Notre Dame e Aznavour entre as estreias

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Numa semana sem estreias brasileiras nas salas, o cinema francês domina. Entram dois filmes franceses, Notre Dame e Aznavour por Charles, ambos bem legais.

A única estreia brasileira se dá no streaming com Ponte de Bambu, documentário que mostra a vida da família do jornalista Jayme Martins, que durante muitos anos viveu na China. Muito curioso e interessante, visão bem fundamentada de pessoas que viveram nesse país ainda tão desconhecido e com tamanha importância no contexto atual.

Notre Dame é da diretora Valérie Donzelli, que também interpreta a arquiteta vencedora do concurso para o novo pátio da famosa catedral parisiense (o filme foi feito antes do incêndio que destruiu parcialmente esse patrimônio da humanidade).

Ela vive Maud Crayon, separada, mãe de dois filhos e com namorado novo. Aliás, nem tão novo assim, pois foi seu amor de juventude. Comédia de costumes inteligente, mesclando o imbróglio amoroso com a crítica do paisagismo urbano. De quebra, retratos deslumbrantes da capital francesa. Um bom divertimento.

Já Aznavour por Charles, de Marc de Domenico, lança um olhar bastante original sobre a vida do cantor Charles Aznavour. Aliás, esse olhar é do próprio Aznavour que, um dia, ganhou uma câmera de presente de Edith Piaf e nunca mais parou de filmar. Onde ia - e sua profissão o levava a toda parte - levava a câmera consigo. E filmava, filmava. Ia guardando os negativos que, já no fim da vida, confia ao cineasta.

Material de primeira, mostrando Aznavour em várias situações e em etapas diferentes de sua vida. Com suas várias mulheres, em diferentes países, os filmes de que participou (o mais famoso Atirem no Pianista, de François Truffaut), etc.

Uma vida e tanto, pode-se dizer. Celebra o prazer, mas não apenas. Filho de imigrantes armênios, Aznavour mostrava preferência por filmar os desvalidos da vida, os mercadores, pescadores, a gente pobre. Lembrava-se com nostalgia de Montmartre popular de sua juventude. Saudades que celebra em suas canções - uma em particular, La Bohème. Lindo filme.

Pré-estreia

Tom & Jerry - O Filme. A duplinha criada nos anos 1940 está de volta com suas brigas e trapalhadas e muito humor em filme em live action que traz a famosa rivalidade entre o gato e o rato. Livre

Estreias

Aznavour por Charles. Dir. Marc di Domenico. Documentário com imagens registradas pelo próprio cantor Charles Aznavour entre 1948 e 1982. 83 min. 10 anos.

Notre Dame. Dir. Valérie Donzelli. A personagem principal desta comédia é Paris. A segunda é Maud, arquiteta às voltas com um antigo amor e com o pai de seus filhos. 90 min.

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Marcelo Rubens Paiva reprovou um comentário de Ana Furtado durante entrevista com Selton Mello no tapete vermelho do Oscar 2025. O escritor classificou como "sem noção" uma comparação incitada por ela entre os cinemas brasileiro e argentino.

Ana falou sobre a Argentina enquanto Selton declarava que Ainda Estou Aqui já era um filme vitorioso independentemente do resultado que viria no decorrer da noite - mais tarde, o longa conquistaria o Oscar de Melhor Filme Internacional. Na hora da entrevista, ela recordou algo que Selton havia dito no dia anterior, durante uma rodada de entrevistas com a imprensa brasileira em Los Angeles.

"Chupa, Argentina!", exclamou Ana, explicando: "Ele ontem estava falando da rivalidade entre Brasil e Argentina". No mesmo instante, o ator contextualizou: "Argentina tem dois [Oscars] de melhor filme internacional, a gente não tem nenhum. Como assim?"

O comentário de Ana repercutiu mal nas redes sociais, e o autor do livro que inspirou o filme foi um dos críticos. Vale lembrar que Ainda Estou Aqui foi o quinto longa latino-americano a conquistar o Oscar de Melhor Filme Internacional. Os demais são:

- A História Oficial (1985), da Argentina

- Uma Mulher Fantástica (2007), do Chile

- O Segredo dos Seus Olhos (2009), da Argentina

- Roma (2018), do México

Procurada pelo Estadão para comentar sobre o episódio, a equipe da apresentadora Ana Furtado não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

A cerimônia do Oscar 2025 obteve a maior audiência dos últimos cinco anos, com um total de 19,7 milhões de espectadores, de acordo com os números finais de audiência ao vivo no Estados Unidos fornecidos pela Nielsen. Este número, que inclui visualizações de dispositivos digitais como celulares, PCs e tablets, é um pequeno aumento de 1% em relação ao ano passado, quando o evento teve 19,5 milhões de telespectadores.

Embora os números iniciais apontassem uma queda de 7% em comparação com a cerimônia de 2024, que teve 19,5 milhões de espectadores, as atualizações nas medições indicaram um significativo aumento de público. Além disso, o Oscar 2025 marcou um crescimento notável na faixa etária de 18 a 49 anos, alcançando uma avaliação de 4,54 nesta demografia, o que representa um aumento de 19% em relação ao ano anterior.

Em termos de desempenho entre os jovens de 18 a 34 anos, a cerimônia também teve um destaque, marcando 3,05 de avaliação - um crescimento de 28% em relação ao ano passado, o que coloca este Oscar como o mais assistido neste público desde 2019.

As redes sociais também foram uma parte significativa do sucesso da noite, com 104,2 milhões de interações durante a transmissão, superando outros grandes eventos como o Super Bowl, que registrou 62,4 milhões de interações, e o Grammy, com 102,2 milhões de interações.

Brasileiros reagem nas redes sociais

Nas redes sociais brasileiras, os internautas se dividiram entre a comemoração pela vitória de Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional e a derrota de Fernanda Torres na disputa por Melhor Atriz. No X (antigo Twitter), memes e mensagens exaltando a conquista do País e o talento da atriz brasileira tomaram conta da plataforma.

O cantor Klaus Hee, ex-integrante da famosa boy band brasileira Dominó, morreu aos 50 anos após enfrentar um tratamento contra um câncer agressivo. A notícia foi compartilhada pelo produtor musical Ricky Colavitto, que se despediu do artista nas redes sociais, lembrando de eventos que realizaram juntos e desejando condolências à família e amigos.

Klaus Hee começou sua carreira artística ainda jovem, trabalhando como modelo e assistente de palco em programas de TV, como o Passa ou Repassa, do SBT, na mesma época em que a atriz Paolla Oliveira também estava na atração. O cantor ingressou na boy band Dominó em 1999, para substituir Rodrigo Phavanello. Ele permaneceu no grupo até 2005, quando formou a banda Kilométrico Cubo, que deixou cinco anos depois.

O velório de Klaus foi realizado nesta quarta-feira, 5, às 11h, no Cemitério Getsemani, no Morumbi, em São Paulo.

Alex Gil, ex-integrante do grupo Polegar, também fez uma homenagem emocionada ao amigo, dizendo: "Hoje, perdemos o nosso querido amigo Klaus Hee que estava lutando contra um câncer agressivo. Estávamos torcendo por sua recuperação, mas infelizmente Deus o levou para descansar do sofrimento. Que Jesus o receba em seus braços e conforte sua família e amigos mais próximos. A vida é realmente um sopro, não temos como prever até quando estaremos por aqui, portanto aproveite a sua vida da melhor maneira possível."