Hackers chineses podem ter invadido celulares de Trump e de J.D. Vance

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Os candidatos a presidente e vice presidente pelo Partido Republicano Donald Trump e J.D. Vance foram alvos de uma invasão de dados supostamente promovida por hackers chineses, segundo o jornal The New York Times. Os celulares de ambos foram os alvos principais de ataques feitos às redes de comunicações americanas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto nesta sexta-feira, 25.

Os investigadores estão trabalhando para determinar se e quais dados de comunicação foram obtidos ou observados pela sofisticada invasão de sistemas de telecomunicações, de acordo com essas pessoas, que falaram sob condição de anonimato para descrever um caso de segurança nacional ativo e altamente sensível.

O tipo de informação em telefones usados por um candidato presidencial e seu companheiro de chapa pode ser uma mina de ouro para uma agência de inteligência: para quem eles ligaram e enviaram mensagens de texto, com que frequência se comunicaram com certas pessoas e por quanto tempo conversaram com essas pessoas. Isso pode ser altamente valioso para um adversário como a China. Esse tipo de dado de comunicação pode ser ainda mais útil se os hackers pudessem observá-lo em tempo real.

A equipe de campanha de Trump foi informada esta semana que o candidato presidencial republicano e seu vice estavam entre várias pessoas dentro e fora do governo cujos números de telefone foram alvos da infiltração nos sistemas telefônicos da Verizon, disseram as autoridades.

Não ficou claro se os hackers conseguiram obter acesso às mensagens de texto, especialmente aquelas enviadas por canais não criptografados.

Dados sobre as comunicações de um candidato presidencial e vice-presidencial - mesmo sem o conteúdo das ligações e mensagens - também podem ajudar um adversário como a China a identificar e direcionar melhor as pessoas no círculo interno de Trump para operações de influência.

A revelação ocorreu nos estágios finais de uma campanha na qual a equipe de Trump também foi alvo de hackers iranianos, que atacaram repetidamente pessoas próximas com e-mails de spear phishing que foram, pelo menos parcialmente, bem-sucedidos em obter acesso às comunicações e documentos de sua campanha.

A segurança em torno de Trump também foi reforçada devido às ameaças de assassinato vindas do Irã.

Um porta-voz da campanha de Trump não citou diretamente se os telefones usados pelo candidato e por Vance foram alvos. Mas em uma declaração, o porta-voz, Steven Cheung, criticou a Casa Branca e a vice-presidente Kamala Harris e procurou culpá-los por permitir que um adversário estrangeiro visasse a campanha.

No início deste ano, autoridades de segurança descobriram a presença em sistemas de telecomunicações americanos de um grupo de hackers afiliado à China chamado Salt Typhoon. Mas os investigadores determinaram apenas recentemente que os hackers estavam mirando números de telefone específicos, disseram as autoridades.

A infiltração dos hackers se estende além da campanha política de 2024, com diversas pessoas supostamente sendo alvos, disseram pessoas familiarizadas com a investigação, sugerindo que isso pode ter implicações de longo alcance para a segurança nacional.

A investigação sobre a extensão da invasão e qualquer dano à segurança nacional está em seus estágios iniciais. Se tal ataque poderia monitorar ou gravar conversas telefônicas é difícil de saber, e se os hackers poderiam ler ou interceptar textos, por exemplo, dependeria em grande parte de quais aplicativos de mensagens os alvos usavam e como esses dados se moviam pelos sistemas da empresa telefônica.

O Wall Street Journal relatou no mês passado que um ataque cibernético ligado ao governo chinês havia se infiltrado nas redes de alguns provedores de banda larga dos EUA e poderia ter obtido informações de sistemas usados pelo governo federal em esforços de grampo do tribunal FISA.

Anteriormente, pesquisadores e autoridades do governo alertaram que contas secretas chinesas estavam se passando por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, espalhando teorias da conspiração e promovendo a divisões entre os americanos. O método se assemelha à campanha de desinformação da Rússia na eleição de 2016.

Além dos EUA, a China também é acusada de tentar influenciar nas eleições de Taiwan. Um suposto grupo de hackers patrocinado pelo Estado chinês intensificou os ataques mirando a ilha autogovernada que Pequim reivindica como parte do seu território. Os ataques foram observados pela empresa de inteligência de segurança cibernética Recorded Future a partir da preparação do pleito até pouco antes da posse de William Lai, favorável a independência. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em outra categoria

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ontem que o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), representa uma convergência de propostas sobre o tema do Executivo e do Legislativo. Segundo o parlamentar, o texto reúne "o melhor do projeto apresentado pelo governo federal e o melhor de iniciativas debatidas dentro do Congresso".

Ainda de acordo com Motta, o objetivo do projeto é fortalecer o enfrentamento das organizações criminosas "sem perder a nossa soberania". O presidente da Câmara também elogiou a condução da proposta por Derrite e declarou que o texto mostra maturidade política. "É a prova de que não importa de onde a ideia vem. Se ela é boa para o País, a gente leva adiante", escreveu Motta no X (antigo Twitter).

No sábado, Motta já havia defendido o relatório de Derrite. O presidente da Câmara afirmou que o parecer "preserva avanços" do texto do governo federal e "endurece as penas contra o crime". "Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger", postou nas redes sociais.

O anúncio de Derrite como relator do projeto, na última sexta-feira, provocou fortes críticas entre governistas, que falaram em "provocação" e "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Derrite se licenciou do cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo para reassumir sua cadeira na Câmara.

PAUTA. A proposta - que passou a ser chamada de "PL Antifacção" - é uma das prioridades da Câmara e deve ser colocada em votação nos próximos dias, conforme planejamento do comando da Casa. O texto foi encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação policial no Rio que deixou 121 mortos e reúne medidas voltadas ao reforço de instrumentos de investigação, punição e cooperação entre forças de segurança no combate ao crime organizado.

No mesmo dia em que foi anunciado relator do projeto, Derrite alterou o texto apresentado pelo governo Lula para equiparar organizações criminosas a organizações terroristas. "Não se trata de classificar as organizações criminosas, paramilitares ou milícias privadas como 'organizações terroristas' em sentido estrito, mas de reconhecer que certas práticas cometidas por essas estruturas produzem efeitos sociais e políticos equivalentes aos atos de terrorismo, justificando, portanto, um tratamento penal equiparado quanto à gravidade e às consequências jurídicas", disse ele.

Conforme mostrou o Estadão, após a megaoperação policial no Rio, em menos de uma semana, o governo Lula e parlamentares apresentaram no Congresso 51 projetos de lei sobre segurança pública.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 10, traz Portaria da Secretaria-Geral da Presidência da República, que instituiu o Programa "Governo na Rua" e cria o Grupo de Trabalho Técnico com a finalidade de estudar, diagnosticar e propor projetos de atuação para ampliar a política de participação social. "O Programa tem como finalidade primordial promover a ampliação e o aprofundamento da participação social e da democracia, por meio da atuação direta nos territórios", diz o artigo 2º da portaria assinada pelo ministro Guilherme Boulos.

A ideia do programa é promover escuta ativa, diálogo social e divulgação direta das políticas públicas no País, "de modo a fortalecer a presença do governo federal junto à sociedade e ampliar o acesso das pessoas aos serviços e programas públicos". As diretrizes do Programa são: transversalidade das políticas públicas; inclusão e diversidade; equidade territorial; inovação na participação social; e promoção da cidadania.

Já o Grupo de Trabalho Técnico será instituído para a fase de estudo, diagnóstico e desenho do Programa. Caberá ao grupo fazer um diagnóstico de problemas e análise para verificar se os modelos atuais de implementação e participação social são coerentes com as diretrizes do governo.

Terá ainda que analisar os arranjos de implementação das políticas públicas federais nos Estados, municípios e no Distrito Federal; propor princípios, diretrizes e orientações para o funcionamento e a articulação de mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e participação social. Caberá ao grupo de trabalho apresentar proposta de norma para a execução e institucionalização do Programa "Governo na Rua" como programa permanente da Secretaria-Geral da Presidência.

A Portaria define ainda o prazo de 60 dias para o Grupo de Trabalho Técnico, prorrogáveis por igual período, para apresentar o relatório final com as propostas de diretrizes e o ato normativo de institucionalização e execução do programa.

Três dos quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro, que foi assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, será aberta uma ação penal e ele será transformado em réu.

Ele foi acusado de agir contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos como os de 8 de janeiro de 2023. Tagliaferro está na Itália. O governo brasileiro já iniciou um processo de extradição contra ele.

A votação começou no plenário virtual na sexta-feira, 7, e deve ser oficialmente encerrada na próxima sexta-feira, 14. Votaram até agora Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta o voto de Cármen Lúcia.

O ex-assessor responderá por quatro crimes: revelar ou facilitar a divulgação de um fato que o servidor público tem conhecimento em razão do seu cargo e que deve permanecer secreto; coação no curso de processo judicial; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; e tentar impedir ou dificultar investigação contra organização criminosa.

"A participação do denunciado manifestou-se de forma engendrada com a organização criminosa que atuava com o objetivo de praticar golpe de Estado, reforçando a campanha de deslegitimação das instituições mediante vazamento de informações sigilosas e criação de ambiente de intimidação institucional", escreveu Moraes no voto.

Após instaurada a ação penal, as investigações serão aprofundadas, com a produção de provas e o depoimento do acusado, de testemunhas de defesa e de testemunhas de acusação. Ao fim das apurações, a Primeira Turma vai realizar o julgamento final, que pode ser pela condenação ou absolvição do réu.