Trump e Milei trocam elogios em evento na Flórida

Internacional
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O presidente da Argentina, Javier Milei, se encontrou com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de ontem, 14, durante um evento da conferência conservadora CPAC, em Mar-a-Lago, resort de luxo do americano na Flórida.

Milei e Trump discursaram, trocaram elogios, conversaram e tiraram fotos juntos. O presidente argentino foi o primeiro líder internacional a ser recebido pelo republicano desde a sua vitória nas eleições presidenciais americanas no dia 5 de novembro.

Em seu discurso, Milei descreveu a eleição de Donald Trump como o "maior retorno político da história". O libertário apontou que o republicano desafiou o "establishment político" e arriscou a própria vida, em uma referencia a tentativa de assassinato sofrida por Trump durante um comício em Butler, Pensilvânia, no mês de julho.

"Graças a isto, hoje o mundo é um mundo muito melhor. Hoje, sopram os ventos da liberdade, sopram com muito mais força", acrescentou o presidente argentino, que se emocionou durante o discurso.

Segundo o jornal argentino La Nación, o presidente eleito dos Estados Unidos chegou no final do discurso de Milei e agradeceu a presença do argentino no evento quando subiu ao palco. "Javier, quero parabenizá-lo pelo trabalho que realizou para tornar a Argentina grande novamente. É incrível como você está consertando isso em tão pouco tempo e é uma honra que você esteja aqui", apontou Trump, em seu discurso. "Você realmente é uma pessoa MAGA (Make America Great Again)".

Conversas

Os políticos tiraram várias fotos juntos, que prontamente foram publicadas na rede social X pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni. Nas fotos, o libertário aparece ao lado de Trump, Elon Musk e sua comitiva argentina: a secretária-geral da Presidência, Karina Milei e o chanceler argentino, Gerardo Wertheim.

De acordo com o La Nación, fontes próximas de Milei apontam que o libertário e o republicano têm "uma relação pessoal" e mantiveram uma conversa "informal", sem uma reunião bilateral. O jornal argentino afirmou que existe uma "admiração mútua" entre os dois.

A conversa entre Trump e Milei durou 10 minutos, segundo o jornal argentino Clarín. O bilionário Elon Musk participou do diálogo, ao lado do empresário e ex-candidato presidencial republicano Vivek Ramaswamy. O republicano parabenizou o trabalho que o libertário vem fazendo no comando da Casa Rosada.

O argentino explicou a Trump como diminuiu o gasto público e eliminou regulações econômicas na Argentina. Os dois também conversaram sobre o trabalho que Musk e Ramaswamy irão realizar à frente do Departamento de Eficiência Governamental, que não é, apesar do nome, uma agência governamental.

Depois disso, Trump foi cumprimentar outros convidados e Milei se dirigiu a sua mesa. Segundo fontes do jornal Clarín, o libertário foi muito aplaudido no evento.

Oportunidade

Para Milei, um relacionamento próximo com Trump é essencial para melhorar a relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O presidente argentino destacou antes de viajar a Palm Beach que quer buscar um acordo de livre-comércio com o republicano. "O presidente eleito se sente muito mais cômodo trabalhando comigo do que com outros governos", afirmou o libertário em uma entrevista a uma rádio local.

Durante o evento em Palm Beach, Milei conheceu grande parte dos membros do futuro gabinete de Trump e da família do presidente republicano. Ele conversou com o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, J.D Vance, e trocou informações de contato com o escolhido de Trump para ser o próximo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, segundo informações do jornal argentino Clarín. O libertário também interagiu com a futura chefe de gabinete, Susie Wiles, o futuro procurador-geral dos Estados Unidos , Matt Gaetz, e com o próximo secretário de Saúde, Robert Kennedy Jr.

Milei busca costurar uma proximidade com o entorno de Trump desde antes da vitória do republicano. Após a reeleição de Trump na semana passada, Milei o parabenizou com mensagens no Instagram e na rede X. "Você sabe que pode contar com a Argentina para tornar os Estados Unidos grandes novamente", escreveu.

Após a vitória nas eleições da Argentina em novembro do ano passado, Trump parabenizou Milei com uma versão de seu slogan "Make America Great Again": "Faça a Argentina grande novamente".

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O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, falou contra anistiar envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro e o que tratou como suas derivações, a exemplo do ataque ao STF na última quarta-feira, 13. "Anistia nesse momento é estimular impunidade. E a impunidade é o fermento do terror que assistimos nesta semana. Sou contra qualquer debate sobre anistia aos envolvidos no 8 de janeiro", afirmou.

"Quem atenta contra a democracia não vai contar com nenhum tipo de impunidade nesse País", continuou o ministro. Ele falou a jornalistas durante evento paralelo ao G20, no Rio de Janeiro.

Investigações

Pimenta disse que as investigações sobre o ataque ao STF estão caminhando rápido e que, no momento, o mais importante é saber se o responsável, que morreu, tinha "conexões". "Ele possivelmente tinha uma retaguarda", sugeriu o ministro por mais de uma vez.

O homem, disse Pimenta, teria agido de forma premeditada, o que estaria sendo corroborado por uma série de descobertas recentes dos investigadores, como o aluguel de um trailer na praça dos três poderes; artefatos enterrados nas proximidades; a bomba deixadas em uma das gavetas de seu quarto; as inscrições no espelho da casa; e postagens em redes sociais.

"Por isso não temos que tratar como fato isolado, mas como parte do momento do País", afirmou. Ele mencionou que o investigado da vez esteve acampado em frente a quartéis em janeiro.

O ministro disse descartar a tese de suicídio, no que citou as imagens de câmeras de seguranças e disse que o Brasil terá de tratar desse tipo de episódio cada vez mais como atos de terrorismo.

Lula

Questionado sobre o fato de Lula não estar comentando o episódio, Pimenta disse que o Presidente "está falando" por meio da Polícia Federal e outros órgãos. Ele garantiu que a agenda de Lula não vai mudar em função do atentado, até como demonstração de que essas investidas não vão perturbar a vida democrática.

Na avaliação do ministro, um dos objetivos do ataque era trazer instabilidade à realização do G20 e a chegada de outros líderes ao Brasil.

Inquéritos

Ele também afirmou que os inquéritos sobre atos antidemocráticos estão "se encaminhando para conclusão" e disse que, possivelmente, as investigações vão apontar as ligações com financiadores.

Contas públicas

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, garantiu que os ajustes na conta do governo serão realizados e disse que o presidente Lula está conversando com todos os ministros da Esplanada sobre os ajustes pretendidos nos gastos públicos.

Pimenta disse que Lula é governante experiente e entende ser importante fazer ajustes para manter o atual ritmo de crescimento do PIB e preservar os empregos gerados nos primeiros dois anos do governo.

"Os ajustes que têm de ser feitos serão feitos", disse Paulo Pimenta a jornalistas durante o G20, no Rio de Janeiro. Questionado sobre uma data para o anúncio, ele não deu detalhes, mas sugeriu que vai acontecer em breve.

Trump

Questionado sobre possíveis ruídos nas relações entre Brasil e Estados Unidos após a eleição de Donald Trump, Pimenta minimizou e disse que Lula já governou o Brasil em paralelo a diversos presidentes americanos sem maiores problemas.

"Não vejo problema nenhum com Trump, é uma relação de Estado. Vamos manter a relação que temos com os Estados Unidos. O importante é conversar", disse.

Em seguida, porém, Pimenta afirmou que o Brasil busca novos parceiros econômicos e que membros do governo terão uma profusão de reuniões bilaterais durante o G20. Nesse ponto, ele citou especificamente a Arábia Saudita e Emirados Árabes, mas disse que haverá encontros com autoridades de países cujas relações com o Brasil são mais tradicionais, como os próprios EUA e a França.

O pastor evangélico Silas Malafaia publicou um vídeo ontem, 14, comentando sobre o atentado a bombas em Brasília (DF) no início da noite de quarta, 13, cujo autor das explosões, Francisco Wanderley Luiz, foi a única vítima.

Na gravação, Malafaia se referiu a ele como "homem com problemas mentais e emocionais que explodiu bombas" na capital e afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenta criar "cortina de fumaça" sobre os próprios atos jurídicos, segundo o pastor, "ilegais e injustos".

"Eu não vou deixar passar o ditador da toga Alexandre de Moraes com uma narrativa para tentar tirar proveito, para jogar uma cortina de fumaça nos seus atos ilegais, injustos, sobre a questão do homem com problemas mentais e emocionais que explodiu bombas em Brasília", disse.

Com a voz elevada, tom de rotina neste tipo de comunicação publicada pelo pastor, Malafaia ainda diz que repudia "qualquer baderna, perseguição ou quebra-quebra, seja da direita ou da esquerda", e que a "narrativa" de Moraes é de que o ataque promovido pelo homem é "fruto do discurso de ódio" e que uma anistia aos presos do 8 de Janeiro "vai gerar mais agressividade".

"Se o senhor tem direito de mostrar e de falar isso, eu tenho direito de dizer isso aqui: não é seu discurso de ódio, (mas) suas atitudes de ódio, de perseguição política, vão gerar mais agressividade", afirmou o pastor.

Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal (PF) relatou que a ex-mulher de Tiü França, como era conhecido o homem de 59 anos que morreu na Praça dos Três Poderes após a sequência de explosões, disse que o alvo do ataque seria Moraes. As investigações vão confirmar se os ataques, de fato, se endereçavam ao ministro, afirmou a corporação.

Moraes afirmou na quarta, que as explosões são resultado do ódio político que se instalou no País nos últimos anos e defendeu que não haja anistia aos envolvidos na invasão do 8 de Janeiro. O ministro disse ser necessário que haja pacificação, mas que ela não virá por meio de perdão aos criminosos.

O catarinense, que morava em Rio do Sul (SC) e estava em Brasília havia três meses, deixou sinais de que o ataque foi premeditado. Em agosto, Wanderley Luiz visitou o STF e tirou uma selfie no plenário da Corte, registro no qual escreveu "Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)", acrescentando: "Ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo".

Na casa que homem alugou na Ceilândia, no entorno de Brasília, também foram encontrados mais explosivos pela Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Além dos artefatos, uma mensagem foi deixada no espelho pelo homem, endereçada à Debora Rodrigues, mulher flagrada escrevendo "Perdeu, mané" na Estátua da Justiça durante os ataques golpistas de 8 de Janeiro.

"Debora Rodrigues, por favor não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas! Estátua de merda se usa TNT", diz a frase no espelho. O homem chegou a arremessar um artefato contra a obra, localizada em frente ao prédio do STF, mas não houve explosão no momento. Instantes seguintes, ele explodiu outro artefato junto a si mesmo, e caiu.

O corregedor-nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, arquivou sumariamente uma reclamação disciplinar que atribuía aos desembargadores Sebastião de Moraes Filho, João Ferreira Filho e Marilsen Andrade Addario, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, suposta quebra da imparcialidade e possível conluio no curso de um processo referente a uma propriedade de 1,4 milhão de hectares em Luciara, a 1.160 quilômetros de Cuiabá.

O corregedor concluiu que as informações colhidas na apuração disciplinar indicam falta de elementos que possam caracterizar falha funcional.

A decisão não interfere nas apurações que levaram ao afastamento de Sebastião de Moraes e João Ferreira no âmbito de investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte de Mato Grosso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.