O governo do Irã afirmou nesta segunda-feira, 11, que "o mundo espera" que o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ponha fim às guerras de Israel com o grupo terrorista Hamas e a milícia xiita radical Hezbollah."O governo americano é o principal defensor das ações do regime sionista [Israel] e o mundo espera a promessa do novo governo americano de pôr fim imediatamente à guerra contra as populações inocentes de Gaza e Líbano", afirmou o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Reza Aref, em uma cúpula conjunta em Riad, na Arábia Saudita, da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica.
O primeiro vice-presidente do Irã também condenou as mortes de Yahya Sinwar, do Hamas, e Hassan Nasrallah, do Hezbollah. "As operações de assassinato seletivo não são nada além de ilegalidade e terrorismo organizado, e transformam o aparato de segurança em uma ferramenta para matar líderes e cidadãos dos países".
Este é o segundo pronunciamento de um político ligado ao governo do Irã desde as eleições americanas. O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, apontou que o Irã "não se importa" com o resultado das eleições nos Estados Unidos, em uma declaração à agência estatal IRNA, na quarta-feira, 6. "Para nós não importa quem ganhou as eleições americanas, porque o nosso país e o nosso sistema dependem da sua força interior e de uma nação grande e honrada", disse Pezeshkian.
Segundo promotores, agentes do Irã planejaram matar Trump
As declarações de Teerã sobre a vitória de Trump ocorrem em meio a investigações de promotores federais dos EUA sobre planos de agentes do Irã para assassinar o presidente eleito.
Um dos conspiradores disse que foi designado em setembro para executar o plano pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, segundo informações dos promotores em documentos judiciais. O agente afirmou a um funcionário da Guarda Revolucionária que esse plano custaria uma quantia "enorme" de dinheiro, segundo a denúncia. Em resposta, o funcionário disse: "Já gastamos muito dinheiro", acrescentando que "dinheiro não é um problema".
O homem que os promotores disseram ter sido encarregado do plano para matar Trump é Farhad Shakeri, de 51 anos. Ele está foragido e os promotores acreditam que ele mora no Irã. Dois outros homens foram presos no caso e enfrentam acusações de conspiração: Carlisle Rivera, de 49 anos, do Brooklyn, e Jonathan Loadholt, de 36 anos, de Staten Island.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, apontou no sábado, 9, que as acusações dos EUA são "totalmente infundadas".
"O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Esmail Baghai, considera completamente infundadas as acusações de que o Irã está envolvido numa tentativa de assassinato contra antigos e atuais funcionários dos EUA e rejeita-as", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
Tentativas do Irã
Esta não é a primeira vez que Teerã tenta matar Trump. Os serviços de inteligência dos Estados Unidos detectaram um plano do Irã que seria executado durante a campanha do republicano.
O complô de Teerã decorre do desejo de vingança pela morte do general Qassim Suleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irã, considerado terrorista pelos Estados Unidos. O bombardeio que matou Sumeimani no aeroporto de Bagdá, em 2020, foi ordenado por Trump, na época, presidente dos EUA. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Irã espera que Trump acabe com guerras em Gaza e no Líbano, diz vice-presidente
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