Histórico sexual não pode ser usado para desqualificar vítimas de estupro, decide STF

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O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu nesta quinta-feira, 23, diretrizes para o tratamento de vítimas de violência sexual e de gênero em audiências e julgamentos. Os ministros proibiram, por unanimidade, a desqualificação da mulher com base no seu histórico sexual ou "modo de vida".

O objetivo da decisão é evitar que as mulheres sejam discriminadas e constrangidas após denunciarem os agressores. A revitimização é um dos fatores que leva à subnotificação dos crimes sexuais e de gênero.

"A vítima não pode ser transformada em ré, julgada por seu comportamento", defendeu o ministro Cristiano Zanin.

Com a decisão, o comportamento da vítima não pode ser usado para desqualificar o crime ou atenuar a pena do agressor. O processo pode ser anulado se as regras definidas pelo STF não forem observadas pelas partes e pelo Ministério Público.

Os ministros também estabeleceram que os juízes têm o dever de impedir a descriminação das vítimas. Os magistrados estão sujeitos a punições disciplinares e a processos criminais se desrespeitarem a orientação.

"É lamentável, terminando o primeiro quarto do século XXI, que nós ainda tenhamos esse machismo estrutural, inclusive em audiência, perante o Poder Judiciário", criticou o ministro Alexandre de Moraes.

O caso da influenciadora Mariana Ferrer foi citado por diferentes ministros para ilustrar o constrangimento às mulheres vítimas de crimes sexuais durante o processo. O juiz Rudson Marcos, que conduziu a audiência de instrução da ação, foi punido em novembro do ano passado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A ministra Cármen Lúcia, única mulher no STF, é a relatora do processo e foi quem apresentou o voto acompanhado por todos os colegas. Ela defendeu uma resposta firme do tribunal contra a "criminalização" das mulheres.

"É o Estado criminalizando o que é a escolha da vida de cada uma. Há lei, mas a interpretação da lei tem levado à continuidade dessa prática perversa contra as mulheres", disse. "Eu citava uma coisa horrorosa, perversa, cruel, de perguntar: 'Você fez por merecer? Qual foi seu comportamento? Como era antes a sua vida?' Como se a circunstância de ser mulher ou de ter uma vida sexual antes, ou em que condições, fosse desqualificadora para o crime."

Todos os tribunais do País serão notificados sobre a decisão.

Com o julgamento, o STF dá mais um passo para assegurar um tratamento digno às mulheres que denunciam agressões. Em agosto de 2023, o tribunal aboliu a tese jurídica da chamada "legítima defesa da honra", que vinha sendo usada no Tribunal do Júri para justificar feminicídios.

"O Supremo tem dado a contribuição possível para enfrentar uma sociedade patriarcal e de machismo estrutural", concluiu o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF.

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João Silva, filho de Fausto Silva e apresentador da Band, disse não ser dependente das riquezas do pai, afastado da televisão por problemas de saúde.

"Eu falo muito isso: dinheiro que é do meu pai, não é o meu. Então não [tenho] muita coisa. Quero construir meu patrimônio, almejo alto", declarou o jovem de 20 anos em entrevista ao programa No Lucro CNN.

O apresentador do Programa do João falou também sobre a boa relação com Faustão. "Meu pai tinha um trato [para que eu fosse] independente após os 21 anos. Consegui um pouco antes, mas moro com meus pais e em casa não pago nada de contas. Em casa meu pai sempre foi muito liberal, deixava que eu pudesse fazer as coisas, sair para jantar em restaurante bom. Isso me trouxe oportunidades maravilhosas."

A americana Marissa Teijo fez história ao competir no Miss Texas, nos Estados Unidos, no último fim de semana. Aos 71 anos de idade, ela se tornou a participante mais velha a disputar o concurso de beleza.

A competição contou com 75 concorrentes. Apesar de não levar a coroa para casa, Marissa agradeceu o apoio em suas redes sociais. "Nunca esperei causar tal impacto, mas estou entusiasmada por representar e inspirar tantas mulheres de uma certa idade e mulheres jovens a tomarem conta de seu estilo de vida saudável e fitness", disse.

"Levantar peso é a chave para se manter jovem, forte e vibrante. Podemos fazer botox, preenchimento ou cirurgia e pintar o cabelo, mas se o nosso corpo estiver fraco e flácido, o tempo vence! E todos nós queremos ser vencedores", completou.

Quando foi anunciada na competição, Marissa afirmou que sua participação serviria para inspirar mulheres a encontrarem sua melhor versão física e mental.

Além de já ter participado de competições fitness, Marissa é uma professora aposentada do ensino fundamental, modelo e já participou de comerciais de televisão. Em suas redes sociais, ela compartilha sua rotina e fotos com amigos e familiares.

O concurso Miss Texas ocorreu em Houston nos dias 21, 22 e 23 de junho. Aarieanna Ware, da cidade de Dallas, foi a vencedora da competição e agora avança para o Miss USA como representante do estado do Texas.

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A atriz Gena Rowlands, de 94 anos, está enfrentando a mesma doença da personagem que interpretou em Diário de uma Paixão (2004). Em entrevista à revista Entertainment Weekly publicada nesta terça, 25, o filho de Rowlands, que também é diretor do filme, revelou o diagnóstico de Alzheimer da mãe.

"Conversamos muito sobre Alzheimer para que pudéssemos interpretá-la de uma maneira autêntica e, agora, nos últimos cinco anos, ela também desenvolveu a doença", disse Nick Cassavetes.

No filme, ela interpreta a versão mais velha da protagonista Allie, também interpretada por Rachel McAdams.

Inspirado no livro do escritor Nicholas Sparks, o longa narra a história de um homem que lê antigas histórias de amor diariamente para uma mulher, diagnosticada com Alzheimer em uma casa de repouso.

O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que deteriora as funções cognitivas, comprometendo a memória, pensamento e comportamento. Segundo o Ministério da Saúde, há tratamentos que contribuem para a manutenção da qualidade de vida do paciente, mas a doença ainda não tem cura.

À época do lançamento, Rowlands, vencedora de um Oscar honorário em 2016, conhecia de perto essa realidade: a mãe também havia tido Alzheimer. Em entrevistas para a divulgação da produção, a atriz afirmou só ter aceitado o papel por ser um pedido de Cassavetes.

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