Congonhas inaugura bolsão para über e mais carros de aplicativo; entenda como funciona

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AEROPORTO/CONGONHAS/BOLSÃO/ÜBER - A concessionária Aena Brasil inaugurou nesta quinta-feira, 11, o bolsão para motoristas por aplicativo no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. O espaço conta com um estacionamento com capacidade para 145 vagas e aceita apenas motoristas que comprovem que estão em filas para atendimento em aplicativos de transporte conveniados.

Ajustes na sinalização e criação de uma sala de espera no ponto de encontro com passageiros (que, no aeroporto, fica na área de desembarque dos voos), além de mudança de local dos pontos de parada de ônibus de companhias aéreas, também estão sendo feitos para melhorar o fluxo de acesso e partida do aeroporto.

"A gente espera que o passageiro que escolhe o aplicativo tenha uma experiência mais rápida e mais fácil. Mais fácil porque o ponto de encontro vai ser sinalizado, ele vai saber onde ele vai ter que ficar para esperar o carro, e mais rápida porque antes ele pegava um motorista que muitas vezes estava fora do sítio aeroportuário e o trânsito da cidade fazia com que esse motorista demorasse pra chegar aqui" diz Michel Cabral, gerente de gabinete do Aeroporto de Congonhas.

A estimativa da AENA Brasil é de que, hoje, 60% dos passageiros de Congonhas utilizam carros de aplicativo para chegar e partir do aeroporto.

Antes, sem infraestrutura específica, os motoristas de aplicativo precisavam rondar a região de Congonhas, estacionar em ruas do outro lado da Avenida Washington Luís ou ficar parados no local de embarque de passageiros, implicando em multas de trânsito para os profissionais, gerando engarrafamentos na região e dificultando o acesso de demais motoristas e passageiros.

Como funciona o bolsão em Congonhas?

O bolsão fica a 300 metros da área de desembarque de voos, ligado por uma rampa tanto a este local, quanto à área do check-in, onde os motoristas de aplicativos deixam os passageiros no aeroporto. Foi construído em um terreno parcialmente cedido por uma loja de aluguel de carros que opera no local.

Ali, os motoristas podem aguardar por chamados de corridas e então se direcionar ao ponto de encontro com o passageiro somente na hora de buscá-lo. A estrutura já existe no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

O local conta com banheiros femininos e masculinos para os motoristas. Mas o uso deve ser exclusivamente utilizado como ponto de espera. A Aena Brasil estuda a aplicação de multas para uso irregular do espaço, como para carros estacionados por muito tempo, se perceber que há necessidade de tomar esse tipo de medida.

Douglas dos Santos Neto, motorista de aplicativo há quatro anos, aprovou a novidade. "Sempre que toca uma corrida para essa região, a gente costuma parar perto do aeroporto para tentar pegar corridas mais lucrativas. Mas antes, a gente ficava lá fora, com risco de tomar multa, com a CET sempre pressionando a gente. Agora, com esse estacionamento aqui, a expectativa é de que isso melhore."

"Em Guarulhos isso funciona super bem já", disse Everaldo Ribeiro, motorista há seis anos. De acordo com os profissionais, o local de implementação foi bem escolhido. "Eu deixei um passageiro lá em cima (área de embarque para os voos do aeroporto), dei a volta pelo viaduto, parei no bolsão por 10 minutos e já fui chamado pra buscar um passageiro aqui. Achei bem prático", disse Milton Bueno, motorista de aplicativo.

Segundo Cabral, neste momento apenas a Uber tem convênio com a Aena Brasil para que seus motoristas utilizem o espaço. A 99 tem conversado para se conveniar também. Qualquer aplicativo pode ser aceito.

O objetivo de conveniar as empresas de veículo de transporte é, além de regulamentar o uso pelos motoristas, desenvolver ajustes nos aplicativos para que eles indiquem pontos de encontro com motoristas mais específicos, levando em consideração a nova sinalização do aeroporto.

Mudanças no ponto de encontro com motoristas e ônibus de companhias aéreas

A Aena Brasil decidiu também retirar o ponto de embarque e desembarque de ônibus fretados do meio-fio, na área de desembarque de voos, onde hoje também funciona o ponto de encontro com carros de aplicativo. Com isso, os passageiros poderão esperar pelos motoristas também na calçada do meio-fio, ampliando o espaço para o serviço.

Com isso, o embarque e desembarque de ônibus fretados de companhias aéreas, que fazem conexão com outros aeroportos paulistas, acontecerá agora no piso superior, em frente à área do check-in.

A área de ponto de encontro com os motoristas de aplicativo também está recebendo novas placas que dividem o espaço em setores, facilitando a indicação ao passageiro e motorista de qual o ponto exato de encontro e evitando micro congestionamentos.

Até o fim de junho, a haverá também a implantação de um lounge com sala de espera para os passageiros, segundo a AENA Brasil.

Os passageiros entrevistados pelo Estadão na manhã desta quinta-feira relataram não sentir diferença, ainda, em relação ao tempo de aceite de corridas e chegada de veículos. De acordo com frequentadores do aeroporto, o fluxo na região costuma ser menor neste período do ano, por isso o incômodo com congestionamentos também é menor. Congonhas opera principalmente voos de passageiros corporativos.

"O trânsito aqui é muito grande em meses de grande fluxo. Com certeza, era preciso fazer alguma coisa sobre isso. Eu espero que melhore", disse Ana Carla Lima, de 25 anos, relações públicas.

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O corpo da cantora Nana Caymmi será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 2, a partir das 8h30. O enterro ocorrerá às 14h, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Uma das principais cantoras do Brasil, Nana morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, depois de ficar nove meses internada na Casa de Saúde São José, no Rio, para tratar uma arritmia cardíaca. De acordo com nota divulgada pelo hospital, a causa da morte de Nana foi a disfunção de múltiplos órgãos.

Ao Estadão, o irmão de Nana, o músico e compositor Danilo Caymmi, afirmou que, além da implantação de um marcapasso para corrigir a arritmia cardíaca, Nana apresentava desconforto respiratório e passava por hemodiálise diariamente. Nana também sofria de um quadro de osteomielite, uma infecção nos ossos, que lhe causava muitas dores. Segundo ele, Nana esteve lúcida por todo o tempo, mas, no dia 30 de abril, entrou em choque séptico.

Filha do compositor Dorival Caymmi, Nana começou a carreira no início dos anos 1960, ao lado do pai. Após se afastar da vida artística para se casar - ela teve três filhos, Stella, Denise e João Gilberto -, Nana retomou a carreira ainda na década de 1960, incentivada pelo irmão Dori Caymmi.

Nos anos 1970 e 1980, gravou os principais compositores da música brasileira, como Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sueli Costa, Ivan Lins, João Donato e Dona Ivone Lara.

Em 1998, conheceu a consagração popular ao ter o bolero Resposta ao Tempo, de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, incluído como tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, da TV Globo.

Nana gravou discos regularmente até 2020, quando lançou seu último trabalho, o álbum Nana, Tom, Vinicius, só com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

A cantora Nana Caymmi, que morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, fez aniversário no último dia 29 de abril. Internada desde julho de 2024, Nana recebeu uma mensagem da também cantora Maria Bethânia, de quem era amiga.

Bethânia escreveu: "Nana, quero que receba um abraço muito demorado, cheio de tanto carinho e admiração que tenho por você. Querida, precisamos de você e da sua voz. Queremos você perto e cheia de suas alegrias, dons e águas do mar na sua voz mais linda que há. Amor para você, hoje, seu aniversário, e sempre. Rezo à Nossa Senhora para você vencer esse tempo tão duro e difícil. Peço por sua voz e por sua saúde. Te amo. Sua irmã, Maria Bethânia".

Nana e Bethânia tinham uma longa relação de amizade e gravaram juntas no álbum Brasileirinho, de Bethânia, lançado em 2003. Bethânia afirmou mais de uma vez que Nana era a maior cantora do Brasil.

De acordo com informações divulgadas pela Casa de Saúde São José, onde Nana estava internada há nove meses para tratar de problemas cardíacos, a cantora morreu às 19h10 desta quinta-feira, em decorrência da disfunção de múltiplos órgãos.

Morreu nesta quinta-feira, 1° de maio, Nana Caymmi, aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos. A morte foi confirmada pelo irmão da artista, o também músico e compositor Danilo Caymmi. Ela estava internada havia nove meses em uma clínica no Rio de Janeiro.

"Eu comunico o falecimento da minha irmã, Nana Caymmi. Estamos, lógico, na família, todos muito chocados e tristes, mas ela também passou nove meses sofrendo em um hospital", disse Danilo Caymmi.

"O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Nós estamos, realmente, todos muito tristes, mas ela terminou nove meses de sofrimento intenso dentro de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital", acrescentou o irmão, em um vídeo publicado no Instagram.

Nas redes, amigos e admiradores também prestaram homenagens à cantora.

"Uma perda imensa para a música do Brasil", escreveu o músico João Bosco, com quem Nana dividiu palcos e microfones. Bosco também teve canções interpretadas por Nana Caymmi, como Quando o Amor Acontece.

O cantor Djavan disse que o País perde uma de suas maiores cantoras e ele, particularmente, uma amiga. "Descanse em paz, Nana querida. Vamos sentir muito sua falta, sua voz continuará a tocar nossos corações."

Alcione também diz que perdeu uma amiga e que a intérprete, filha de Dorival Caymmi, tinha "a voz". "Quem poderá esquecer de Nana Caymmi?"

"Longe, longe ouço essa voz que o tempo não vai levar! Nana das maiores, das maiores das maiores", postou a cantora Monica Salmaso, que já tinha prestado uma homenagem para Nana na última terça, quando a artista completou 84 anos. "Voz de catedral", descreveu Monica na ocasião.

O escritor, roteirista e dramaturgo Walcyr Carrasco disse que, nesta quinta, a música brasileira deve ficar em silêncio em respeito à partida da artista. "Que sua voz siga ecoando onde houver saudade. Meus sentimentos à família, amigos e admiradores!"

A deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSOL-SP) disse que Nana Caymmi tinha umas das vozes "mais marcantes da música popular brasileira" e que a cantora deixa um "legado extraordinário" para o Brasil por meio de interpretações "únicas e carregadas de emoção". "Que sua arte siga viva, e que ela descanse em paz", disse a parlamentar.

A artista Eliana Pittman diz que se despede com tristeza de Nana Caymmi, a quem descreveu com uma das uma "das maiores vozes" que o Brasil já teve, e elogiou a cantora pela irreverência e forte personalidade.

"Nana nunca se curvou a convenções: cantava o que queria, do jeito que queria - e por isso, marcou gerações", disse Eliana, que também fez elogios qualidade técnica da intérprete. "Sua voz grave, seu timbre inconfundível e sua forma tão particular de existir na música deixam um vazio irreparável".

O Grupo MPB4 postou: "Siga em paz, querida Nana Caymmi! Nosso mais fraterno abraço para os amigos Dori Caymmi, Danilo Caymmi (irmãos de Nana Caymmi) e toda a família".