Casal consegue na Justiça direito de registrar filho com nome de faraó egípcio

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O casal de coreógrafos Danillo Prímola e Catarina Prímola, de Belo Horizonte, teve de entrar na Justiça para conseguir registrar o primeiro filho com o nome que escolheu, Piiê. O bebê nasceu em 31 de agosto, às 13h06, na maternidade da Unimed Grajaú, região oeste da capital mineira, mas só pode ser registrado na última quinta-feira, dia 12.

Danillo Prímola contou que foi ao cartório do 2º Subdistrito no centro de Belo Horizonte, onde teve o pedido de registro barrado. "O nome faz alusão a um faraó egípcio, mas disseram que eu não podia registrá-lo com esse nome, pois a grafia e pronúncia são parecidas com a de um passo do ballet, o pliê. Eles, então, pediram para eu fazer uma justificativa sobre a escrita, se seria com dois ii ou y. Entreguei no mesmo momento, mas, ainda assim, não consegui concluir o registro."

Piiê ou Piye foi o segundo faraó da XXV dinastia egípcia, de origem cuxita. Foi também o terceiro rei da dinastia napatana do Reino de Cuxe, sucedendo seu pai Cáchita. Cuxe é uma região da Núbia que hoje corresponde ao norte do Sudão, aproximadamente entre os anos 753 e 723 a.C.

Danillo conta que tentou o registro em outro cartório da cidade, mas também sem sucesso. "O primeiro cartório que fui enviou a solicitação para a juíza, que respondeu confirmando a não possibilidade do registro, justificando a confusão que o nome poderia gerar ao passo do ballet".

Ao voltar ao cartório do 2º Subdistrito, ele conta que foi barrado e que a única opção era recorrer judicialmente. "Nunca imaginei que teríamos problema em registrá-lo, porque é um nome próprio que já existe, não foi inventado por nós. Eles disseram que teríamos de pedir autorização na Justiça e escrever uma justificativa. O nome Piiê é o mesmo de um faraó egípcio, homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova, que escolheu o tema África". O coreógrafo explica que teve contato com a história de Piiê no ano passado, quando desfilou pela escola.

Os pais fizeram o pedido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que foi negado sob a justificativa de "expor a criança ao ridículo". Na última quarta-feira, dia 11, a juíza Maria Luíza de Andrade Rangel Pires reconsiderou a decisão anterior e permitiu o registro da criança que ocorreu no dia seguinte. "Com muita luta e ajuda da Defensoria Pública conseguimos. Somos professores de dança e sabemos que nosso filho pode até sofrer outros tipos de bullying, mas esse ele vai tirar de letra pois sempre terá vivência sobre a dança e diferentes culturas dentro de casa", salienta.

Procurada pelo Estadão, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou que, "diante das novas informações apresentadas, a juíza Maria Luíza reconsiderou sua decisão, ponderando que não está afastada a convicção de que o menino estará sujeito, pela dificuldade da grafia e pela pronúncia, a constrangimentos. Porém, 'considerando os novos argumentos trazidos, através do qual agora os pais explicitam a questão cultural que os guiou para a escolha do nome, os quais não foram apontados no pedido inicial', em respeito à cultura deles, autorizou o registro na forma pretendida, com a grafia original, 'inclusive por entender que nomes estrangeiros devem mesmo observar a grafia do país de origem'."

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Maria Bethânia e Caetano Veloso realizaram, na noite deste sábado, 15, o penúltimo show da turnê conjunta que tem rodado o País, mas nem tudo ocorreu como planejado. A cantora de 78 anos precisou interromper a apresentação na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, por conta de problemas técnicos no som.

Enquanto cantava As Canções que Você Fez pra Mim, durante seu bloco solo no show, ela começou a reclamar: "Está tudo errado aqui no som. Não dá para cantar com esse som". Em seguida, levantou a voz e interrompeu a música: "Me respeitem! Eu não vou cantar com esse som". A apresentação parou e Bethânia foi bastante aplaudida pelo público.

O show ficou interrompido por alguns minutos, enquanto a cantora conversava com a equipe técnica, visivelmente irritada. Ela explicou à plateia que seu microfone havia sido trocado e que o retorno do som estava "um horror".

"Só tem chiado no meu ouvido. Não é absolutamente o som que eu estava cantando. Querem me desafiar. Ficaram zangados comigo ontem no ensaio porque eu briguei do som. E acabou", continuou.

Depois, Bethânia disse para chamarem Caetano "para fazer o final do show". Ao ouvir os lamentos da plateia, disse: "Não posso fazer o solo se não tenho voz. Sou uma cantora, eu não tenho outra coisa se não minha voz. Eu sinto muito. É uma vergonha, no Rio de Janeiro, a gente voltar e acontecer isso."

A cantora completou a apresentação de As Canções, mas pulou Negue, que costuma ser a última música de seu segmento solo. Caetano Veloso subiu ao palco e apresentação seguiu normalmente, com os dois lado a lado no encerramento.

Preta Gil revelou que recebeu alta do hospital em que estava internada em Salvador por conta de uma pielonefrite (infecção urinária). A cantora falou sobre o tema em stories publicados em seu Instagram neste sábado, 15, enquanto se preparava para ir ao show da turnê Tempo Rei, de seu pai, Gilberto Gil.

"Eu estou bem. Estou me sentindo bem. Fui muito bem tratada aqui em Salvador", afirmou Preta, que destacou: "É uma coisa que já aprendi que vou ter que saber lidar porque vai ser recorrente. Primeiro porque estou com a sonda, um lugar que acumula muita bactéria."

"Independente da sonda, eu tive que fazer um transplante no meu rim, no meu ureter, no lado direito, por conta de um tumor que eu tinha na ureter. Essas questões de infecções no trato urinário e rim é um assunto que ficou delicado para mim, vou ter sempre que tomar cuidado. Mas não é algo que dependa de mim", continuou.

Preta Gil estava internada desde o último sábado, 8 de março, e chegou a ser monitorada na UTI. Posteriormente, recebeu alta e foi para o quarto, até deixar o hospital em definitivo na sexta, 14.

Vinícius de Oliveira, que ficou conhecido por ter protagonizado o filme Central do Brasil ao lado de Fernanda Montenegro, quando ainda era uma criança, em 1998, publicou em sua conta no Instagram um relato sobre seu reencontro com a atriz quase três décadas após as gravações.

O fato se deu durante um evento de pré-estreia do filme Vitória: "É sempre um carrossel de emoções encontrar a maior representante da cultura desse País, a amiga de longa data, nossa rainha Fernanda Montenegro."

"Foi mais uma vez único, mas, como sempre, de aprendizado de vida. Estar ao lado dela me faz todo ouvidos. Sua paixão pela arte e pela vida é tamanha que o 'pouco' tempo que pudemos estar ali foi suficiente para eu repensar o entendimento da vida", refletiu Vinícius de Oliveira.

Em seguida, o ator explicou: "Afinal, aos 95 anos, com total capacidade intelectual e física, Fernanda veio do Rio, estava fazendo toda a social e, dali a algumas horas, partiria para o Rio novamente porque teria ensaio a tarde na ABL para a noite, então, fazer sua apresentação de 14 textos diferentes de literatura."

"Que artista, que ser humano é Fernanda Montenegro! Passarei a vida agradecendo esse acontecimento de mulher. Que ela siga nos brindando com sua arte. Obrigado e obrigado, Fernanda!", concluiu.

Em Central do Brasil, Vinícius de Oliveira deu vida ao menino Josué. Após a morte de sua mãe, no Rio de Janeiro, a personagem de Fernanda Montenegro, Dora, atravessava o País rumo ao Nordeste em busca do pai do garoto. O filme, dirigido por Walter Salles, concorreu ao Oscar nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.