Governador do ES diz que acordo de R$ 100 bi sobre Mariana deve ser assinado até o final do ano

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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que o governo federal deve fechar, ainda neste ano, o acordo referente à reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. De acordo com ele, o acordo deve ser de cerca de R$ 100 bilhões e o governo de Minas Gerais já sinalizou que concorda com a proposta.

"O presidente Lula acha que, nos próximos dias, fecharemos o acordo, está em contato com a atual direção da Vale, com o futuro presidente da Vale Gustavo Pimenta, para que a gente feche esse acordo ainda este ano", disse Casagrande a jornalistas, após ter participado de reunião, na manhã desta quarta-feira, 4, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o governador, também participaram do encontro o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o Advogado-Geral da União, Jorge Messias.

Casagrande afirmou que a proposta está "bem construída" em termos de valores e "responsabilidade de cada um". "Tem já uma construção bem feita, bem formatada, que o acordo poderá, com certeza, tendo esforço, ser assinado antes mesmo do final do ano", disse.

"Tem gente para ser indenizada, tem infraestrutura para ser recuperada, tem cobertura florestal para ser recuperada, tem saneamento para ser feito e a gente depende desse acordo para poder ganhar velocidade", comentou. O valor da proposta, segundo o governador, ainda não está fechado, mas deve ser em torno de R$ 100 bilhões.

Na conversa sobre o acordo, o gestor estadual também pediu a inclusão da duplicação da BR-262, entre a Região Metropolitana de Vitória e a divisa com Minas Gerais. "Uma parte da BR-262 está na bacia do Rio Doce e é um investimento que ajuda no desenvolvimento do Espírito Santo, de Minas Gerais e do Brasil", comentou.

Segundo ele, a duplicação da BR-262, mesmo que apenas de uma parte, deve custar cerca de R$ 5 bilhões de investimento público. "Mas você pode colocar um recurso do acordo e fazer uma PPP patrocinada, uma concessão patrocinada, porque essa rodovia já foi para a concessão por duas vezes e por duas vezes ela deu deserta, por falta de interesse, porque é uma região de montanhas", afirmou. "Então, se você tiver um aporte do governo, da administração pública, você consegue atrair empresas para fazer investimento."

Visita de Lula ao ES

Na coletiva de imprensa, Casagrande também afirmou que Lula deve viajar ao Estado entre setembro e outubro deste ano. A ideia, segundo o governador, é que a viagem do petista comece em Aracruz, onde tem a primeira Zona de Processamento e Exportação (ZPE) privada do Brasil.

O empreendimento, na avaliação de Casagrande, pode ser uma "solução para o Brasil" como uma "alternativa para desafogar o Porto de Santos". Após a visita ao município, o chefe do Executivo federal também pretende ir à Vitória, capital do Estado.

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A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.

Não é surpresa que compositores como Wagner e Beethoven foram alguns dos favoritos de Hitler. No entanto, quando se escondeu no bunker no final da Segunda Guerra Mundial, o líder nazista levou consigo uma coleção de discos surpreendente, que inclui compositores e músicos russos, judeus e gays. Ele os ouviu até sua morte, em 30 de abril de 1945.

A descoberta foi publicada inicialmente na revista alemã Der Spiegel em 2007, quando Alexandra Besymenskaja, filha do general soviético Lew Besymenski, redescobriu o material. Seu pai fez parte da equipe responsável pela evacuação do bunker e, apaixonado por música, levou os discos consigo.

Mais tarde, a coleção foi estudada em detalhes por Fred Brouwers no livro Beethoven no Bunker. Entre as gravações, há Tchaikovski, que era russo e homossexual, Rachmaninov, e execuções do violinista polonês Bronislaw Huberman, de origem judaica e que se opôs ativamente ao nazismo.

Além disso, a seleção também continha gravações de jazz, operetas e outros estilos considerados "música degenerada" pelo 3º Reich. A maioria dos compositores, como Paul Abraham, foram perseguidos pelo nazismo.

Confira, abaixo, 5 composições que Hitler ouvia no bunker antes de morrer

- Adagio da "Sinfonia no. 7", de Anton Bruckner, com a Filarmônica de Berlim. Regida por Wilhelm Furtwängler, gravação de 1942.

- Sonata no. 24, em fá sustenido maior, op. 78, de Beethoven: Adagio cantabile - Allegro ma non troppo e Allegro vivace

- Concerto para Violino e Orquestra em ré maior opus 35, de Tchaikovsky, com Bronislaw Huberman (violino) e Orquestra da Ópera Estatal de Berlim

Regida por William Steinberg (1899-1978). Movimentos: Allegro moderato - Canzonetta.Andante - e Finale. Allegro vivacíssimo. Gravação de 28 de dezembro de 1928.

- Paul Abraham and his orchestra 1930: Good Night

E uma gravação moderna de um dos maiores sucessos de Abraham, "Bal in Savoy (Toujours l'amour)", com a soprano Angela Gheorghiu

O ator Robert de Niro, de 81 anos, fez uma declaração pública sobre sua relação com a filha Airyn, de 29, que recentemente se assumiu como uma mulher trans.

"Eu amava e apoiava Aaron como meu filho, e agora amo e apoio Airyn como minha filha. Não sei qual é o grande problema... Amo todos os meus filhos", disse ele em uma nota ao site Deadline na quarta, 30.

A declaração foi feita após a repercussão de uma entrevista de Airyn à revista Them, na qual ela falou sobre crescer sob os holofotes do vencedor do Oscar e o processo da transição de gênero.

Na ocasião, ela contou que decidiu iniciar o uso de hormônios em novembro de 2024 como parte do processo de transição. "Sempre fui muito feminina, mesmo antes de saber exatamente o que isso significava", disse.

Ela destacou que a transição também a aproximou de referências femininas negras que sempre admirou, como Laverne Cox, Marsha P. Johnson e Michaela Jaé Rodriguez. "A transição também me aproximou da minha negritude. Me sinto mais próxima dessas mulheres quando abraço essa nova identidade".

Airyn é filha de De Niro com a atriz e modelo Toukie Smith, de 72 anos. Embora nunca tenham se casado, eles mantiveram um relacionamento de quase dez anos entre as décadas de 1980 e 1990.