Kamala Harris e Trump caçam eleitores no Arizona e Nevada entre bruxas e fantasmas

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Em pleno Dia das Bruxas, os presidenciáveis americanos saem à caça de eleitores em dois Estados decisivos: Arizona e Nevada. O foco é atrair os indecisos, em especial, os votantes latinos. Nesse sentido, tanto a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, quanto o ex-presidente Donald Trump devem apostar na questão da segurança nas fronteiras, um dos principais temas da campanha, em suas mensagens finais, conforme a imprensa local.

Os latinos representam 25% da população eleitoral qualificada no Arizona, enquanto em Nevada são pouco mais de um em cada cinco votantes, de acordo com o Pew Research Center.

Faltam cinco dias para as eleições presidenciais nos EUA, e os candidatos tentam reforçar o apoio em Estados considerados campo de batalha entre Republicanos e Democratas. No Arizona, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, derrotou o Trump há quatro anos por 11 mil votos, a menor margem no país.

O republicano fará comícios em Albuquerque, Novo México, e em Henderson, em Nevada. Ele fecha o Dia das Bruxas em um evento em Glendale, no Arizona, ao lado do comentador conservador Tucker Carlson.

Por sua vez, Harris fará um comício em Phoenix, com show da banda mexicana Los Tigres del Norte. Ela também viaja para Las Vegas, onde participa de evento com a cantora e atriz Jennifer Lopez e a banda Maná, também em busca de eleitores latinos indecisos.

Por falar em estrelas pop, o ator Arnold Schwarzenegger declarou na quarta-feira, 30, que vai votar na vice-presidente dos EUA nessas eleições. Vale lembrar que o astro de Hollywood já foi governador da Califórnia e é filiado ao Partido Republicano, de Trump.

Na quarta, Harris tentou se afastar do comentário de Biden, que disse que "o único lixo flutuando" seriam os apoiadores de Trump, após o comediante Tony Hinchcliffe comparar Porto Rico a uma "ilha de lixo". "Discordo veementemente de qualquer crítica às pessoas com base em quem elas votam", disse a vice-presidente. A Casa Branca explicou posteriormente que Biden referia-se especificamente às falas do comediante e não aos apoiadores de Trump.

Enquanto isso, Trump voltou a atacar a rival democrata, chamando-a de idiota, durante comício na Carolina do Norte, e reiterou a proposta de ampliar tarifas comerciais a outros países, em especial, o México. Disse ainda que não sabia que o empresário Elon Musk mantinha contato com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e rasgou elogios ao empresário, que já declarou apoio ao Republicano.

Mais de 60 milhões de americanos já votaram de forma antecipada, de acordo com dados do Laboratório Eleitoral da Universidade da Flórida. Enquanto isso, as pesquisas de opinião de voto seguem indicando uma disputa difícil entre Trump e Harris. A vice-presidente dos EUA está à frente nos levantamentos em Wisconsin e Michigan, dois Estados importantes, segundo novas pesquisas da CNN. A disputa segue acirrada na Pensilvânia, onde Harris está empatada com o ex-presidente americano.

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil