Autor da 'PL do Estupro', Sóstenes Cavalcante diz que pedirá aumento de pena para estuprador

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O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que propôs o projeto para punir quem interrompe gestação com mais de 22 semanas, mesmo nos casos permitidos em lei, afirmou que também vai sugerir uma pena maior para o crime de estupro. A declaração foi dada após a repercussão negativa do projeto, apelidado de "PL do Estupro" nas redes sociais.

O parlamentar afirmou ao Estadão que defende que a relatora do caso, quando designada pelo presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), inclua o aumento da pena em seu parecer do projeto, que já propõe alterar o Código Penal. No entanto, o deputado não explicou de quanto seria essa nova pena. Lira já disse que pautará uma deputada mulher, de centro e moderada para ser a relatora do projeto, após ter o próprio nome vinculado a imagem do projeto nas redes sociais e nos protestos que ocorreram por capitais do País nesta quinta-feira, 13.

Segundo o texto atual do deputado, uma pessoa que engravida após sofrer violência sexual e só consiga ter o direito ao aborto após 22 semanas, poderá ser condenada a pena máxima de 20 anos de prisão.

Atualmente, segundo a legislação em vigor, um estuprador pode ser condenado, no máximo, a metade do tempo, 10 anos. A pena pode ser ampliada para até 12 anos caso o crime envolva violência grave e a 30 anos caso a vítima morra.

Promulgado em 1940, o Código Penal brasileiro já impõe de 1 a 3 anos de detenção para mulheres que interrompem uma gravidez. Para quem realiza o procedimento, a pena sobe para quatro anos, quando há consentimento da gestante, e para dez anos quando não há consentimento.

O aborto é permitido somente em três situações no Brasil: quando a mulher corre risco de morte e não há outro jeito para salvá-la, em casos de fetos com anencefalia (ausência de cérebro ou de parte dele) e em casos de estupro. Mesmo com a previsão legal, casos em que pessoas recorrem ao direito e enfrentam dificuldades para acessá-lo são recorrentes.

Um requerimento de urgência, que acelera a tramitação do projeto, foi votado nesta quarta-feira, 11, de modo simbólico e sem que o título do texto fosse citado por Lira. A votação durou cinco segundos.

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Se o primeiro filme de O Auto da Compadecida tinha a amizade inabalável de João Grilo e Chicó como guia da história, inspirada na peça de Ariano Suassuna, o segundo longa-metragem tem um outro elemento praticamente indissociável de sua essência: o tempo. Afinal, O Auto da Compadecida 2, principal estreia da semana nos cinemas, carrega as marcas evidentes dos 20 anos que se passaram desde o lançamento do primeiro filme.

A cidade continua a mesma - Taperoá, no sertão nordestino. E a amizade de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) continua florescendo e se afirmando, com rezas de um lado e histórias de pescador do outro. Mas isso parece ser a única coisa que ficou. Afinal, o diretor Guel Arraes faz questão de marcar o tempo agindo nessa amizade: João ficou sumido; Chicó ficou sozinho à espera de Rosinha (interpretada por Virgínia Cavendish), que também sumiu; e novas lideranças surgiram na cidade, como o Coronel Ernani (vivido pelo ator Humberto Martins).

Tudo é tempo, tudo se ancora no passado e no presente. O futuro, como sempre, surge de maneira nublada, nunca dando as caras. "É um filme sobre a amizade resistindo", resume Matheus Nachtergaele ao Estadão. "O tempo passou de verdade. Aconteceram coisas. E, quando eles se reencontram, algo está intacto. Isso se chama amizade, que é um sentimento nobre, bonito. No final, o tempo é determinante em várias coisas no filme."

CRENÇAS

A história, em essência, fala sobre um João Grilo que volta para Taperoá depois de ficar um tempo longe da cidade e do amigo Chicó. Quando ele retorna, ressurge a crença de que renasceu pelas mãos de Nossa Senhora (interpretada no primeiro filme por Fernanda Montenegro e, agora, por Taís Araújo). É aí que ele vira quase-santo, cabo eleitoral e até mesmo se envolve em pequenas artimanhas e rolos com o radialista local (Eduardo Sterblitch) e com o amigo carioca (Luis Miranda) que se passa pelo poderoso bispo da região.

"Contar essa história provoca uma mistura de emoções. É uma coisa de responsabilidade, porque O Auto da Compadecida virou filme de cabeceira dos brasileiros", diz Nachtergaele, voltando, mais uma vez, a falar do tempo. "Devolver o carinho é honrar o que foi sentido durante 25 anos. Isso mudou nossas vidas, nos encheu de responsabilidade para o cinema que íamos fazer depois, para as escolhas que também fizemos no trabalho na televisão. Você tem que estar à altura desse carinho. Isso é uma mistura de coisas bonitas. De certa forma, é um encontro do Brasil com a sua cultura."

Ariano Suassuna morreu em 2014, sem deixar qualquer tipo de continuação da peça O Auto da Compadecida. O roteiro de Guel Arraes, Adriana Falcão e João Falcão, assim, nasce a partir de uma inspiração em Suassuna, mas não diretamente de um texto seu.

Com quase todos os personagens do primeiro filme mortos após o julgamento celestial, foi preciso encontrar novos moradores de Taperoá. Dentre as novidades, estão os já citados Coronel Ernani, de Humberto Martins, e o radialista Arlindo, de Sterblitch - que, é claro, querem se valer do capital político de João Grilo para comandarem a prefeitura da cidade. Outra boa novidade é o trambiqueiro Antônio do Amor, de Luís Miranda, amigo de João.

"É interessante mergulhar no universo de O Auto da Compadecida, de Suassuna, ainda mais quando você tem espaço para criar e pensar no personagem", conta Martins. "Eu fui desenvolvendo o Coronel Ernani de dentro para fora, pensando em um homem seco, vazio, quase como um escorpião tentando desesperadamente se agarrar a algo."

LOUCURA

Há ainda mais novidades, como a sedutora Clarabela (Fabíula Nascimento), filha de Ernani. E a nova atriz por trás do papel de Nossa Senhora: Taís Araujo. "Quando o Guel Arraes me ligou e explicou a proposta, eu aceitei imediatamente. Depois que desliguei, pensei que era uma loucura, uma responsabilidade gigantesca. Aos poucos, fui entendendo que se tratava de uma nova representação da Nossa Senhora", diz Taís. "Procurei focar na relação entre Nossa Senhora e o João Grilo, buscando uma intimidade sagrada, próxima. Essa visão de trazer o sagrado para perto foi essencial para mim. Afinal de contas, Nossa Senhora é humana, como todos nós."

Filmado inteiramente dentro de estúdios, novo longa abraça a tecnologia digital

Nessas mudanças todas que acompanham O Auto da Compadecida, o tempo atravessa muitas outras discussões.

Para começar, a tecnológica: enquanto o primeiro longa-metragem se valeu da película para ser feito, este novo capítulo abraça muito mais a tecnologia digital. Toda a produção foi rodada dentro de estúdios, inclusive com telões simulando o cenário do sertão.

"O tempo é determinante inclusive na estética final do Auto 2. É feito com as tecnologias mais avançadas disponíveis, mas de um jeito que honra a estética do primeiro", diz o ator Matheus Nachtergaele. Selton Mello, enquanto isso, relembra como o primeiro filme causou espanto por decisões de tecnologia da época - e espera que isso se repita.

"O primeiro foi feito em película. Era o que havia de mais avançado na época", diz. "Causava espanto: 'nossa, vocês vão fazer em película? No sertão? Com aquele calor?'. É muito bacana ver isso acontecendo de novo, a partir de uma outra tecnologia", diz o ator.

Outro marco temporal que surge é pensar como o cinema nacional mudou de lá para cá. No primeiro filme, lançado nos cinemas em 2000, após a estreia da série em 1999, o mercado brasileiro estava se recuperando da "terra arrasada" dos anos anteriores. Foi o filme de Chicó e João Grilo que retomou parte da esperança.

Agora, 24 anos depois, os personagens retornam em outro momento de recuperação, após o cinema do País sofrer a partir de uma polarização política. Nachtergaele acredita que é a hora de refazer uma conexão.

"Hoje em dia, o cinema brasileiro é um cinema de bandeiras difíceis. É corajoso, bonito, aguerrido. O Auto da Compadecida foi responsável por fazer as pazes do brasileiro com o cinema naquela época. Havíamos passado por um período difícil antes, e o filme ajudou a reconstruir essa relação", diz.

"A celebração de Auto 2 traz isso mais uma vez, as pazes que fizemos. Estamos num momento lindo. O Selton, por exemplo, está brilhando em um drama (ele se refere ao filme Ainda Estou Aqui), que traz as pessoas de volta ao cinema. E agora, ao mesmo tempo, como o Chicó, ingênuo, romântico e mentiroso. Ele consegue vibrar em duas sintonias, no melhor que o cinema brasileiro tem a nos oferecer."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Companheiro de palco e de tela de Ney Latorraca, que morreu nesta quinta-feira, 26, Marco Nanini compartilhou uma postagem em homenagem ao amigo no Instagram. Na publicação, o ator de A Grande Família se disse "mergulhado nas memórias de nossas muitas histórias" e compartilhou uma foto dos dois em cena pela peça Irma Vap e outra imagem dos dois, descaracterizados, juntos.

"Ator de imenso talento, companheiro de cena generoso e divertido. Você, protagonista de uma carreira brilhante, deixa saudades mas também a sua marca", escreveu Nanini.

Os dois atores estrearam em 1986 a peça O Mistério de Irma Vap, que permaneceu em cartaz por mais de 11 anos em São Paulo e resultou na adaptação Irma Vap: O Retorno (2006) no cinema. Foi o maior sucesso de Ney Latorraca e lhe trouxe a almejada estabilidade financeira. "Comprei minha cobertura, passei a viajar de primeira classe e pude dar todo o conforto para a minha mãe, que se foi em 1994, até o fim da vida dela", contou ele, em entrevista ao Estadão em julho.

Ney Latorraca morreu na manhã desta quinta-feira, 26, vítima de uma sepse pulmonar. O ator vinha tratando de um câncer de próstata desde 2019. A morte de Ney causou comoção no Brasil, com nomes como o presidente Lula, Ana Maria Braga, Sonia Abrão e Walcyr Carrasco compartilhando homenagens a Latorraca em seus perfis nas redes sociais.

Em 2019, o comediante Rodrigo Sant'Anna, de 43 anos, participou do programa Que História É Essa, Porchat? dias depois de fazer harmonização facial, rinoplastia e implante capilar. A internet não perdoou e ele foi amplamente criticado, em especial nas redes sociais.

O ator conversou com o jornal O Globo e falou sobre as críticas. Ele disse não se importar. "O tempo inteiro estamos lidando com crítica e opinião, então, acho que temos que fazer do jeito que tem que ser. Eu tento viver essa verdade, apesar de algumas críticas ainda chegarem a um lugar de: 'Opa, não precisava disso'. Não sou de responder crítica na internet e me colocar em polêmica", disse.

Ao mesmo tempo, revelou que diminuiu o número de intervenções estéticas. "Eu já diminuí minha harmonização. Agora sou um harmonizado consciente. Eu não tenho a menor questão com procedimento estético. Eu acho incrível e faço tudo", completou.

Rodrigo Sant'Anna no 'BBB'

Rodrigo Sant'Anna se prepara para o quadro de humor do Big Brother Brasil. Será a terceira vez que o humorista integra o time do reality show. Em 2015 e 2016, ele participou do programa interpretando personagens como Klébis, Regina Célia e Carol Paixão.

Na entrevista ao jornal carioca, ele disse que a sua atuação está sendo discutida. Ele dividirá o quadro com Rafael Portugal. A estreia do reality está marcada para o próximo dia 13 de janeiro.

Além do BBB, Rodrigo volta ao Multishow com mais uma temporada da série de humor Tô de Graça.