Polícia Federal e BID assinam acordo para o combate ao crime organizado

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A Polícia Federal (PF) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram nesta terça-feira, dia 3, um acordo de cooperação para o combate ao crime organizado na América Latina e contra crime ambientais na Amazônia. As duas instituições assinaram um memorando durante o Congresso da Comunidade de Polícias da América (Ameripol), em Foz do Iguaçu (PR).

Pelo acordo, a PF compartilhará "soluções inteligentes implantadas no Brasil que possam servir de inspiração para países vizinhos". Dois exemplos citados pelo BID são o programa Brasil MAIS - que usa monitoramento via satélite - e o programa Ouro Alvo, que permite rastreamento da origem do mineral com análise isotópica.

Já o banco informou que deve oferecer, entre outras ações, "treinamentos sobre segurança baseada em evidências, melhores práticas observadas internacionalmente, além de aproveitar as capacidades institucionais da PF brasileira para fortalecer organismos policiais de outros países".

O memorando de entendimento foi assinado pelo representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, e pelo delegado-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues. O BID tem R$ 5,2 bilhões (US$ 932 milhões) disponíveis para novos projetos de Segurança Pública e Justiça no Brasil. Por meio da parceria com a PF, iniciativas na área podem ser identificadas e serem financiadas por essa linha de crédito.

De acordo com o BID, além disso, o banco está destinando US$ 550 mil (R$ 3 milhões) para estruturar um modelo de segurança na região amazônica, incluindo as polícias de Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Suriname. Nos últimos 20 anos, o BID direcionou US$ 2 bi para iniciativas na área da Segurança na América Latina e no Caribe, dos quais US$ 650 mi foram destinados a projetos com componentes específicos para as forças policiais.

Para o banco, o acordo permitirá ainda que "a PF brasileira e as polícias dos países vizinhos ampliem a coordenação e ganhem mais eficiência em suas operações, ao mesmo tempo em que o BID fortalecerá a capacidade de elaborar projetos com base em experiências bem-sucedidas de combate ao crime organizado, já testadas com sucesso pela PF".

"Além dos custos em vidas, coesão social e perdas de patrimônio físico e ambiental, a violência e o crime causam um impacto negativo equivalente a 3,5% do PIB da América Latina e Caribe. O BID está comprometido a ajudar os países a reverter essa situação com políticas baseadas em evidências científicas, intercâmbio de melhores práticas, assistência na elaboração de projetos e melhoria da gestão e governança", afirmou o Representante do BID no Brasil.

Ainda segundo Doyle, a Amazônia "é prioridade para o BID, no marco do nosso programa Amazônia Sempre, e a violência é um dos principais fatores que impedem o seu desenvolvimento". Segundo o diretor-geral da PF, este acordo é um "passo decisivo na integração de esforços internacionais para enfrentar os desafios do crime organizado e delitos ambientais na Bacia Amazônica"

Passos Rodrigues afirmou que "a expertise da Polícia Federal, aliada ao apoio técnico e institucional do BID, impulsionará a necessária integração regional que beneficiará não apenas o Brasil, mas todos os países da região. Estamos prontos para liderar e compartilhar conhecimentos em prol de um futuro mais seguro e sustentável para todos."

De acordo com o memorando entendimento, as linhas gerais de trabalho conjunto do BID com a PF incluem canais permanentes de comunicação entre as duas instituições. O documento define, ainda, áreas específicas de intercâmbio: planejamento, gestão e intercâmbio de dados entre as polícias do Brasil e da América Latina, resoluções técnico-científicas, sistemas de inteligência policial e perícia criminais, treinamento em novas metodologias, assistência técnica e estruturação de projeto e operações em áreas urbanas e rurais.

No mês passado, o BID propôs durante a Cúpula Regional de Segurança, o Banco propôs a criação da Aliança pela Segurança, Justiça e Desenvolvimento com ministros da segurança e justiça da região. Doze países indicaram interesse em se juntar à iniciativa: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Equador, que se comprometeu a assumir a primeira presidência da Aliança enquanto o BID anunciou que atuará como secretário técnico.

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"Agora começou a contagem regressiva para se despedir! Está sendo uma experiência incrível poder confirmar o amor que os fãs têm pela gente! Vamos prolongar esse abraço e ter mais algumas oportunidades de emanar a energia positiva ao lado de vocês", afirmou Luís Maurício em comunicado oficial.

As novas apresentações da turnê acontecem em Curitiba, no dia 26 de abril, na Pedreira Paulo Leminski; no Recife, no dia 23 de maio, no Classic Hall; em São Paulo, nos dias 18 e 19 de julho, no Allianz Parque; e em Brasília, no dia 2 de agosto, na Arena BRB Mané Garrincha.

A banda brasiliense cumpre ainda duas datas que já estavam agendadas previamente: 7 de dezembro, no Espaço Náutico Marine Club, em Belém, e 15 de março de 2025, no Espaço D'Areia, em Porto Alegre.

Os ingressos já estão à venda pelo site da Eventim.

Luiz Antônio Feliciano Marcondes, o Neguinho da Beija-Flor, anunciou que atuará como intérprete na avenida pela última vez no carnaval de 2025. O anúncio foi dado pelo artista em uma entrevista concedida ao RJ1, programa da Rede Globo, e confirmado pela Beija-Flor por meio de uma publicação no Instagram nesta quarta-feira, 20.

O intérprete anunciou que, a partir de agora, se dedicará à carreira como cantor. Ele permaneceu na escola de samba por 50 anos. "Chegou a hora. Tenho que dar oportunidade a quem quer ser um Neguinho da Beija-Flor", disse ele, emocionado, durante a entrevista ao RJ1.

Luiz Antônio chegou à Beija-Flor no dia 11 de junho de 1975. À época, seu nome artístico era "Neguinho da Vala" - foi Anísio Abraão David, presidente de honra da escola de samba, quem sugeriu "Neguinho da Beija-Flor". No próximo ano, a escola, campeã por 14 vezes no carnaval do Rio de Janeiro, dedica um enredo ao carnavalesco Laíla, amigo do intérprete.

A Beija-Flor prestou uma homenagem à voz que por tantos anos comandou os desfiles da escola. "Sua voz ecoou em cada verso que cantamos, em cada vitória que celebramos e em cada nota 10 que nos fez vibrar. [...] Neguinho é, e sempre será, a essência da Beija-Flor. Não há Beija-Flor sem ele. Sua história está gravada em nossas cores, nossos sambas e nossos corações."

Neguinho da Beija-Flor também compartilhou, com a Rede Globo, uma carta se despedindo do carnaval. "Por você, venci o câncer, cantando na avenida ainda sob tratamento. Tenho fé que me curei graças a Deus e ao abençoado remédio do carnaval. Nunca esquecerei como a comunidade me recebeu, na volta aos ensaios, em nossa quadra sagrada. O aplauso e a montanha de carinho estão para sempre tatuados na memória", diz ele em um trecho.

Leia a carta de despedida do carnaval de Neguinho da Beija-Flor na íntegra:

"À minha amada Beija-Flor

O desfile de 2025 marcará minha despedida como intérprete de seus hinos na Passarela do Samba. No próximo carnaval, escreverei, com a comunidade nilopolitana, o ponto final da trajetória cinquentenária, tempo de muita felicidade e alegria. Vamos atravessar a Passarela do Samba pela derradeira vez, eu com a minha voz e o orgulho de sempre, sustentando a força e a magia de nossa comunidade que brilha no altar dos bambas. Será mais um momento de nosso amor eterno.

Lembro emocionado, querida escola, do início dessa história, quando cheguei jovenzinho para participar da disputa de samba, no inesquecível Sonhar com rei dá leão. Joãosinho Trinta, também recém-chegado, criara o enredo sobre o jogo do bicho e eu, então Neguinho da Vala, sonhava entrar para a ala de compositores. O saudoso carnavalesco permitiu que eu tentasse - e deu certo. Com o samba composto por mim, fomos campeões.

De lá para cá, você ganhou 14 carnavais, e me concedeu o privilégio de estar presente em todos. Fomos tricampeões duas vezes, levamos o Cristo mendigo coberto pela censura, na imagem mais conhecida do carnaval. E o mais importante: inserimos a Beija-Flor de Nilópolis na história da maior festa popular do Brasil. Em lugar de protagonista.

Consolidou-se a Maravilhosa e Soberana, como está no nosso hino-exaltação, Deusa da Passarela, que tive a honra de compor. E virou seu merecido apelido no planeta carnaval.

Por você, venci o câncer, cantando na avenida ainda sob tratamento. Tenho fé que me curei graças a Deus e ao abençoado remédio do carnaval. Nunca esquecerei como a comunidade me recebeu, na volta aos ensaios, em nossa quadra sagrada. O aplauso e a montanha de carinho estão para sempre tatuados na memória.

Por isso e muito mais, jamais cogitei receber salário da Beija-Flor. Nunca assinei contrato nem me submeti a qualquer burocracia. Nossa relação é única e dispensa protocolos. Costumo repetir que se alguém deve algo, sou eu a você, minha escola. Tenho muito orgulho de carregá-la em meu nome oficial, o da carteira de identidade: Luiz Antonio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes.

Guardo como um tesouro a primeira carteira de integrante da ala de compositores. Está lá a data, 11 de junho de 1975, do começo de tudo. Dos companheiros originais, ainda estão aqui o patrono Anísio Abrahão David e a querida Pinah. Começamos juntos a aventura de conduzir uma pequenina escola da Baixada Fluminense ao panteão das gigantes de nossa cultura popular. E chegamos lá, com a participação de muitos outros sambistas que vieram depois e seguirão rumo ao futuro.

Chegou a minha hora. Em 2025, cantarei a exaltação de meu parceiro Laíla - a quem conheci ainda antes do primeiro carnaval, na lendária roda de samba do Bola Preta -, como epílogo dessa odisseia que durou meio século de folia e felicidade. Superou muito meus melhores sonhos. E continuarei lhe amando. Você pode contar comigo por toda a eternidade.

Obrigado por tudo, minha escola, minha vida, meu amor.

Olha a Beija-Flor aí, gente!"