Coreia do Sul pede retirada imediata de tropas norte-coreanas que estariam na Rússia

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A Coreia do Sul afirmou nesta segunda-feira, 21, que "exige" a retirada imediata das tropas norte-coreanas supostamente presentes na Rússia, enquanto convocou o embaixador russo para protestar contra a crescente cooperação militar entre Pyongyang e Moscou.

A agência de espionagem da Coreia do Sul afirmou na sexta-feira, 18, que confirmou que a Coreia do Norte enviou 1.500 forças de operações especiais para a Rússia neste mês para apoiar a guerra russa contra a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, havia declarado anteriormente que seu governo tinha informações de que 10 mil soldados norte-coreanos estavam sendo preparados para se juntar às forças invasoras russas.

"Escalada significativa"

Durante uma reunião com o embaixador russo Georgy Zinoviev, o vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kim Hong-kyun, "condenou nos termos mais fortes" o envio de tropas da Coreia do Norte, que ele disse representar "uma grave ameaça à segurança" da Coreia do Sul e da comunidade internacional, conforme divulgou o ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.

Hong-kyun disse que a Coreia do Sul, em colaboração com a comunidade internacional, mobilizará todos os meios disponíveis para lidar com um ato que ameaça seus interesses de segurança nacional vitais, de acordo com o comunicado. A embaixada russa citou Zinoviev dizendo que a cooperação entre Rússia e Coreia do Norte não é destinada contra os interesses de segurança da Coreia do Sul.

Em uma ligação telefônica com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na segunda-feira, 21, o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol afirmou que Seul não ficará de braços cruzados diante da "imprudente" cooperação militar entre Pyongyang e Moscou.

Yoon disse que a Coreia do Sul enviará em breve uma delegação à Otan para trocar informações sobre a cooperação russo-norte-coreana, de acordo com o escritório de Yoon. Rutte escreveu no X, antigo Twitter, que a possibilidade de a Coreia do Norte lutar ao lado da Rússia "marcaria uma escalada significativa".

Sanções e armas nucleares

Os EUA e a Otan não confirmaram se tropas norte-coreanas foram enviadas à Rússia. No entanto, os relatos sobre a presença delas já despertaram preocupações na Coreia do Sul de que a Rússia possa fornecer à Coreia do Norte tecnologias sofisticadas que podem aumentar significativamente os programas nucleares e de mísseis do Norte em troca do envio de suas tropas.

O crescente arsenal nuclear da Coreia do Norte representa uma grande ameaça de segurança para a Coreia do Sul. O líder norte-coreano Kim Jong-un recentemente tomou medidas para encerrar permanentemente todas as relações com a Coreia do Sul e ameaçou usar armas nucleares de forma preventiva. Alguns observadores afirmam que a Coreia do Sul provavelmente considerará fornecer armas à Ucrânia se as transferências russas de tecnologias nucleares e de mísseis de alta tecnologia para a Coreia do Norte forem verificadas.

A Coreia do Sul aderiu às sanções lideradas pelos EUA contra a Rússia devido à sua invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Mas a Coreia do Sul não forneceu diretamente armas a Kiev, citando sua política de longa data de não fornecer armas a países envolvidos em conflitos ativos. A Rússia negou anteriormente usar tropas norte-coreanas em sua guerra com a Ucrânia. A mídia estatal da Coreia do Norte não comentou sobre o assunto.

Funcionários ucranianos divulgaram um vídeo que supostamente mostra soldados norte-coreanos alinhando-se para coletar roupas e bolsas militares russas em um local desconhecido. A Associated Press não conseguiu verificar o vídeo de forma independente.

"Muitas informações contraditórias"

Questionado sobre as tropas norte-coreanas durante uma teleconferência com repórteres na segunda-feira, 21, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que estão "vendo muitas informações contraditórias". "Os sul-coreanos dizem uma coisa, depois o Pentágono afirma que não tem confirmação de tais declarações", afirmou Peskov.

O deslocamento de tropas da Coreia do Norte para a Rússia seria sua primeira participação em uma guerra importante desde o final da Guerra da Coreia de 1950-53. Muitos especialistas questionam quanto as tropas norte-coreanas ajudariam a Rússia no campo de batalha, citando sua falta de experiência em combate.

A cooperação entre a Coreia do Norte e a Rússia floresceu nos últimos dois anos. Os EUA, a Coreia do Sul e seus parceiros acusaram a Coreia do Norte de fornecer armas convencionais à Rússia em troca de assistência econômica e militar. Em junho, Kim Jong-un e o presidente russo Vladimir Putin assinaram um pacto que estipula assistência militar mútua se um dos países for atacado. (Com informações da Associated Press)

Em outra categoria

O Tribunal de Contas do Estado anulou o edital de pregão para compra internacional de helicóptero da Polícia Civil de São Paulo. Na sessão da manhã desta quarta, 30, por unanimidade, os conselheiros deram procedência parcial a uma representação que aponta 'direcionamento para uma única empresa devido a voltagem de bateria'. A Corte fiscal derrubou o processamento do Pregão Presencial Internacional n.º 01/2023, do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE).

A reportagem do Estadão pediu manifestação da Polícia, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

"Não há como endossar a forma como ocorreu a condução do certame", adverte a conselheira Cristiana de Castro Moraes, relatora do edital no TCE. "De fato, chamam a atenção as idas e vindas no torneio, fomentadas por manifestações de licitantes e da própria Administração, em decorrência da redação de duas cláusulas do termo referencial."

Cristiana seguiu. "Sem a necessidade de adentrar em aspectos técnicos das minúcias da aeronave pretendida pela representada (Polícia Civil), é patente que não havia clareza no que diz respeito à voltagem esperada da bateria que deveria garantir, sem fonte externa, a partida do motor e o funcionamento da aeronave tendo em vista a estipulação editalícia de que o sistema elétrico do helicóptero deve ser de 28VDC9'.

O voto da relatora foi seguido pelos outros conselheiros, à unanimidade. "O fato de o mercado do setor ser restrito a poucos atores pressupõe ainda mais cautelas do órgão promotor do pregão, de maneira a ser essencial a promoção de disputa sem intercorrências dessa natureza, que frustram expectativas de respeito à isonomia no tratamento dos participantes", acentuou Cristiana.

Ainda a relatora. "Como essa irregularidade constitui reflexo de falha na redação do edital, necessário se faz que a representada (Polícia Civil) proceda à anulação de todos os atos praticados no andamento do procedimento em relação ao item 1, a fim de divulgar ato convocatório devidamente redigido, oportunidade em que, inclusive, poderá reavaliar as demais especificações do termo referencial em relação às suas necessidades e aos equipamentos disponibilizados no mercado, a fim de promover certame dotado de efetivo potencial de competitividade."

Ela observa que 'ante o conteúdo dos recursos ofertados pelos licitantes e da mudança drástica de posição do setor técnico da representada quanto à especificação esperada da bateria da aeronave, é manifesta a ambiguidade emergente do texto do edital a esse respeito, de sorte a ser adequado o relançamento da pretensão de contratação do item 1 da presente licitação com base em ato convocatório de redação mais clara, cenário que tem a potencial vantagem de propiciar novas ofertas e o ingresso de eventuais outros interessados'.

Cristiana transmitiu uma orientação à cúpula da Polícia de São Paulo na questão relacionada a preços. "Impende apenas orientar que a Administração, por ocasião da deflagração do novo certame, envide esforços no sentido de melhor aparelhar a pesquisa de preços, a qual servirá de parâmetro para verificação da conformidade do valor que vier a ser ofertado pela vencedora da disputa."

"Nessa conformidade, nos estritos limites dos aspectos abordados, meu voto considera parcialmente procedente a representação, para determinar que o Departamento de Operações Policiais Estratégicas - DOPE proceda à anulação dos atos praticados em relação ao processamento do item 1 Pregão Presencial Internacional n.º 01/2023, devendo, ainda, realizar a retificação do correspondente edital, de modo a deixar clara a especificação da bateria desejada para a aeronave, sem prejuízo de observar as demais orientações", concluiu a relatora.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta quarta-feira, 30, que o ex-presidente Fernando Collor de Mello passe a cumprir pena em prisão domiciliar.

Em resposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu um parecer da PGR, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que considera o regime domiciliar adequado por causa da idade e do estado de saúde do ex-presidente.

"A manutenção do custodiado em prisão domiciliar é medida excepcional e proporcional à sua faixa etária e ao seu quadro de saúde, cuja gravidade foi devidamente comprovada", afirmou Gonet.

A defesa do ex-presidente pediu prisão domiciliar humanitária alegando que ele enfrenta problemas de saúde graves. A decisão cabe a Moraes.

Os advogados advogados Marcelo Bessa e Thiago Fleury afirmam que, aos 75 anos, Collor tem "comorbidades graves" e faz uso de medicamentos contínuos. Ao ser ouvido na audiência de custódia, no entanto, o ex-presidente negou ter problemas de saúde ou tomar remédios.

Moraes exigiu histórico médico, prontuários, laudos e exames que comprovem as comorbidades. Os documentos foram entregues pela defesa.

O ex-presidente foi preso para cumprir a condenação de 8 anos e 6 meses em um processo da Operação Lava Jato. Ele está detido no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió.

Moraes também pediu que a direção do presídio informe se tem condições de oferecer o atendimento médico necessário ao ex-presidente.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que líderes partidários decidiram, em consenso, pedir a cassação do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), nesta quinta-feira, 30. Gilvan, que se envolveu em polêmica após desejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), protagonizou uma nova discussão na terça-feira, 29 e, segundo o petista, xingou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

"O fato é que a gente tem uma gravação onde um deputado federal agride uma ministra, chamando da pior coisa que vocês podem pensar. E houve consenso entre os líderes que isso não dá para continuar dessa forma e que a gente tem que tomar medidas em relação ao Conselho de Ética e à Corregedoria", disse o líder do PT.

Lindbergh afirmou que o pedido de cassação do deputado capixaba será enviado ao Conselho de Ética pelo deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB. Além disso, o petista disse que a Corregedoria da Casa pode ser acionada.

"Gente, chega. Não dá. Sabe quando passa do limite? E foi bom porque houve uma concordância geral e o presidente disse que além do Conselho de Ética, a Corregedoria vai agir", disse Lindbergh. Segundo o parlamentar, a medida também tem como objetivo "organizar a convivência entre deputados".