Brasil ainda possui 11,4 milhões de analfabetos, afirma IBGE

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O Brasil possui 11,4 milhões de analfabetos, número que representa 7% do total da população com 15 anos ou mais, de acordo com levantamento divulgado nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente a 2022. Apesar de ainda permanecer alto, o índice manteve uma sequência histórica de queda; em 2010, o censo apontou que 10% dos brasileiros não sabiam ler e escrever um bilhete simples. Em 1940, quando iniciou a série, a taxa era de 56%.

O estudo foi baseado nos resultados do Censo 2022 e considera apenas os brasileiros com 15 anos ou mais, que é o recorte mais utilizado internacionalmente para aferir a taxa de alfabetização. O IBGE informou que os dados sobre a população entre 5 e 14 anos serão divulgados em outro momento.

Ao todo, em 2022 o Brasil tinha 163 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais. Desse contingente, 151,5 milhões eram considerados alfabetizados, o que equivale a 93% do universo naquela faixa etária. O estudo mostra ainda que quase todos os Estados apresentaram melhores taxas em relação ao censo anterior, de 2010, enquanto alguns permaneceram estáveis - todos eles acima da média nacional.

"Esses indicadores são um retrato do investimento em educação feito em décadas passadas. Essa queda (no analfabetismo) já era esperada, porque novas gerações mais educadas vão substituindo as gerações mais velhas e menos educadas", explica Betina Fresneda, que é analista do IBGE.

O nível de alfabetização, contudo, não é uniforme considerando as cinco grandes regiões do País. Enquanto que no Sul o índice chega a 97% da população, no Nordeste ele está em 86%. Houve melhoras em todos os Estados, mas nenhum dos nove que compõem a região ultrapassou a marca de 87%.

A disparidade tem a ver com dificuldades históricas de acesso à educação. "O Brasil tem um histórico de atraso e de intermitência de garantia de recursos para a educação, especialmente educação básica, gratuita, pública", lembra Betina.

A analista recorda que recursos financeiros só foram assegurados à educação a partir da Constituição de 1988, e que a Lei de Diretrizes e Bases surgiu ainda mais tarde, em 1996.

"Mesmo que você atribua um porcentual das receitas de Estados, Municípios e União para educação, a disponibilidade de recursos é muito diferente entre as regiões", pontua a analista do IBGE.

"Nós temos uma história de diminuição dessas diferenças regionais muito recente. E por ser um indicador de estoque, você vê que essa diferença fica mais pronunciada entre as regiões, principalmente as faixas etárias mais velhas, que não tiveram acesso à expansão educacional que acontece a partir do início da década de 1990."

Apesar de a taxa de analfabetismo ser maior entre os mais velhos - reflexo desse "indicador de estoque" -, todas as faixas etárias apresentaram diminuição nos índices ao longo das décadas. A alfabetização também é maior entre as mulheres; em 2022, 93,5% das brasileiras com 15 anos ou mais sabiam ler e escrever, enquanto o índice era de 92,5% entre os homens.

Taxa de alfabetização é menor entre pretos, pardos e indígenas

O IBGE também analisou os dados sobre alfabetização por cor ou raça. Segundo o levantamento, "é possível verificar que a expansão educacional não beneficiou todos os grupos populacionais no mesmo ritmo", segundo o instituto.

Entre aqueles que se declararam da raça branca ou amarela, a taxa de analfabetismo ficou abaixo da média nacional. Pretos, pardos e indígenas, por sua vez, apresentaram índice acima da média do País quando são considerados os brasileiros com 15 anos ou mais.

De acordo com os dados apurados no censo, 4,3% que se declararam brancos são analfabetos, índice que fica 2,5% entre a raça amarela. Entre os que se declararam pretos a taxa é de 10,1%; pardos, 8,8%; e indígenas 16,1%.

Apesar da discrepância, o IBGE apontou que houve diminuição dessa distância em relação ao levantamento anterior, de 2010. Naquele ano, a variação na taxa de alfabetização era de 8,5 pontos entre brancos e pretos, 7,1 entre brancos e pardos, e 14,1 pontos percentuais entre brancos e indígenas. Em 2022, essa distância caiu para 5,8 pontos, 4,5 e 11,8, respectivamente.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".