CCJ da Câmara pauta PL que endurece pena para estupradores e propõe castração química

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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deve discutir em reunião extraordinária nesta terça-feira, 2, um projeto de lei que prevê penas mais duras para estupradores. Ao texto original, proposto em 2010, foram apensados outros 56 projetos que tratam de assuntos semelhantes, como a castração química para quem cometer o crime.

Sob relatoria do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), designado em 28 de maio, o novo texto faz um pacote de propostas, grande parte com temas defendidos por deputados do campo bolsonarista.

O substitutivo foi apresentado pelo relator em 26 de junho, exatamente duas semanas após a aprovação de urgência para votação do projeto do aborto, dia 12, que prevê pena mais dura para pessoa que realizar o procedimento após 22 semanas de gestação, mesmo em casos de gravidez resultante de estupro, do que a pena máxima prevista para estupradores.

A repercussão negativa sobre o projeto, que mobilizou diferentes setores da sociedade, além de protestos de ruas em diversas cidades brasileiras, ajudou a frear a ofensiva conservadora na Casa. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos autores do projeto do aborto, admitiu que a votação poderá ficar para depois das eleições municipais, em outubro. O próprio deputado também disse, após sofrer desgaste, que vai propor pena maior para estupradores na mesma matéria, apelidada de "PL do Estupro" nas redes sociais.

Atualmente, segundo a legislação em vigor, um estuprador pode ser condenado, no máximo, a 10 anos. A pena pode ser ampliada para até 12 anos caso o crime envolva violência grave e a 30 anos caso a vítima morra.

A nova proposta dos deputados, que deve ser discutida e pode ser votada nesta terça na CCJ, faz um pacote com matérias propostas desde 2012 até 2024. As mais recentes, por exemplo, prevem tornar hediondos todos os crimes sexuais contra vulnerável, o "favorecimento da prostituição", a tipificação da importunação sexual, entre outras.

Uma das propostas, apresentada pelo ex-deputado federal Laudivio Carvalho (Solidariedade-MG), prevê até mesmo a criação de uma nova modalidade, o "estupro impróprio", que trata sobre o constrangimento causado à vítima, sem uso da violência ou grave ameaça, com atos obscenos, considerando como tal "qualquer ato grosseiro, vulgar, indecente ou pornográfico que se oponha ao pudor ou que provoque indignação pela falta de moral".

Historicamente defendida por bolsonaristas, o tema da castração química também foi apensado pelo relator. Apresentada pela ex-deputada Clarissa Garotinho (União-RJ), a proposta estabelece que o condenado por estupro pode optar voluntariamente pelo tratamento químico para inibição do desejo sexual. O mesmo tema já foi discutido pela CCJ do Senado em maio, e aprovado com ampla diferença de votos - 17 favoráveis ante 3 contrários à proposta.

Em uma tentativa de apressar o trâmite do projeto, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) vem recolhendo assinaturas dos colegas para requerer a urgência de votação. Nesse caso, assim como o projeto do aborto, a matéria não seria analisada pelas comissões e seguiria direto para o plenário da Casa. O deputado afirmou ao Estadão nesta terça, que ainda não conseguiu as assinaturas da maioria simples, necessárias para apresentar o requerimento.

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Viviane Araújo foi submetida a uma cirurgia para retirar uma hérnia umbilical. Ela explicou, por meio das redes sociais, ser a terceira vez que realiza o procedimento.

A operação aconteceu na última terça-feira, 3. "Operei novamente minha hérnia umbilical. Eu já tinha operado, mas com a gravidez teve uma diástase no meu abdome e ela veio para cima do umbigo. Ela estava bem aparente e eu resolvi operar logo", disse.

A atriz tranquilizou seus fãs ao contar que já recebeu alta hospitalar e que está se recuperando em casa e sem sentir dores. "Agora é só ficar deitadinha e daqui a pouco voltar para a vida normal".

No entanto, Viviane lamentou que não poderá ir à academia durante os primeiros dias do pós-operatório. "Vou poder fazer tudo normal, só não posso fazer esforço físico", explicou.

A cantora Marina Sena e o influenciador Juliano Floss estão namorando. O casal assumiu que está junto depois de publicarem algumas fotos nas suas redes sociais durante uma viagem que ambos estão fazendo para Amsterdam.

O relacionamento já vinha sendo especulado desde abril quando os dois apareceram em uma foto juntos durante uma sessão de vídeo. Na foto também estava um outro suposto casal, Bruna Marquezine e João Guilherme - esses ainda não fizeram nenhuma declaração pública sobre relacionamento, apesar de terem sido vistos juntos em diversos momentos.

Juliano estava solteiro desde dezembro, quando seu namoro com a também influenciadora Vivi Wanderley teve um final conturbado. Vivi, que era amiga de Marina, deixou de seguir o novo casal desde que os boatos sobre o relacionamento começaram.

Nas redes sociais, votos de felicidade ao casal se misturaram a críticas por Marina ter ficado com o ex da amiga. Nas fotos publicadas pelos pombinhos, eles parecem bem apaixonados, compartilhando momentos felizes durante o passeio pela capital da Holanda.

Confira aqui

A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta quinta-feira, 4, o centro de comando do projeto Smart Sampa, que integra dados públicos e câmeras com inteligência artificial com o intuito de otimizar a gestão pública - em especial, na área de segurança, um dos maiores desafios da gestão municipal atualmente.

- Hoje, já são cerca de 14 mil câmeras operando nas ruas da cidade, com previsão de chegar a 20 mil até o fim deste ano e a 40 mil no longo prazo com a participação de câmeras privadas.

A Prefeitura prevê conquistar cerca de 20 mil pontos de captura de imagens na cidade com um convênio que permitirá que condomínios e empresas forneçam as imagens de suas câmeras de segurança à central.

De acordo com o secretário de segurança municipal, Alcides Fagotti Junior, nos próximos dias serão divulgadas informações sobre como participar.

Tanto pessoas físicas, quanto jurídicas poderão inscrever suas câmeras de vigilância (somente as que ficam em vias públicas) ao programa de monitoramento público.

A gestão também anunciou a nomeação de mais 500 guardas-civis metropolitanos (GCMs) aprovados no concurso de 2023. Cerca de 45 guardas trabalharão na central de comando, acompanhando as imagens junto a agentes da defesa civil, entre outras pastas - futuramente, a companhia de controle de tráfego (CET) também deve ser integrada à rede de monitoramento inteligente.

"É uma etapa de combate à criminalidade com o uso da tecnologia, com o comprometimento do Estado, da Prefeitura e a participação da sociedade civil", afirmou o prefeito Ricardo Nunes (PMDB) durante a inauguração.

"Será uma política colaborativa de segurança. Quando você tem essas câmeras (privadas) integradas, facilita o atendimento, a gente tem o olho técnico da guarda civil, da Polícia Militar, da Polícia Civil para aquela área (da casa, condomínio ou empresa)", disse Fagotti Junior.

De acordo com a Prefeitura, mais de 80 prisões já foram feitas por atendimento a partir da identificação de crimes em tempo real por meio das câmeras e sete pessoas desaparecidas foram encontradas - as câmeras também contam com sistema de reconhecimento facial - desde fevereiro deste ano, quando elas começaram a funcionar.

Como já mostrou o Estadão, essas câmeras inteligentes fazem reconhecimento facial, identificam suspeitos pela cor da roupa e alertam sobre movimentações suspeitas, como pular um muro.

A partir do banco de dados configurado e dos padrões de comportamento que elas foram treinadas para identificar, emitem alertas para o agente público fazer a tomada de decisão, como enviar uma viatura.

Futuramente, a Prefeitura pretende integrar também o banco de procurados pela Justiça, para que as câmeras reconheçam fugitivos.

A medida é considerada controversa, pois há preocupação com casos de vieses racistas na identificação facial de procurados pela polícia por meio deste tipo de câmera. A gestão diz, no entanto, que serão seguidos protocolos rígidos de identificação e checagem para evitar injustiças.

Prédio funcionará 24 horas e será aberto à população

O prédio alugado pela Prefeitura para a atuação da central fica na Rua XV de Novembro, número 268, no centro histórico da cidade. Ele funcionará 24h, com guardas municipais, agentes da defesa civil, entre outros, fazendo o controle das imagens da cidade. Parte da operação será aberta ao público, que já pode ver logo na entrada do prédio painéis com dados e informações da Prefeitura. "Nosso foco é a transparência", afirmou Nunes.

O edifício também abrigará um posto do Descomplica SP, que oferece serviços municipais à população, como realização de cadastro único (para acesso a medidas assistenciais), mediação de conflitos, emissão e regularização dos cartões do idoso e da pessoa com deficiência, entre outros. Será a primeira unidade a funcionar 24h, atendendo a população a qualquer horário.

Do controle de ambulâncias à zeladoria pública

Além da área de segurança pública, as câmeras serão utilizadas para orientar outros tipos de serviços municipais, ajudando a aprimorar a gestão. Elas podem identificar e monitorar as ambulâncias públicas da cidade, por exemplo, e emitir relatórios sobre tempo que elas levam para deslocamento e atendimento, em quais regiões da cidade mais atuam, entre outras informações.

Também são capazes de identificar congestionamentos de trânsito e indicar se ele foi causado por acidente ou não. Assim, é possível acionar os órgãos competentes com aquela ocorrência: CET em caso de congestionamento simples, SAMU em caso de acidente.

Em relação à zeladoria, as câmeras conseguem identificar se há excesso de lixo em determinada região, danos ao patrimônio, entre outras situações que exigem atuação das subprefeituras. Hoje, a maioria das câmeras instaladas está no centro expandido da cidade e em vias de grande movimento, como as marginais Pinheiros e Tietê.

Desde que as câmeras foram instaladas, o índice de roubos no centro caiu. Nas regiões da Sé e de Campos Elíseos, os roubos diminuíram 56,81% e 46,6% nos cinco primeiros meses de 2024.