Linha 6-Laranja do metrô: por que tatuzão vai 'pular' uma estação?

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Com pouco mais de 10% das obras concluídas, a Estação 14 Bis pode ser deixada para o final do cronograma do governo estadual para a Linha-6 Laranja, do metrô de São Paulo. A 14 Bis é uma das 15 estações previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na zona norte, à região central da capital.

Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que vem causando o atraso nas obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com "a máxima celeridade".

Na segunda-feira, 30, durante visita ao Pátio Morro Grande, ponto de partida da linha que está com 67,6% das obras concluídas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) adiantou que o 'tatuzão', como é conhecida a tuneladora, pode passar direto pela 14 Bis.

Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas." Hoje a viagem entre Brasilândia e o centro de São Paulo é de 1 hora e meia, e a gente vai conseguir fazer esse percurso em 23 minutos", disse Tarcísio.

Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações, até o final de 2026. Já o trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.

A Concessionária Linha Uni informou que a tuneladora sul, chamada 'Maria Leopoldina', seguirá o cronograma previsto assim que chegar à Estação 14 Bis-Saracura. "Em relação à construção da estação, que abrange escavação e outras obras civis, a concessionária está em tratativas com o governo do Estado e acompanha as liberações do Iphan, órgão que fiscaliza as atividades de resgate arqueológico na área", disse, em nota.

A companhia tem outro 'tatuzão' que opera na parte norte da linha. "Até o momento, todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas paralelamente ao trabalho de resgate arqueológico já foram concluídas", afirmou a Linha Uni.

Das 15 estações previstas no projeto, a que tem as obras mais avançadas é a Estação Santa Marina, com 66,7% dos trabalhos concluídos. Outras sete - Brasilândia, João Paulo I, Freguesia do Ó, Água Branca, Sesc Pompéia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida, têm mais de 50% das obras realizadas.

Ainda não chegaram à metade das obras as estações Maristela, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, Faap-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.

A 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. Em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889.

O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.

O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, "tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico".

O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. "Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras", disse, em nota.

O Iphan informa que vem tratando com prioridade o empreendimento, "com manifestações feitas com máxima celeridade" e mantém "diálogo constante com os demais órgãos públicos e as organizações da sociedade civil".

Lembra ainda que não tem medido esforços para compatibilizar a implantação das obras e as normas de proteção do patrimônio, "que permitem a conservação e o estudo de bens arqueológicos referentes às memórias das populações que habitaram a região e contribuíram para a formação histórica do país".

Obras interrompidas

Desde que foi lançada, em 2008, a construção da Linha 16-Laranja sofreu várias interrupções, chegando a ficar parada por quase cinco anos. No final de 2020, o grupo espanhol Acciona comprou os direitos do consórcio Move São Paulo e retomou as obras. Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha abriu uma cratera e interditou um trecho da Marginal do Tietê, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes, atrasando a construção.

Em março deste ano, um documento público emitido pela concessionária comunicou ao governo um atraso de 1.096 dias (cerca de três anos) em relação ao cronograma inicial, que previa a conclusão da Linha-6 em 2025. A empresa alegou "riscos geotecnológicos não previstos inicialmente". Na época, o governo estadual negociou com a concessionária uma aceleração nos serviços com reforço nas equipes para cumprir o cronograma.

A nova Linha 6-Laranja é também conhecida como 'Linha das Universidades", por passar próximo a diversas instituições de ensino, como Centro Universitário São Camilo, PUC-SP, FMU, Faap, Mackenzie, Unip e Uninove.

A linha pode ser ampliada com a construção das estações Velha Campinas e Morro Grande, no sentido noroeste, a partir da futura estação Brasilândia, mas a proposta ainda está em estudos. A partir de São Joaquim, sentido região leste, são propostas as estações Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos.

Evolução das obras das estações*:

- Brasilândia: 61,60%

- Maristela: 89,02%

- Itaberaba-Hospital Vila Penteado: 48,13%

- João Paulo I: 56,27%

- Freguesia do Ó: 50,60%

- Santa Marina: 66,73%

- Água Branca: 64,85%

- Sesc-Pompeia: 52,91%

- Perdizes: 64,88%

- PUC-Cardoso de Almeida: 54,15%

- Faap-Pacaembu: 43,16%

- Higienópolis-Mackenzie: 44,07%

- 14 Bis-Saracura: 10,13%

- Bela Vista: 49,68%

- São Joaquim: 40,20%

*Dados disponibilizados no site da Linha Uni

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Anora foi o grande vencedor do prêmio de Melhor Filme do Oscar 2025. Ainda Estou Aqui, longa brasileiro que concorria na categoria, não foi escolhido pelos votantes.

O longa custou US$ 6 milhões para ser produzido - um dos menores orçamentos da história da premiação - e, nas últimas estimativas, faturou cerca de US$ 38 milhões de bilheteria ao redor do mundo.

Indicações de 'Anora' ao Oscar 2025

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Outros prêmios

Em maio de 2024, Anora venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e se colocou como um sério concorrente ao Oscar. Ao longo da temporada, no entanto, viu os filmes rivais ganharem mais destaque e, apesar de ser bastante elogiado pela crítica, passou a ser tratado como um azarão.

A maré mudou nas últimas semanas. Surpreendentemente, o longa venceu o prêmio de Melhor Filme no Critics Choice Awards. Confirmando o bom momento, também foi vitorioso no Directors Guild Awards, no Producers Guild Awards e no Writers Guild of America Awards, três dos principais prêmios dos sindicatos de Hollywood.

Sobre o que é

Em Nova York, a jovem stripper Anora (Mikey Madison) conhece o filho de um oligarca russo e engata um improvável romance. Após um casamento impulsivo em Las Vegas, a família de Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn) planeja retornar para os Estados Unidos com um único objetivo - anular a união entre o casal. Descrito como um "conto de fadas às avessas", o longa subverte a história da Cinderela para falar sobre as falhas do Sonho Americano.

Elenco

Em Anora, Mikey Madison interpreta Ani, uma jovem stripper que se deslumbra com a vida de luxos que o dinheiro pode proporcionar. O papel rendeu a atriz uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Já Mark Eydelshteyn é Ivan Zakharov, filho de um oligarca russo que contrata os serviços de Ani por tempo indeterminado.

Yura Borisov interpreta Igor, um capanga russo da família Zakharov. O papel rendeu ao ator uma indicação ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Completam o elenco Karren Karagulian e Vache Tovmasyan, que interpretam outros dois capangas da família Zakharov, e Aleksei Serebryakov e Darya Ekamasova, que vivem o pai e a mãe de Ivan, respectivamente.

Entrevistas

Em entrevista ao Estadão, Sean Baker e Mikey Madison discorreram sobre o que torna Anora um longa tão único. Em especial, falaram sobre a temática de trabalhadores sexuais - uma constante no trabalho de Baker - e sobre como o filme busca quebrar as expectativas do público.

"Sempre pensei em Anora como algo fora do 'mainstream' e um pouco divisivo por causa de seus temas, mas ele parece estar agradando às pessoas de maneira universal. E isso é maravilhoso", afirmou Sean Baker.

Críticas

O filme foi bastante elogiado pela crítica internacional. No site Rotten Tomatoes, que agrega análises de profissionais da indústria, o longa conta com 93% de aprovação. No New York Times, a obra de Sean Baker foi descrita como o "nascimento de uma estrela".

"Esse papel exige que ela [Mikey Madison] vá ao extremo, com elementos de pastelão, romance, comédia e tragédia, além de dançar com pouquíssima roupa e dar uns socos poderosos", escreveu a crítica Alissa Wilkinson. "E a cada momento Madison fica mais fascinante."

"Anora é uma fábula moderna e obscena, povoada por strippers e capangas. Como a maioria dos filmes de Baker, fala sobre os limites do sonho americano, sobre as muitas paredes invisíveis que se interpõem no caminho das fantasias de igualdade e oportunidade, sobre como se erguer pelas próprias pernas", finalizou.

Polêmicas

A principal polêmica de Anora decorreu da falta de um coordenador de intimidade no set de filmagem de Sean Baker. O cargo, que vem ganhando cada vez mais importância em Hollywood, é responsável por supervisionar cenas íntimas que envolvam sexo simulado e nudez.

Em uma era pós-Me Too, o trabalho do supervisor garante que todos os envolvidos se sintam seguros e possam se manifestar caso algo os deixe desconfortável. Em Anora, cenas de sexo e nudez compõem uma boa parte do filme. Baker e a equipe, no entanto, optaram por não utilizar um coordenador de intimidade durante as gravações do longa.

"Foi uma escolha que fiz. A produção me ofereceu, se eu quisesse, um coordenador de intimidade", afirmou Mikey Madison no quadro Actors on Actors, da Variety. A atriz explicou que a decisão foi tomada por ela e por Mark Eydelshteyn e que, apesar da polêmica, a experiência foi extremamente positiva para ela.

Onde assistir

Em cartaz, Anora estreou nos cinemas brasileiros em 23 de janeiro. Não há previsão, no momento, para exibição em plataformas de streaming.

Os indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2025

Anora

O Brutalista

Um Completo Desconhecido

Conclave

Duna: Parte 2

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Nickel Boys

A Substância

Wicked

'O Brutalista' vence Oscar de melhor trilha sonora. O filme disputou categoria com Conclave, O Robô Selvagem, Wicked e Emilia Pérez. O longa venceu prêmio de melhor fotografia também.

Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional na noite deste domingo, 3. É o primeiro longa brasileiro a conquistar o feito. O diretor Walter Salles dedicou prêmio a Eunice Paiva. Ele também dedicou estatueta a Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. "É uma coisa extraordinária", disse sobre vitória.

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