Greve de ônibus em SP: Prefeitura vai à Justiça e pede 80% da frota em circulação

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A Prefeitura de São Paulo entrou na Justiça do Trabalho nesta terça-feira, 4, para pedir que, durante a greve dos funcionários das empresas de ônibus da capital, marcada para a próxima sexta, 7, a frota funcione com 100% dos veículos nos horários de pico e com 80% nos demais períodos do dia. A ação foi impetrada no Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região, por meio da SPTrans e da Procuradoria Geral do Município (PGM).

Em despacho publicado na noite desta terça, após a ação da Prefeitura, o desembargador Davi Furtado Meirelles convocou uma audiência para esta quarta-feira, 5, às 16h, para uma "conciliação entre as partes" - o sindicato dos trabalhadores, o SindMotoristas, e o sindicato patronal, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanus).

"A fim de buscar a conciliação entre as partes e evitar a deflagração do movimento paredista, que causará prejuízo à circulação (...), o que afetará um contingente estimado de 4,3 milhões passageiros diários segundo estudos da requerente SPTrans, designo, audiência para o dia 05/06/2024, às 16h00", escreveu Meirelles no despacho.

O magistrado deve decidir sobre o pedido da Prefeitura após a reunião. "O pedido de tutela antecipada será apreciado no final da audiência designada para a data de amanhã", completou o desembargador.

Representantes do SindMotoristas afirmam que toda decisão da Justiça será acatada e cumprida pelo grupo. "Se o Tribunal decidir que devemos colocar 100% da frota no horário de pico, nós vamos colocar. Vamos conscientizar os trabalhadores para fazer isso. No horário que é para recolher, nós vamos recolher também. Da nossa parte, não tem intransigência", disse Nailton Porreta, diretor do sindicato.

Ainda conforme Porreta, a categoria está disposta a funcionar na sexta-feira, 7, com 100% da frota se a Prefeitura de São Paulo conceder tarifa zero para a população.

Na última segunda-feira, 3, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTRUSP), também chamado de SindMotoristas, decidiu em assembleia pela interrupção do serviço na sexta-feira. O movimento tem previsão para começar à 0h e durar 24 horas.

A greve deve paralisar cerca de 60 mil funcionários, entre motoristas, cobradores e operadores do setor de manutenção e fiscalização de todas as concessionárias que prestam o serviço de transporte na capital. A previsão é de que o funcionamento de todas as linhas de ônibus estruturais e regionais (micro-ônibus) seja afetado. As operações dos ônibus intermunicipais vão seguir normalmente.

De acordo com a SPTrans, empresa que faz a gestão do serviço de transporte de ônibus em São Paulo, a cidade possui 1.304 linhas operadas pelas concessionárias e a greve poderá afetar um contingente estimado de 4,3 milhões de pessoas que usam o transporte diariamente.

Entre as reivindicações das chamadas pautas econômicas, o sindicato pede um reajuste salarial de 3,69% calculado pelo IPCA-IBGE, e mais 5% de aumento real dos vencimentos. Os sindicalistas alegam, no entanto, que os patrões propuseram uma correção de 2,77%, e composição da diferença pelo Salariômetro (índice medido pela Fipe), uma sugestão que já havia sido rejeitada em assembleia no mês de setembro.

Os trabalhadores pedem também a reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, - conforme cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) - e que ainda não foram corrigidas.

O SPUrbanuss diz que os sindicatos - patronal e dos trabalhadores - devem continuar buscando um acordo e afirma que "os operadores evitem promover qualquer inoportuna e intempestiva paralisação do transporte coletivo que prive os trabalhadores, estudantes, idosos e demais passageiros desse serviço essencial, antes de esgotada a negociação salarial".

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A atriz espanhola Karla Sofía Gascón, protagonista de Emilia Pérez, se manifestou nesta terça-feira, 4, em seu Instagram e respondeu às piadas feitas às suas custas durante a cerimônia do Oscar. No evento, o comediante Conan O'Brien brincou com as polêmicas envolvendo falas antigas e preconceituosas da artista.

"Anora usa a 'palavra com F' [um palavrão em inglês] 479 vezes. São três a mais que o recorde atingido pelo agente de Karla Sofía Gascón", falou o apresentador. No começo de fevereiro deste ano, publicações preconceituosas da atriz ressurgiram na internet e danificaram a reputação do longa francês. Indicado em 13 categorias, o musical saiu com somente duas estatuetas - Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original.

"Obrigado aos membros da Academia pela nomeação como melhor atriz principal, pelo convite para a gala; gostei muito, muito divertido e divertido, especialmente seu anfitrião fabuloso Jimmy Kimmel, ele é fantástico. A cada dia, ele se parece mais com o grande Conan O'Brien", brincou a atriz.

A piada de Karla se refere a outra brincadeira de O'Brien. Durante o seu monólogo, ele provocou novamente a atriz espanhola. "Karla, se você for reclamar do Oscar, lembre-se: meu nome é Jimmy Kimmel", disse o comediante, citando o antigo apresentador do Oscar.

Karla Sofía Gascón chegou a ser indicada ao prêmio de Melhor Atriz, tornando-se a primeira mulher trans a alcançar tal feito. Ela, no entanto, perdeu para Mikey Madison, protagonista de Anora.

Emilia Pérez foi derrotado por Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional e por Anora em Melhor Filme.

A atriz mexicana Salma Hayek comemorou, nesta terça-feira, 4, a premiação de Ainda Estou Aqui no Oscar no último domingo, 2. O filme de Walter Salles foi o grande vencedor na categoria de Melhor Filme Internacional.

"Eu te amo, Brasil", escreveu Salma em uma publicação do Instagram que trazia o cartaz do longa. Ela também parabenizou Walter, Fernanda Torres e a equipe do filme "por fazerem história e levarem a primeira estatueta dourada ao Brasil". "Bravo, muito merecido", disse, em português.

Ainda Estou Aqui disputou a categoria com Emília Pérez, longa tido, inicialmente, como o favorito ao prêmio. A trama é ambientada no México e recebeu críticas de mexicanos por, supostamente, estereotipar o país.

Zoe Saldaña, que atua no filme, chegou a responder às críticas após receber o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. "Fizemos um filme sobre quatro mulheres, e essas mulheres poderiam ser russas, dominicanas, negras, israelenses, de Gaza", disse.

Salma Hayek também chegou a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 2003 por seu papel como Frida Kahlo em Frida. À época, a vencedora foi Nicole Kidman.

Confira a publicação aqui

A derrota do Oscar de Melhor Atriz e Melhor Filme por Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui para a americana Mikey Madison e Anora, filme independente dirigido pelo norte-americano Sean Baker, ainda tem abalado os ânimos dos brasileiros e é tema central do carnaval de rua em 2025. Ainda Estou Aqui ganhou na categoria "Filme Internacional".

Nesta terça, 4, os foliões adaptaram a marchinha Aurora, escrita por Mário Lago e Roberto Roberti em 1941, para calibrar o clima de rivalidade. (Veja o vídeo abaixo)

"Se você fosse sincera, ô ô ô ô, Anora. Devolvia o nosso Oscar, ô ô ô ô, agora", canta um grupo de pessoas em um bloco de rua não identificado. O vídeo viralizou nas redes sociais.

Na adaptação, é pedido que Anora entregue os prêmios aos brasileiros. Boa parte do público ficou revoltada com a escolha da Academia pelo filme independente e pela jovem atriz Mikey Madison, de 25 anos.

A torcida do Brasil era para que, principalmente, Fernanda Torres levasse o título de "Melhor Atriz" na maior premiação do cinema. A própria atriz se pronunciou dizendo que o resultado foi justo e pedindo para que fãs não enviem mensagens de ódio a Mikey Madsona.