara de São Paulo informou que "o projeto seguiu todo o rito legal, inclusive com duas audiências públicas. O trâmite e a velocidade de tramitação são negociados de forma coletiva, entre os líderes partidários".

Em outra categoria

O Brasil fez história no Oscar deste domingo, 2, com a vitória de Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional. A conquista inédita foi comemorada por Fernanda Torres, protagonista do longa, que usou as redes sociais na madrugada desta segunda-feira, 3, para compartilhar sua emoção.

"Nós vamos sorrir. Sorriam", escreveu a atriz, relembrando uma fala marcante de sua personagem no filme. A publicação veio acompanhada de duas imagens simbólicas: uma do envelope que revelou a vitória brasileira e outra do diretor Walter Salles segurando a estatueta dourada na premiação.

Torres também concorreu ao prêmio de Melhor Atriz, mas a estatueta ficou com a americana Mikey Madison, por Anora. Ainda assim, a noite foi de celebração para o cinema brasileiro. Mais cedo, a atriz apareceu com a estatueta do Oscar em mãos e brincou nas redes sociais: "Ainda estamos aqui comemorando", escreveu.

A onda de calor no País prossegue pelo menos até quarta-feira e continua a desafiar foliões e administrações públicas. O Estadão perguntou às prefeituras das cidades com maiores carnavais de rua do País - São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Olinda e Belo Horizonte - sobre o que farão para remediar o calor e evitar que foliões passem mal. As medidas mencionadas envolvem oferta gratuita de água, caminhões-pipa nos maiores blocos para refrescar e equipes médicas a postos.

Em São Paulo e no Rio, um grupo de foliões intitulado "As Águas Vão Rolar" criticou as ações municipais. Eles reivindicam a criação de um gabinete de crise, ampliação da oferta de água e maior flexibilidade para horário dos blocos.

"A Prefeitura (de São Paulo) anunciou que serão oferecidos 2,2 milhões de copos de água nos três finais de semana de desfiles dos blocos. O número, porém, representa menos de 15% do público estimado em 16 milhões pela gestão municipal durante os dias de folia", argumenta o grupo. O Município, por sua vez, diz que além dos copos há "bebedouros e caminhões de água potável com torneira nos trajetos".

De acordo com Carlos Machado, pesquisador de saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), duas medidas são essenciais: distribuição de água gratuitamente e posicionamento de equipes de saúde com materiais próprios para resfriamento de pessoas em estado de emergência. "Alterar os horários dos blocos é bem-vindo, mas não garante que não haverá problema com calor."

O especialista aponta que a responsabilidade em relação ao calor deve ser compartilhada. "A prefeitura tem de oferecer água e fazer uma campanha de prevenção e conscientização. Já as pessoas devem levar uma garrafinha, um boné, se alimentar bem e evitar exposição nos horários mais críticos", diz. A utilização de caminhões-pipa também é bem vista pelo médico, assim como a distribuição de viseiras e bonés, como faz a prefeitura de Olinda.

No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que preparou um "esquema especial" de atendimento pré-hospitalar nas áreas de maior concentração de público, em Centro, Copacabana e Ipanema. A prefeitura de Belo Horizonte informou que separou estações de hidratação pela cidade mas, até o momento, "não houve registro de aumento na procura por atendimento de saúde devido ao calor".

INOVAÇÃO

A prefeitura de Salvador está promovendo, este ano, o Observatório do Clima nos principais circuitos da folia. "Dois equipamentos foram instalados, um deles no Campo Grande e o outro na Rua Dias D'Ávila, na Barra."

Os dados coletados devem ser utilizados no planejamento da cidade nos próximos carnavais, como por exemplo para promover melhorias na ventilação de determinado circuito de trio elétrico. A prefeitura do Recife não respondeu até as 17 horas de ontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Anora foi o grande vencedor do prêmio de Melhor Filme do Oscar 2025. Ainda Estou Aqui, longa brasileiro que concorria na categoria, não foi escolhido pelos votantes.

O longa custou US$ 6 milhões para ser produzido - um dos menores orçamentos da história da premiação - e, nas últimas estimativas, faturou cerca de US$ 38 milhões de bilheteria ao redor do mundo.

Indicações de 'Anora' ao Oscar 2025

Anora foi indicado em seis categorias no Oscar 2025: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição.

Outros prêmios

Em maio de 2024, Anora venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e se colocou como um sério concorrente ao Oscar. Ao longo da temporada, no entanto, viu os filmes rivais ganharem mais destaque e, apesar de ser bastante elogiado pela crítica, passou a ser tratado como um azarão.

A maré mudou nas últimas semanas. Surpreendentemente, o longa venceu o prêmio de Melhor Filme no Critics Choice Awards. Confirmando o bom momento, também foi vitorioso no Directors Guild Awards, no Producers Guild Awards e no Writers Guild of America Awards, três dos principais prêmios dos sindicatos de Hollywood.

Sobre o que é

Em Nova York, a jovem stripper Anora (Mikey Madison) conhece o filho de um oligarca russo e engata um improvável romance. Após um casamento impulsivo em Las Vegas, a família de Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn) planeja retornar para os Estados Unidos com um único objetivo - anular a união entre o casal. Descrito como um "conto de fadas às avessas", o longa subverte a história da Cinderela para falar sobre as falhas do Sonho Americano.

Elenco

Em Anora, Mikey Madison interpreta Ani, uma jovem stripper que se deslumbra com a vida de luxos que o dinheiro pode proporcionar. O papel rendeu a atriz uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Já Mark Eydelshteyn é Ivan Zakharov, filho de um oligarca russo que contrata os serviços de Ani por tempo indeterminado.

Yura Borisov interpreta Igor, um capanga russo da família Zakharov. O papel rendeu ao ator uma indicação ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Completam o elenco Karren Karagulian e Vache Tovmasyan, que interpretam outros dois capangas da família Zakharov, e Aleksei Serebryakov e Darya Ekamasova, que vivem o pai e a mãe de Ivan, respectivamente.

Entrevistas

Em entrevista ao Estadão, Sean Baker e Mikey Madison discorreram sobre o que torna Anora um longa tão único. Em especial, falaram sobre a temática de trabalhadores sexuais - uma constante no trabalho de Baker - e sobre como o filme busca quebrar as expectativas do público.

"Sempre pensei em Anora como algo fora do 'mainstream' e um pouco divisivo por causa de seus temas, mas ele parece estar agradando às pessoas de maneira universal. E isso é maravilhoso", afirmou Sean Baker.

Críticas

O filme foi bastante elogiado pela crítica internacional. No site Rotten Tomatoes, que agrega análises de profissionais da indústria, o longa conta com 93% de aprovação. No New York Times, a obra de Sean Baker foi descrita como o "nascimento de uma estrela".

"Esse papel exige que ela [Mikey Madison] vá ao extremo, com elementos de pastelão, romance, comédia e tragédia, além de dançar com pouquíssima roupa e dar uns socos poderosos", escreveu a crítica Alissa Wilkinson. "E a cada momento Madison fica mais fascinante."

"Anora é uma fábula moderna e obscena, povoada por strippers e capangas. Como a maioria dos filmes de Baker, fala sobre os limites do sonho americano, sobre as muitas paredes invisíveis que se interpõem no caminho das fantasias de igualdade e oportunidade, sobre como se erguer pelas próprias pernas", finalizou.

Polêmicas

A principal polêmica de Anora decorreu da falta de um coordenador de intimidade no set de filmagem de Sean Baker. O cargo, que vem ganhando cada vez mais importância em Hollywood, é responsável por supervisionar cenas íntimas que envolvam sexo simulado e nudez.

Em uma era pós-Me Too, o trabalho do supervisor garante que todos os envolvidos se sintam seguros e possam se manifestar caso algo os deixe desconfortável. Em Anora, cenas de sexo e nudez compõem uma boa parte do filme. Baker e a equipe, no entanto, optaram por não utilizar um coordenador de intimidade durante as gravações do longa.

"Foi uma escolha que fiz. A produção me ofereceu, se eu quisesse, um coordenador de intimidade", afirmou Mikey Madison no quadro Actors on Actors, da Variety. A atriz explicou que a decisão foi tomada por ela e por Mark Eydelshteyn e que, apesar da polêmica, a experiência foi extremamente positiva para ela.

Onde assistir

Em cartaz, Anora estreou nos cinemas brasileiros em 23 de janeiro. Não há previsão, no momento, para exibição em plataformas de streaming.

Os indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2025

Anora

O Brutalista

Um Completo Desconhecido

Conclave

Duna: Parte 2

Emilia Pérez

Ainda Estou Aqui

Nickel Boys

A Substância

Wicked