Justiça determina que sindicato indenize Metrô em R$ 3,8 milhões por greve em 2021

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O juiz Márcio Ferraz Nunes, da 16ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que o Sindicato dos Metroviários pague R$ 3,8 milhões em indenização ao Metrô, por conta da greve realizada pela categoria em 19 de maio de 2021. O sindicato afirma que ainda não foi oficialmente notificado, mas adiantou que irá recorrer da decisão.

No processo, o Metrô pediu ressarcimento dos gastos que teve com o sistema Paese, ônibus gratuitos fornecidos aos passageiros para reduzir o efeito de paralisação das linhas, e pela falta de arrecadação tarifária ao deixar de transportar passageiros durante a greve. Enquanto o sistema Paese gerou gasto de R$ 1.670.489,14, a perda de faturamento com a falta de passageiros gerou prejuízo de R$ 2.175.669,11, totalizando R$ 3.846.158,25 a serem pagos pelo sindicato.

O juiz reconhece a legitimidade da greve pela Constituição, mas relembra que houve uma liminar na época para a manutenção de 80% da frota em horário de pico e 60% no período de normalidade.

"A paralisação da prestação dos serviços de transporte coletivos, extremamente nociva à população - não só aos cidadãos que dependem diretamente da prestação do serviço, como também aos que não dependem, pois também acabam sendo afetados pela via oblíqua, devido à sobrecarga de outros meios de transporte, trânsito e demais consequências - causou inequívocos danos materiais à autora, conforme documentos juntados à inicial. É fato público e notório que foi escolhida e mantida a opção pela paralisação dos serviços de transporte coletivo pelo sindicato réu, o que foi visto e sentido pelos cidadãos", escreveu o juiz.

O sindicato afirma, em publicação no X, que não foi notificado da decisão ainda, mas vai recorrer. "Não existe precedente de atitude parecida no Brasil. Vamos recorrer para defender o direito de greve. Ou existe direito de greve no Brasil, ou as entidades que as organizam tem que pagar multas milionárias. Os dois, ao mesmo tempo, não existe".

Em outra categoria

Jojo Todynho rebateu uma crítica de Xuxa Meneghel, e a chamou de privilegiada. "Eu, como fã, sempre a ovacionei. Mas que decepção", disse a cantora em suas redes sociais, na terça-feira, 23.

"Eu não tinha tomado conhecimento sobre o que a senhora Xuxa andou falando sobre a minha pessoa", começou ela, nos stories do Instagram. "Eu queria que ela me respondesse porque eu sou desnecessária".

"Mas eu também já escrevi lá no WhatsApp dela [...] Se ela me acha desnecessária, eu acho que necessário é quem cuspiu na cara dela", completou, referindo-se à uma pessoa que cuspiu na cara da Rainha dos Baixinhos após um show, no último dia 13.

Por fim, a cantora afirmou que passou por dificuldades: "Não fale de mim. Você não calçou meus chinelos de prego. Você é privilegiada. Você não passou pelo que eu passei [...] Eu sobrevivi sozinha, lutei sozinha. E eu não vou deixar ninguém me desrespeitar, pois eu não desrespeito ninguém".

"Eu nunca vim em Instagram, Twitter ou dei entrevista falando mal de ninguém, então não fale de mim", finalizou.

Entenda a briga entre Jojo e Xuxa

A troca de farpas começou com o comentário de Xuxa em um vídeo postado por Marcio Rolim. O influenciador reagiu a uma live de Jojo, em que ela afirma que "é de direita" e que retiraria a música Arrasou Viado do ar. Ele disse que a cantora usou a comunidade gay para fazer sucesso, e Xuxa concordou: "Nossa... Decepção tem nome. Sinto muito, Marcio".

Apesar de Jojo ter afirmado que retiraria a música do ar, o clipe de Arrasou Viado, música de autoria da cantora, continua disponível, e possui cerca de 11 milhões de visualizações no YouTube.

A exibição do filme Vermiglio, de Maura Delpero, no sábado, dentro da Mostra de Cinema de São Paulo, foi um acontecimento na Cinemateca. Filas enormes para encher a sala maior, que foi montada no espaço aberto, todos interessados em ver o que seria esse tal de Vermiglio, nome de um paese alpino, situado no Alto Trentino. Lá se desenrola um drama familiar ambientado no final da 2ª Guerra. O pater famílias (Tommaso Ragno, genial) é o mestre-escola local, pai de sete filhos e filhas, uma figura eminente na pequena comunidade.

A história caminha aos poucos, nos ambientando nas relações familiares, que comportam filhos e filhas de idades muito diferentes entre si. A diretora Maura Delpero opta por uma câmera de observação que, sem pressa, vai nos introduzindo na intimidade daquela família e da pequena comunidade, esboçando personagens, relações entre elas, rivalidades, hábitos, etc. Quase documental, às vezes.

O drama central envolve um enlace aparentemente feliz - o de uma das filhas, Lúcia, e Pietro, um desertor siciliano que chega por lá, transtornando um pouco a quietude do povoado. A união sofre uma interrupção que parece temporária, quando Pietro precisa viajar à Sicília e deixa a mulher, grávida, em Vermiglio.

Achei o desfecho (que não agradou a muita gente, mulheres em geral) tocante. Envolve a questão da maternidade. Me pareceu o exato contrário do impiedoso Banho do Diabo (Áustria), que parece pesado como uma carga de chumbo. Vermiglio, pelo contrário, não facilita nada, mas opta pela ternura. Acena com um raiozinho de sol, aquele mesmo que os produtores de Fellini imploravam ao mestre para o desfecho de suas obras. Maura Delpero não nos deixa sem um tanto de calor humano como despedida.

Vermiglio ganhou o Grande Prêmio do Júri (Leão de Prata) no Festival de Veneza e é indicado pela Itália para disputar uma das vagas no Oscar de filme internacional.

DOCUMENTÁRIO

Dahomey, de Mati Diop, é um documentário muito rigoroso, sem perder jamais a veia inventiva. Em novembro de 2021, 26 relíquias do Reino do Daomé deixam Paris e são devolvidas ao seu país de origem, a atual República do Benin.

O filme segue o percurso das obras sendo cuidadosamente embaladas na França, até chegarem ao destino final, quando são instaladas num espaço próprio e devolvidas ao seu povo de origem. O significado dessa devolução é evidente num tempo em que se questionam, cada vez mais, os resquícios do colonialismo predador, sobretudo dos países europeus sobre as antigas colônias africanas.

O curioso do filme é "dar voz" às próprias obras, que comentam sua volta ao país e sua cultura de origem. No limite, será o seu diferencial.

Mas também curiosa - e eficiente - é a discussão do significado dessa devolução por um grupo de jovens universitários do Benin. Todos e todas parecem bem equipados para a discussão. E a discordância torna-se a tônica da conversa.

Muitos acham que a devolução tem apenas um caráter simbólico e é irrisória - das, calcula-se, cerca de 7 mil obras sequestradas ao longo do período de colonização, apenas 26 estavam regressando à terra de origem.

Outros entendem que esse simbolismo não deixa de ter sua importância, uma espécie de primeiro passo de reconhecimento do crime colonial.

Mas há quem destaque que tudo é apenas um gesto político de Emmanuel Macron, o presidente francês, para se passar por homem civilizado num momento de instabilidade política na França.

Enfim, há o debate de sempre entre os que tudo querem de imediato e os que ressaltam a importância de dar os primeiros passos de um processo que, sim, será longo e pouco linear.

Também é interessante que esses estudantes da Universidade de Abomey-Calavi discutam o tema em francês, idioma imposto pelo antigo colonizador, o mesmo que está devolvendo essa pequena parcela de obras roubadas. "Fomos sequestrados até mesmo em nossas línguas de origem; falo em francês, mas não sou francesa", diz uma moça a quem a contradição não escapa.

E o que teriam as próprias obras a dizer sobre assunto tão controverso? É bom ouvir o que elas têm a dizer.

Dahomey venceu o Urso de Ouro, prêmio principal do Festival de Berlim.

PRÓXIMAS SESSÕES:

Vermiglio

5ª (24), às 19h50

Cinesystem Frei Caneca 2

Dahomey

5ª (24), às 17h

Cinesystem Frei Caneca 3

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filme cult alemão The Edukators (2004), terá uma sessão especial, em versão remasterizada em 4K, com a presença do diretor austríaco Hans Weingartner, que desembarca em São Paulo nessa semana.

A exibição está marcada para às 17h10, no CineSesc, no próximo dia 25 de outubro e faz parte da 48ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Em seu 20º aniversário, The Edukators teve versão remasterizada feita pela O2 Pós, e será exibida ao público pela primeira vez. Hans também participará de um bate papo sobre o filme após a sessão.

O longa-metragem conta a história de Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg), os Edukadores, rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica: eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e espalham mensagens de protesto. Os ingressos para a sessão podem ser adquiridos no site oficial.

Em 2013, o filme inspirou uma peça teatral que foi encenada em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na ocasião, o cineasta visitou o País para acompanhar a produção.