Mais de 62 milhões já votaram antecipadamente nas eleições dos EUA

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Mais de 62 milhões de eleitores já votaram antecipadamente nos Estados Unidos, faltando cinco dias para o dia oficial da eleição na próxima terça-feira, 5. Desses, ao menos 15 milhões estão nos chamados Estados-pêndulo, segundo monitoramento da Universidade da Flórida. Este ano, o candidato republicano Donald Trump tem sido um grande incentivador dos votos adiantados.

Até a tarde desta quinta-feira, 31, 62,9 milhões de pessoas haviam votado, cerca de 40% do padrão eleitoral de 2020 e 25% dos eleitores aptos a votar em 2024. Desses, 33 milhões votaram pessoalmente e 22,7 milhões depositaram suas cédulas nos correios. Mais de 66 milhões solicitaram cédulas por correio. Nos Estados em que há identificação partidária dos eleitores, 38,9% são votos democratas e 36% são republicanos.

As mulheres são as que mais estão adiantando o voto, representando cerca de 54% do total, enquanto homens representam 43%. Pessoas entre 41 e 65 anos são as mais engajadas por enquanto.

Nas eleições de 2020, a votação antecipada potencializou a vitória de Joe Biden, em um contexto de pandemia e em uma campanha eleitoral democrata que não engajava tanto quanto o eleitorado republicano. Na época, após a derrota eleitoral, Trump tentou desqualificar esses votos, especialmente aqueles por correio. Este ano, porém, o republicano tem feito campanha para impulsionar o voto adiantado.

"Se você tiver uma cédula, entregue-a imediatamente", disse Trump a uma multidão em um comício em Atlanta em 15 de outubro, no primeiro dia de votação antecipada na Geórgia, um dos Estado-chave. "Se não tiver, vá amanhã assim que puder às urnas e vote."

A retórica de Trump em 2020 - que incluía falsas alegações de que os democratas haviam enviado milhões de cédulas fraudulentas que levaram Joe Biden à vitória - suprimiu a votação pelo correio e a votação antecipada entre os republicanos. Alguns no partido vincularam esses ataques à menor participação e até mesmo perdas no eleitorado de alguns cantos do país, incluindo em duas eleições de segundo turno na Geórgia em 5 de janeiro de 2021, que custaram ao partido o controle do Senado dos EUA.

Em 2020, cerca de 60% dos democratas e 32% dos republicanos que votaram o fizeram pelo correio, de acordo com um estudo do MIT Election Data and Science Lab.

Os democratas adotaram a votação antecipada há anos, em parte porque ela deixa menos entregue ao acaso no dia da eleição, quando agendas lotadas, mau tempo ou doenças podem impedir os eleitores de irem às urnas. Conhecida como "garantir" votos, a prática da votação antecipada também permite que as campanhas sejam mais eficientes com recursos conforme o dia da eleição se aproxima, concentrando a atenção em um grupo cada vez menor de eleitores que ainda não votaram.

Muitos no Partido Republicano encorajaram Trump a mudar sua opinião a respeito da votação antecipada e pelo correio como uma forma de nivelar o jogo com os democratas, e sua iniciativa de votação antecipada foi avidamente adotada por outros no partido.

Kamala Harris também tem apelado aos pedidos de votos antecipados nos Estados que tem visitado nessa reta final da campanha. Na quarta-feira, 30, ela pediu para que eleitores levem seus familiares para votarem o quanto antes na Pensilvânia, um dos Estados que, por enquanto, a eleição antecipada não tem engajado tanto.

"Pensilvânia, se você ainda tiver uma cédula, pode levá-la a uma caixa de correio ou a um escritório eleitoral em seu condado até as 20h no dia da eleição", disse. "Vamos espalhar a palavra."

Segundo monitoramento do The New York Times, apenas 19% do eleitorado adiantou a votação na Pensilvânia, o padrão mais baixo dos Estados-pêndulo. O índice mais alta é da Carolina do Norte, com 54%. A taxa da Geórgia é de 50%, a de Nevada é de 45%, a do Arizona é de 43%, a de Wisconsin é de 32% e a de Michigan é de 31%. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil