Acusada de matar e queimar a família no ABC é condenada a 85 anos de prisão

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O Tribunal do Júri, realizado na Comarca de Santo André (SP), condenou Anaflávia Martins Meneses Gonçalves pela morte dos pais e do irmão em crime cometido em 2020. Em novo julgamento na noite de terça-feira, 27, o Conselho de Sentença a considerou culpada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, roubo majorado, destruição de cadáver e associação criminosa. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a pena foi fixada em 85 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e a pagar 40 dias-multa, no patamar mínimo. A defesa dela não foi localizada.

Este foi o segundo julgamento da acusada. Em 2023, ela e outras quatro pessoas foram condenadas pelo Tribunal do Júri da comarca. Porém, o julgamento da ré foi anulado pela 2ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP. Na época, ela recebeu pena de 61 anos, cinco meses e 23 dias de reclusão, sendo considerada culpada apenas pelas mortes dos pais e inocentada pela morte do irmão.

Conforme os autos, a acusada informou a então companheira da existência de um cofre na casa da família e facilitou a entrada da companheira e de três comparsas no condomínio. "Os cinco subtraíram objetos, mataram e carbonizaram as vítimas, cujos corpos foram encontrados apenas no dia seguinte dentro de um carro", afirmou o TJ-SP.

Para definir a sentença, o juiz Lucas Tambor Bueno, que presidiu o júri popular em Santo André, destacou as circunstâncias agravantes do homicídio qualificado - crimes praticados contra ascendentes e sob prevalência de relações domésticas de coabitação ou de hospitalidade - e afirmou que houve nítida premeditação para os crimes. "Ele também reforçou que a acusada tinha acesso à residência dos ofendidos, seus genitores, inclusive por meio de dispositivo para ingressar no condomínio em que residiam" disse o TJ-SP.

De acordo com o processo, a sentenciada não poderá recorrer da decisão em liberdade, devendo permanecer no presídio onde se encontra.

O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2020. A família foi encontrada carbonizada no porta-malas de um veículo encontrado em uma estrada rural de São Bernardo do Campo. A residência das vítimas ficava na Rua Caminho dos Vianas, dentro de um condomínio, no bairro Jardim Irene, no município de Santo André, a 6,5 quilômetros dali.

As vítimas da tragédia foram Flaviana de Meneses Guimarães, de 40 anos, Romuyuki Veras Gonçalves, de 43, e Juan Victor Meneses Gonçalves, de 15. A filha do casal, Anaflávia, e a então companheira, Carina Ramos de Abreu, foram acusadas de envolvimento no crime.

Outros três homens, Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, que são irmãos e primo de Carina, e Guilherme Ramos da Silva, amigo de um dos primos de Carina, também participaram da ação. Julgados e condenados anteriormente, também permanecem presos.

Julgamentos

No mesmo julgamento em junho de 2023, Carina foi condenada a 74 anos, sete meses e dez dias de reclusão. Silva foi condenado a 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão.

- Anaflávia Martins Meneses Gonçalves foi sentenciada a 61 anos, cinco meses e 23 dias de reclusão - 14 de junho de 2023 - julgamento anulado.

- Carina Ramos de Abreu foi condenada a 74 anos, sete meses e dez dias de reclusão - 14 de junho de 2023.

- Guilherme Ramos da Silva foi condenado a 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão - 14 de junho de 2023.

Posteriormente, em agosto do mesmo ano, a Justiça de São Paulo condenou os irmãos Júnior e Ramos por matar a família no ABC paulista. A pena de Júnior foi de 65 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão e pagamento de 37 dias-multa, no patamar mínimo, já Ramos recebeu pena de 56 anos, dois meses e 20 dias de prisão e pagamento de 35 dias-multa, no patamar mínimo.

- Juliano Oliveira Ramos Júnior foi condenado a 65 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão - em 21 de agosto de 2023.

- Jonathan Fagundes Ramos foi condenado a cumprir 56 anos, dois meses e 20 dias de prisão - em 21 de agosto de 2023.

Relembre o crime

Às 2h32 de terça-feira, 28 de janeiro de 2020, o 6º Batalhão da Polícia Militar da região foi acionado para atender a ocorrência. Um incêndio aparentemente em um carro de luxo tinha acabado de ser controlado pelo Corpo de Bombeiros em um recôndito da Estrada do Montanhão, periferia de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Havia cadáveres escondidos no porta-malas. Quando a viatura chegou, os agentes se depararam com a imagem: os corpos, carbonizados, estavam colados uns aos outros.

Levou menos de 24 horas para a polícia confirmar Romuyuki entre os corpos no porta-malas. Também identificaram a mulher dele, Flaviana e o filho caçula Juan Victor.

Imagens de câmeras de segurança mostraram Carina, companheira de Anaflávia, chegando no condomínio, assim como a presença dos outros envolvidos no crime. Na ocasião, para prender as duas, a polícia alegou ter havido contradições nos depoimentos, como horários de atividades ao longo daquele dia. Posteriormente, os outros três envolvidos também foram presos.

"Carina e Anaflávia mataram as vítimas por motivo torpe, consistente na cobiça de ambas, em ficar com a casa, com os veículos, com o dinheiro que achavam que estava no cofre, e com o dinheiro do seguro de vida. Os outros três envolvidos agiram mediante promessa de recompensa", disse também na época o MP-SP.

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O Prêmio Platino, que destaca filmes e séries ibero-americanos, divulgou sua lista de ganhadores em 2025 neste domingo, 27, no palácio municipal Ifema, em Madri, na Espanha. As produções brasileiras Ainda Estou Aqui e Senna foram premiadas.

O destaque ficou por conta do longa Ainda Estou Aqui, que ganhou nas categorias mais importantes, como melhor filme ibero-americano, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor direção (Walter Salles). Já Senna venceu a categoria de melhor criador de série (Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patrícia Andrade).

Os brasileiros vencedores do Prêmio Platino 2025

Ainda Estou Aqui (melhor filme ibero-americano de ficção)

Walter Salles (melhor direção, por Ainda Estou Aqui)

Fernanda Torres (melhor atriz, por Ainda Estou Aqui)

Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade (melhor criador de série, por Senna)

Outros indicados brasileiros ao Prêmio Platino 2025

O Brasil ainda contou com outros indicados que não faturaram nenhum prêmio neste ano. Foram eles:

Arca de Noé (melhor animação)

Cidade de Deus - A Luta Não Para (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Senna (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Alexandre Rodrigues, o Buscapé de Cidade de Deus (melhor ator de série)

Gabriel Leone, o Ayrton de Senna (melhor ator em série)

Andreia Horta, a Jerusa de Cidade de Deus (melhor atriz em série)

Hugo Bonemer, o Nelson Piquet de Senna (melhor ator coadjuvante de série)

Os ganhadores do Prêmio Platino 2025

Melhor estreia de ficção: El Ladrón de Perros

Melhor filme de animação: Mariposas Negras

Melhor atriz coadjuvante de série: Carmen Maura (Tierra de Mujeres)

Melhor ator coadjuvante de série: Jairo Camargo (Cien Años de Soledad)

Melhor documentário: El Eco

Melhor música original: Alberto Iglesias (La Habitación de Al Lado)

Melhor criador de série: Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patricia Andrade (Senna)

Melhor comédia iberoamericana de ficção: Buscando a Coque

Melhor direção de arte: Eugenio Caballero, Carlos Y. Jacques (Pedro Páramo)

Melhor direção de fotografia: Edu Grau (La Habitación de Al Lado)

Melhor direção de som: Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño, Antonin Dalmasso (Segundo Premio)

Melhor direção de edição: Victoria Lammers (La Infiltrada)

Prêmio Platino ao cinema e educação em valores: Memorias de Un Cuerpo que Arde

Melhor ator coadjuvante: Daniel Fanego (El Jockey)

Melhor atriz coadjuvante: Clara Segura (El 47)

Prêmio Platino de honra 2025: Eva Longoria

Melhor ator em série: Claudio Cataño (Cien Años de Soledad)

Melhor atriz em série: Candela Peña (El Caso Asunta)

Melhor roteiro: Arantxa Echevarria, Amelia Mora (La Infiltrada)

Melhor direção: Walter Salles (Ainda Estou Aqui)

Melhor atriz: Fernanda Torres

Melhor ator: Eduard Fernández (Marco)

Melhor série, minissérie de ficção ou documentário: Cien Años de Soledad

Melhor filme iboeroamericano de ficção: Ainda Estou Aqui

Renato Aragão relembrou o dia em que subiu em um dos braços e beijou a mão da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em entrevista ao Jornal Nacional em ocasião dos 60 anos da TV Globo.

O humorista, conhecido por seu trabalho com o grupo Os Trapalhões, se emocionou ao rever as imagens e explicou o porquê de ter feito o que fez: "Consegui chegar no Rio de Janeiro, fazer sucesso na vida. Daí eu agradecia, mas eu queria simbolicamente estar lá agradecendo a imagem de Deus."

Questionado sobre como resumiria o momento em uma frase, disse: "Obrigado, meu bom Deus. Essa fé não vai acabar nunca. Nem depois que eu for."

Por que Renato Aragão subiu no Cristo Redentor

O eterno 'Didi Mocó' chamou atenção ao 'escalar' um dos braços do Cristo Redentor em 28 de julho de 1991, em ocasião dos 25 anos do grupo Os Trapalhões, no Criança.

Em depoimento ao projeto Memória Globo, há alguns anos, Renato Aragão já havia abordado o tema, negando que o tivesse feito por exibicionismo. "Eu queria ir lá à noite, escondido, com uma lanterna. Mas disse: 'Isso é infantilidade, idiotice'. Tenho que prestar contas ao Ibama, à Cúria, à Igreja. Não pode ir assim."

O comediante também destacou que chegou a beijar os pés do Cristo Redentor durante as gravações do filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz, mas fazia questão de fazer o mesmo nas mãos da estátua.

"Foi difícil conseguir. A nossa chantagem foi que era um programa em benefício das crianças [Criança Esperança]", relembrou, sobre as autorizações.

César Tralli, apresentador e repórter da TV Globo, publicou um texto de despedida do Vaticano após participar da cobertura sobre a morte e o funeral do papa Francisco. Neste domingo, 27, ele fez uma postagem em seu Instagram antes de embarcar em sua viagem na Itália: "Partiu, Brasil!".

"Com as lembranças de tantos abraços, apertos de mão, sorrisos, olhares de afeto e compaixão. A energia boa que vai, volta... Fazer do respeito ao próximo um caminho de paz e tolerância", escreveu.

Em seguida, Tralli concluiu: "Ouvi de uma jovem voluntária de 15 anos, que estava ajudando idosos no funeral do Papa, uma frase que me marcou: 'Não é sobre religião. É sobre ter amor no coração'. Bom domingo, boa semana e muito obrigado pela companhia".