Netanyahu cita quebra de confiança e demite seu ministro da Defesa

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, demitiu nesta terça-feira, 5, seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, após desentendimentos sobre a condução da guerra na Faixa de Gaza. A decisão de se livrar de Gallant, uma figura poderosa dentro de seu próprio partido, o Likud, é vista como um passo radical do premiê.

Gallant é considerado cada vez mais como o principal rival de Netanyahu dentro do Likud e tem sido uma das vozes de moderação no governo em questões de segurança em relação aos conflitos no Oriente Médio.

A demissão ocorre após Gallant e o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, discordarem de Netanyahu sobre a condução da guerra. "Esse negócio de destruir o Hamas é simplesmente jogar areia nos olhos do público", disse Hagari, em entrevista ao Canal 13, na quarta-feira. "O Hamas é uma ideia. Está enraizado no coração das pessoas. Qualquer um que pense que podemos eliminar o Hamas está errado."

Ocupação

Assim como Hagari, Gallant cobrou publicamente que Netanyahu apresente um plano para o pós-guerra. Em declaração recente, ele deu voz aos temores de que, sem uma estratégia política, o Hamas possa se reorganizar, o que levaria Israel a uma ocupação prolongada de Gaza.

"Peço ao primeiro-ministro que decida e declare que Israel não estabelecerá controle civil sobre a Faixa de Gaza, que Israel não estabelecerá nenhum governo militar e uma alternativa ao governo do Hamas será criada imediatamente", disse Gallant.

Netanyahu, que anunciou a decisão em uma declaração gravada em vídeo, emitida por seu gabinete, disse que surgiram "lacunas significativas na condução da batalha" entre ele e Gallant. Para substituí-lo, o primeiro-ministro nomeou Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores, como novo chefe da Defesa. O chanceler passa sua cadeira para Gideon Sa'ar, que o substituirá como ministro das Relações Exteriores. "No auge de uma guerra, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e seu ministro da Defesa", disse Netanyahu no vídeo. "Nos últimos meses, essa confiança foi prejudicada."

Minutos depois que Netanyahu divulgou sua declaração, Gallant publicou nas redes sociais que a segurança de Israel "foi e sempre será a missão da minha vida". Ele não falou diretamente sobre sua saída do governo.

Gota d'água

Gallant era ministro desde 2022. Durante esse período, ele frequentemente se desentendeu com o primeiro-ministro, entrando em conflito com Netanyahu também em relação à reforma do Judiciário israelense, uma tentativa do governo de reverter decisões da Suprema Corte.

O agora ex-ministro da Defesa de Israel também questionava a falta de acordo para libertação dos reféns e um cessar-fogo em Gaza. A gota d'água na relação entre os dois parece ter sido o esforço de Gallant, nesta semana, para impor o alistamento militar obrigatório para a comunidade ultraortodoxa. Os partidos religiosos, que apoiam o governo no Parlamento, são radicalmente contra e ameaçam derrubar Netanyahu caso a medida seja implementada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O relator do caso contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Maia (MDB-BA), pediu a suspensão do mandato do parlamentar do PL por seis meses, pela "conduta incompatível com o decoro parlamentar" em relação à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e ao deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).

De forma indireta, em uma sessão na Câmara, Gilvan disse que Gleisi "deve ser uma prostituta do caramba" e confrontou Lindbergh após ser chamado de "desqualificado". O caso está em avaliação no colegiado nesta terça-feira, 6.

Segundo Maia, as condutas de Gilvan, nos dois incidentes, "ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, com ataques pessoais e desqualificação moral, por meio de termos ofensivos e desrespeitosos, que ferem a dignidade das autoridades atingidas e comprometem os valores institucionais da Câmara dos Deputados".

No último dia 1.º, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma representação contra Gilvan pela suposta quebra de decoro parlamentar ao ofender a ministra Gleisi Hoffmann (PT).

O documento assinado por Motta argumenta que o deputado do PL ofendeu a ministra ao vinculá-la ao termo "amante", numa referência a uma alcunha que teria sido atribuída à petista em um suposto esquema de favorecimento envolvendo a empresa Odebrecht.

Gilvan fazia referência à chamada "lista da Odebrecht", relacionada à Operação Lava Jato, em 2016. Nessa "super planilha", o nome de Gleisi aparecia entre os de 279 políticos de 22 partidos, sob a suspeita de ter recebido repasses ilegais da construtora.

Não é o primeiro incidente controverso de Gilvan ao longo desse seu primeiro mandato, iniciado em 2023. Neste ano, ele já desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em outubro do ano passado, Gilvan foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de calúnia e difamação contra Lula por chamar o presidente de "ladrão" e "corrupto", além de atacar o então ministro da Justiça e hoje ministro da Suprema Corte, Flávio Dino, durante o ato do Movimento Pró-Armas em Brasília, em julho de 2023.

Em junho de 2024, o deputado desafiou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) para uma briga num ringue profissional em discurso proferido no plenário da Câmara. Nesse mesmo mês, deu um empurrão em um homem que gritou "viva a maconha" em uma sessão de comissão na Câmara e pediu revista do cidadão.

Já em dezembro de 2023, Gilvan chamou o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) de "traidor" em uma sessão do Congresso Nacional e precisou ser apartado por seguranças.

Na véspera do julgamento, Gilvan foi ao plenário pedir desculpas. "Se algum deputado se sentiu ofendido, eu discordo totalmente de ataques à família. Nunca fiz isso enquanto vereador de Vitória e, aqui nesta Casa, eu jamais faria isso. Então, eu peço desculpa a quem se sentiu ofendido e ao presidente da Câmara", afirmou.

Motta disse que tomou a decisão para "zelar pelo bom funcionamento da instituição", mas que a postura de Gilvan nesta segunda-feira, 5, "engrandece o mandato". "Nós vamos ver o que o Conselho de Ética irá decidir amanhã, mas Vossa Excelência, aqui no plenário, colocando e se comprometendo a uma mudança de conduta, a uma mudança de comportamento, eu penso que isso engrandece o seu mandato", afirmou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse nesta terça-feira, 6, durante evento com empresários do agronegócio, que a regularização fundiária tem avançado e está sendo tratado como prioridade pelo Estado. Ao referir-se a campanhas de ocupações coordenadas de propriedades rurais, como o "carnaval vermelho", o governador afirmou que em São Paulo só tem "carnaval verde e amarelo".

Mencionando avaliações de que seria impossível realizar a regularização fundiária no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo, Tarcísio disse que 50% dos assentamentos já estão regularizados. "A gente vem trazendo isso como uma grande prioridade do governo", comentou em discurso feito durante a abertura de fórum realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Após acrescentar que não basta só fazer a regularização fundiária, o governador de São Paulo disse que tem trabalhado para fazer com que a agroindústria trabalhe junto com os assentados.

As deficiências de infraestrutura e de falta de irrigação, conforme Tarcísio, estão sendo resolvidas com financiamento. Na esteira da privatização da Sabesp, ressaltou, São Paulo vai dar "a grande virada de chave" com o maior programa de saneamento básico em áreas rurais de sua história. Conforme Tarcísio, graças à atração de capital privado, serão investidos no Estado R$ 70 bilhões em saneamento até 2029.

"Nenhum Estado da federação vai fazer esse esforço, vai fazer o que nós estamos fazendo aqui. E isso, obviamente, já é possível porque a gente está atraindo muito capital privado", declarou Tarcísio, num discurso no qual abordou as oportunidades que se abrem ao Brasil em meio à guerra comercial deflagrada pelo governo americano. "Neste momento, a desorganização global nos abre as portas. Temos o melhor agro do mundo."

O governador disse também que o agronegócio brasileiro, em especial o paulista, será o primeiro a se descarbonizar completamente. O Estado de São Paulo, assinalou, vai ser o primeiro Estado a substituir completamente o diesel, a começar pelas lavouras, que vem empregando mais máquinas e equipamentos movidos a biometano e etanol.

Se as eleições para governador de São Paulo fossem hoje, Tarcísio de Freitas (Republicanos) seria reeleito para mais um mandato no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o novo levantamento da Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira, 6, nos dois cenários em que o atual governador aparece como um dos possíveis candidatos, ele vence com mais de 20 pontos porcentuais de diferença para o segundo colocado. O governador também é o mais citado no cenário espontâneo, em que os nomes não são apresentados ao eleitor.

No primeiro cenário estimulado, Tarcísio tem 42,1% das intenções de voto ante o segundo colocado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com 21,1%. Em terceiro, aparece a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que tem ganhado projeção com a campanha pelo fim da escala de trabalho 6x1, com 9,4% das menções.

Na sequência estão o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), com 5,5%, o prefeito tiktoker de Sorocaba (SP) e correligionário de Tarcísio, Rodrigo Manga (Republicanos), com 4,8%, e o ex-prefeito de Santo André Paulo Serra (PSDB), com 4%. O empresário Filipe Sabará (Republicanos), coordenador do plano de governo de Pablo Marçal (PRTB) nas eleições do ano passado pelo comando da capital paulista, aparece com 0,8%. Os que não souberam ou não responderam são 4,1%, e outros 8,2% votariam branco ou anulariam o voto.

Tarcísio afirma que sua intenção é concorrer à reeleição em São Paulo em 2026. Contudo, é um dos principais nomes cotados pela direita para substituir Jair Bolsonaro (PL) na disputa à Presidência. O ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.

Nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto, Tarcísio e a mulher de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), são os nomes mais fortes para concorrer contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Como mostrou o Estadão, o governador já afirmou em conversas reservadas que não vai se desincompatibilizar em abril do próximo ano (prazo máximo para quem concorrerá nas próximas eleições sair do atual cargo que ocupa) porque não quer perder o controle sobre o próprio destino. Tarcísio avalia não haver garantia de que Bolsonaro indicará um nome para sucedê-lo na eleição de 2026 com tanta antecedência. Mesmo assim, vem marcando presença nas manifestações bolsonaristas e tem colado sua imagem como braço direito do ex-presidente.

Em um segundo cenário, em que Alckmin não é listado, mas sim, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), as posições permanecem inalteradas, apenas com variações numéricas. Tarcísio mantém a liderança, com 46,5%, e França tem 11,9% das intenções de voto. Há duas semanas, o ministro afirmou que pretende disputar o governo de São Paulo no ano que vem.

Quando Tarcísio não é listado e seu nome dá lugar ao do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o emedebista também fica à frente de França, com 29,5% ante 16,2%. Já quando nem prefeito nem governador estão entre os nomes disponíveis, França pontua 20,6% das intenções, mas brancos e nulos (ou nenhum candidato) é a maior porcentagem, com 25%. Esse é o único cenário em que presidente nacional do PSD e secretário de Tarcísio, Gilberto Kassab, é listado, e teria o voto de 6,7% dos entrevistados.

Cenário espontâneo

No cenário espontâneo da pesquisa, em que os entrevistados devem indicar um nome sem ter acesso a uma lista de possíveis candidatos, Tarcísio aparece com 18,8% das menções. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem 1,2%, empatado com o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A pesquisa entrevistou 1.700 eleitores, em 85 municípios paulistas, entre os dias 1º e 4 de maio. A margem de erro é de 2,4 pontos porcentuais, e o índice de confiança de 95%.

Aprovação de gestão

A pesquisa também perguntou aos eleitores se aprovam ou desaprovam a administração do governador paulista até o momento. São 66,8% os que dizem aprová-la. Outros 28,9% dizem desaprovar o governo.

O índice pouco variou de acordo com a série histórica da pesquisa, desde novembro do ano passado, quando 68,8% aprovava a gestão de Tarcísio, e 26,7% desaprovava.

Para 49,5%, o trabalho do governador está "ótimo" ou "bom", enquanto 18,4% consideram "ruim" ou "péssimo".