O que são os delegados, o colégio eleitoral e como funciona a eleição dos EUA?

Internacional
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O caminho para a Casa Branca passa por um complexo sistema eleitoral que pode confundir até mesmo os próprios norte-americanos. Diferente do Brasil, onde o voto é direto e obrigatório, os Estados Unidos elegem seu presidente por meio do Colégio Eleitoral, um mecanismo que já completou mais de 200 anos.

O sistema funciona como uma eleição indireta e o voto é facultativo. Quando os norte-americanos vão às urnas eles não estão votando diretamente no candidato à presidência, mas sim em delegados que representam seu Estado no Colégio Eleitoral.

Cada Estado possui um número específico de delegados, calculado com base em sua representação no Congresso.

A conta é simples: soma-se o número de representantes na Câmara, que varia conforme a população, com os dois senadores que cada Estado possui.

O distrito de Columbia, onde fica a capital Washington D.C, é um caso especial: mesmo sem representantes no Congresso, recebe três delegados, mesmo número do Estado com a menor população.

O vencedor leva tudo

No total, são 538 delegados em jogo nas eleições presidenciais. Para conquistar a Casa Branca, o candidato precisa garantir a maioria absoluta, ou seja, 270 votos.

Na maior parte dos Estados, quem vence o voto popular fica com todos os delegados, independentemente se a votação do ganhador foi por 51% ou 99%. Essa regra é conhecida como "winner-takes-all", que significa "o vencedor leva tudo".

Diferente dos demais Estados que adotam o "winner-takes-all", apenas em Maine e Nebraska os votos dos delegados são proporcionais a votação nos distritos.

Com este sistema, um candidato a presidente pode ter a maioria do voto popular no país e mesmo assim perder a eleição.

Esse foi o caso da Hillary Clinton em 2016. A democrata teve quase 3 milhões de votos a mais que Donald Trump nos Estados Unidos, mas foi derrotada na contagem de delegados. Trump saiu vitorioso por 304 a 227.

Sistema de votação indireta

Ao depositar o voto na urna, cada eleitor na verdade está votando diretamente nos delegados que representam cada chapa naquele Estado. E são estes delegados que vão oficializar o voto no presidenciável do seu partido, caso ele vença no Estado.

Há a possibilidade de um delegado votar diferentemente do que o seu Estado definiu, apesar de serem raros os casos.

Eles são chamados de "eleitores infieis" e essa postura é amparada pela Constituição Americana. Mas decisões recentes da Suprema Corte permite que os Estados obriguem os votos conforme a escolha popular.

Os 'swing-states'

Nestas eleições há sete Estados-pêndulos, conhecidos como "swing-states". São Estados fundamentais na decisão do próximo presidente norte-americano, pois historicamente a maioria dos eleitores não tem um partido definido, diferente dos demais Estados que culturalmente são republicanos ou democratas.

Desta forma, há pelo menos 93 delegados em jogo, que podem mudar completamente o rumo das eleições norte-americanas, seja em favor de Kamala Harris ou de Donald Trump.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 28, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "não merece o sacrifício do povo brasileiro.

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Lula se refere à tarifa de 50% que será aplicada pelo governo Donald Trump aos produtos brasileiros. A medida deve entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, por suspeitas de tentativa de interferência no acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

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Gonet argumenta que esses elementos de prova indicam a existência de riscos concretos ao andamento do processo e à aplicação da lei penal, o que justifica a manutenção da prisão de Marcelo Câmara. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar esses fatos.

"A pretensão do agravante de adquirir dados afetos a acordo de colaboração premiada então protegidos por sigilo evidenciam o concreto risco à conveniência da instrução criminal e à aplicação da lei penal", afirmou o procurador-geral da República.

O coronel já havia ficado preso entre janeiro e maio do ano passado depois que a Polícia Federal detectou que ele realizou ações de monitoramento dos passos do ministro Alexandre de Moraes. Câmara foi solto com a imposição de medidas cautelares, mas o ministro decretou a nova prisão após os fatos revelados por sua própria defesa.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou neste sábado, 26, que vive como "exilada política" na Itália e agradeceu ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por ter pedido às autoridades do país europeu que a recebessem. Condenada por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ela deixou o País antes que a sentença pudesse ser cumprida.

"Eu queria dizer que hoje acordei com uma notícia muito boa, que é um vídeo do Flávio Bolsonaro falando por mim, pedindo por mim para a Giorgia Meloni [primeira-ministra da Itália], para o Matteo Salvini, que é o vice-primeiro-ministro daqui, pedindo para que me recebessem porque sou uma exilada política, sou uma perseguida política no Brasil", declarou Zambelli em vídeo publicado em seu perfil reserva no Instagram.

Os perfis oficiais da deputada, de sua mãe - Rita Zambelli -, e de seu filho foram retirados do ar após decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A nova conta já acumula mais de 11 mil seguidores e 40 publicações; a primeira postagem foi feita em 13 de junho.

Carla Zambelli está na Itália há quase dois meses, na tentativa de evitar o cumprimento de sua pena no Brasil. A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão e perda do mandato, acusada de ser mentora intelectual da invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

"Em tempos sombrios como este, em que sou alvo de uma perseguição política implacável, cada gesto de solidariedade tem um valor imenso", escreveu a parlamentar.

Na quinta-feira, 24, em entrevista ao portal Metrópoles, o filho "01" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que o governo italiano "abra as portas" para Zambelli.